Por vezes, sentimos falta de um cenário cultural mais estruturado e consolidado em Cuiabá. Mas é certo dizer que isto está mudando. Depois de passar por Curitiba, onde aconteceu o lançamento de seu quinto livro de poemas, Altair de Oliveira vêm para Cuiabá participar do sarau de poesia do grupo “Confraria da Poesia”, neste sábado. No entanto, o lançamento na capital mato-grossense deverá ocorrer na semana que vem.

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No sarau, Altair irá ler alguns poemas do livro “A Grande Coisa”, composto de 53 poemas, divididos em três partes. O livro trata em seus poemas de diversos temas, onde predominam "o tempo", "o amor", "a morte", "a superação" e as "manhas e artimanhas da mente" para tentar compensar as nossas limitações humanas.

O título "A Grande Coisa" foi tirado de uma própria exclamação do poeta que, certa vez, lendo uma matéria sobre a utilidade da poesia, deparou-se com a seguinte frase do escritor francês Anatole France: "Os poetas ensinam-nos a amar, só servem para isto."

Sobre a citação, Altair acrescentou: “Todo mundo tem, ou devia ter, a sua Grande Coisa... Tem gente que tem várias Grandes Coisas, estes são os afortunados. A minha Grande Coisa é mesmo a poesia, mas nem por isto eu sou menos afortunado”.

O livro “A Grande Coisa” teve uma tiragem de 2 mil exemplares e um custo gráfico de R$ 6.500,00, para o qual o poeta conseguiu vender uma vaga garagem por 5 mil reais e ficou devendo R$ 1,500,00.

Para possibilitar efetuar a venda antecipada do livro, Altair decidiu criar um “Lançamento Virtual”, através de evento no facebook, o que calculou que se conseguisse vender 120 exemplares , poderia quitar as despesas gráficas restantes.

Quando o livro ficou pronto, pelo “Lançamento Virtual”, ele já tinha mais de 180 exemplares vendidos para diversas partes do país que, autografados e enviados pelo correio, quitando assim a dívida.

Sobre o autor

Altair nasceu em Panorama, São Paulo, em 1961, mas foi criado no noroeste paranaense ( Umuarama), onde fez os seus primeiros estudos e morou e trabalhou no sítio até os 17 anos.

Quando se mudou para Dourados, Mato Grosso do Sul, em 1978 o poeta levou consigo um caderno de poesias, que continha os seus primeiros poemas escritos na adolescência. Foi deste caderno que tirou os poemas que compõem seu primeiro livro, publicado em um jornal naquele mesmo ano.

Ainda em 1978, Altair, venceu um concurso de com o conto "Insignificância", que foi o primeiro trabalho publicado. A partir de então, o poeta continuou a escrever e divulgar os seus escritos, através de publicações e declamações, em jornais, escolas e bares, o resultou nos seguintes livros:

“Fases – Poemas” (1982);
“Curtaversagem ou Vice-Versos - Poemas e Contos” (1988);
“O Embebedário Diverso – Poemas” (1996 e 2003);
“O Lento Alento – Poemas” (2008);
“A Grande Coisa – Poemas” (2013).

Confira um poema do livro “A Grande Coisa”:

O dia em que nós dois fizemos nós

Eu sempre duvidara que existisses
embora o tempo todo eu te quisesse
Saber-te amanheceu-me inesperado,
dum modo que eu descria que pudesse...
Eu nunca acreditara em minhas preces
e, em desespero, eu quase te inventara.

Contigo, eu comecei a celebrar-te,
bradar-te, dando festas no meu peito
e comigo, celebrastes muito mais.
E, desde então, só corro ao teu leito
e, ainda em ti, deleito a procurar-te.
Amar-te é demais! Maior que o mar...
E eu nunca mais fui só como os demais.

Serviço

Sarau de poesia do grupo “Confraria da Poesia”
Local: Casa da Otilia Maria Teófilo. Rua do Horto Florestal, vindo do centro é primeira rua depois da ponte do Coxipo. n. 178.
Data: Sábado (07)
Horário: 20h
Evento no facebook.