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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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Dormir pouco leva as pessoas a ter menos consciência do que é certo ou errado, diz estudo

Foto: Reprodução

Dormir pouco leva as pessoas a ter menos consciência do que é certo ou errado, diz estudo
Quem dorme pouco tem menos consciência moral, perde o controle sobre o que é certo e errado e não consegue identificar atos anti-éticos. Isso é o que mostra um estudo feito por professores de administração da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. 

Muitas pessoas pensam que são éticas. No entanto, a transgressão da ética acontece frequentemente. Os pesquisadores se perguntam porque isso acontece, e fazem pesquisas científicas para achar respostas.

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O cientista Scott Reynolds, pesquisador na área de ética na Universidade de Washington, define consciência moral como a determinação de uma pessoa para que suas ações tenham conteúdo moral e sejam consideradas morais. A pesquisa indica que sem consciência moral, as pessoas são conseguem entrar em um debate sobre o tema. Em outras palavras, sem a consciência de que existe um componente moral em cada ação, as pessoas agem sem pensar, e não conseguem identificar como anti-ético um comportamento que outras pessoas consideram dessa forma.

Pesquisas recentes indicam que a consciência moral é dinâmica através dos tempos. O mesmo indivíduo pode ter picos de consciência durante a vida, e em outros momentos não ter nenhuma. Parte disse se baseia em quanta energia e auto-controle o indivíduo tem naquele momento.

O professor de administração Christopher M. Barnes, da Universidade de Washington, e Brian Gunia e David Wagner, da Johns Hopkins University e Universidade de Oregon, respectivamente, desenvolveram uma pesquisa buscando responder a seguinte pergunta: Falta de sono leva à diminuição da consciência moral?

A ideia inicial foi de que a consciência moral envolve muita atenção à decisão e/ou comportamento. Especificamente, para trazer o problema moral para a consciência as pessoas devem se concentrar muito. No entanto, pesquisas anteriores afirmam que poucas (ou nenhuma) horas de sono fazem com eu seja muito difícil manter a atenção. Então, a hipótese dos professores foi de que sim, falta de sono faz com que as pessoas sejam menos morais.

Para testar essa hipótese, eles coordenaram três pesquisas de campo. Primeiramente, um teste de laboratório em que participantes aleatórios eram colocados em dois grupos, um que tinha em torno de 6,43 horas de sono, e outro que tinha em torno de 4,35 horas de sono. Então, todos os participantes eram colocados em um cenário que envolvesse a violação da ética, e os pesquisadores perguntavam o que eles pensavam daquilo (se era um problema de ética ou não). Como não foi surpresa para os pesquisadores, as pessoas que tinham dormido menos tinham menor percepção dos problemas do que aquelas que tinham dormido mais.

Depois disso, na experiência seguinte os estudiosos acompanharam um grupo misto de participantes durante vários dias, focando nas variações naturais de suas horas de sono. Neste estudo, cada pessoa participou por quatro dias. A cada dia, o participante indicava quantas horas tinha dormido na noite anterior, eram colocados em quatro cenários éticos e tinham que responder às mesmas questões do teste anterior. O resultado foi o mesmo: aqueles que dormiram pouco tinham menos consciência moral. E quando o mesmo indivíduo dormia por mais horas, a consciência moral era maior.

O terceiro e último estudo foi feito aproveitando o ‘horário de verão’, que normalmente faz com que as pessoas durmam menos. Pesquisas anteriores indicam que na primeira segunda-feira após a mudança de horário, as pessoas normalmente dormem 40 minutos a menos do que estão acostumadas. Então, os professores compararam a consciência moral neste dia (que eles chama de segunda sonolenta) com as duas segundas-feiras anteriores e seguintes.

Dessa vez, no entanto, a forma de avaliação era diferente das duas primeiras. Baseados na ideia de que as pesquisas de internet refletem o que as pessoas estão pensando, eles usaram o Google Trends para avaliar o comportamento dos internautas. Após gerar uma lista de palavras associadas com a moralidade, os pesquisadores examinaram a freqüência das pesquisas da lista nas três segundas-feiras avaliadas. Eles fizeram o mesmo, ainda, com as categorias de pesquisa gerais do Google, para analisar se as mudanças estavam associadas com mudanças em geral no comportamento, e não estavam focadas na moral. 

O resultado foi que na ‘segunda-feira sonolenta’ as pessoas pesquisavam menos sobre os termos da lista criada, mas não havia a mesma diminuição das categorias de pesquisa gerais do Google. Portanto, a experiência mostrou que a segunda-feira depois de uma noite de menos sono acarretava em menor consciência moral.



Os pesquisadores admitem que há limitações nas três pesquisas, mas afirmam que mesmo assim os resultados mostram que menos horas de sono trazem menor consciência moral, modificam o comportamento ético e trazem dificuldades para o processamento de informações morais.

O coordenador dessa pesquisa, Christopher M. Barnes, é PhD pela Universidade do estado de Michigan e dá aulas na Universidade de Washington desde 2013. Para ler o artigo completo da pesquisa, clique AQUI. 
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