Prédios públicos políticos suntuosos – a maioria deles reunidos no Centro Político Administrativo – e espaços culturais à deriva. A realidade desanima público e artistas que se mantém no setor cultural. Falta de espaços para criação e ensaios de espetáculos, infraestrutura comprometida, acervos em perigo e poucos investimentos em tecnologia.
Prefeitura de Várzea Grande utiliza Cultura como aliada na implantação de políticas públicas
É da Assembleia Legislativa que surge um projeto de lei voltado à preservação destes espaços, especialmente de prédios tombados como patrimônio histórico mato-grossense. O projeto Cultura-Cidadã é proposta do deputado estadual Airton Português (PSD), e já foi aprovado pelo governador Silval Barbosa.
O apelo é para a iniciativa privada, convocando empresas com responsabilidade social para que adotem centros e casas culturais, bibliotecas, museus ou teatros. Em contrapartida, vão ter sua marca exposta na fachada destes lugares.
De acordo com o deputado, os investimentos podem variar da reforma à implantação de sistemas de tecnologia que garantam a documentação e conservação de acervos. “Estamos buscando parceiros com o objetivo de preservar nossa memória, nossa cultura. Ao investir no projeto, eles vão ter seus nomes lembrados por colaborar com a cultura e ainda vão poder usar isso como estratégia de marketing”.
Português dá como exemplos, apoio na aquisição de móveis, computadores, digitalização de acervos e repasse financeiros. A lei dispõe ainda que os materiais adquiridos pela empresa em benefício das fontes culturais serão doados ao governo do Estado, passando a integrar o patrimônio público.
Segundo o deputado, com a assinatura do governador Silval Barbosa, coloca-se em prática uma forma de as empresas investirem na responsabilidade social com a população, que vai ter em mãos várias formas de acesso a locais onde possa informações por meio da leitura, assistir exposições ou atividades teatrais.
“Estamos em plena época da rapidez de informações, com a entrada da internet na vida das pessoas, mas como fica a cultura, se muitas obras não são publicadas na rede mundial de computadores ou como acessar espetáculos se há poucos locais para isso?”, indaga o deputado.