Olhar Conceito

Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Moondo de Nina Moon

a névoa da cegueira

O que é desconhecido e estranho atiramos à fogueira; as mentes aprisionadas

11 Jan 2014 - 12:15

Especial para o Olhar Conceito - Nina Moon

Foto: Reprodução

O que é desconhecido e estranho atiramos à fogueira; as mentes aprisionadas
Porque temos tanta dificuldade em aceitar o estranho? O desconhecido? O diferente?

Sempre escutamos algo parecido com isso: ‘se o mundo inteiro fosse igual, que graça teria?’. E realmente, que graça teria? Que graça teria se eu andasse nas ruas e todos os rostos fossem iguais ao meu? Se todos os corpos, risos, espíritos e vontades fossem iguais?

Mas, mesmo que sempre haja a defesa pelas diferenças, ainda há os que arregalam os olhos. Não são olhos questionadores e sim reprovadores. O problema de não entender a diferença é a falta de vontade de aprender algo que se desconhece.

O desconhecido sempre traz o que não nos pertence para ganharmos um novo sentido.

E porque tanto medo? Porque novos sentidos significam que é preciso se desprender do habitual, daquilo que nos traz segurança e embarcar em algo que não sabemos, mas que pode nos mudar para sempre.

Encontrar sentido na vida é difícil. Alguns se apegam em religião, outros no amor, e assim vai. Viver uma vida em que não se tem um sentido é viver a ermo. Mas porque? Porque nos disseram que precisávamos de um sentido que nos mantivesse. Para nos controlar. Para estarmos na produção em série que mantém as mentes armazenadas em prisões inconscientes.

O desconhecido bate na porta. O diferente quer entrar. O estranho espreita as vidas. E volto a questionar: porque tanto receio? Se somos todos irmãos, iguais perante a natureza, que não discerne negros e brancos, homossexuais e heterossexuais, porque refutar o desconhecido?

Porque negar que existe a diversidade? Porque não aceitar que somos iguais na diferença?

Realmente, o mundo não teria graça se todos tivessem a mesma cara. Mas é muito pior quando permanecemos os mesmos durante todo o percurso. Raul Seixas cantava que preferia ‘ser uma metamorfose ambulante do que ser aquela velha opinião formada sobre tudo, sobre o que é o amor, sobre quem eu nem sei quem sou’.

O mundo permanece o mesmo. Quem mudam são as pessoas, as opiniões, as crenças e descrenças. Não queimamos mais mulheres em fogueiras por acreditarmos que são bruxas, mas ainda queimamos homossexuais e moradores de rua. Ainda há quem mude de calçada quando cruza com um negro na rua. Ainda há quem olhe com estranheza para um casal de mulheres ou de homens. Ainda há quem reprove cabelos coloridos, piercings e tatuagens.

Ainda há quem não aceite pessoas que não tenham religião nenhuma. Ainda há intolerância em todas as esquinas. Intolerância por não compreender que as diferenças sempre vão existir. E não existe maior perda de tempo do que mudar quem nos é estranho. Somos todos estranhos, isto é inerente ao ser humano.

Afinal, atire a primeira pedra quem nunca teve um pensamento obscuro, quem nunca pensou em cometer loucuras, quem nunca quis ser alguém que não poderia ser?



A diferença das fogueiras é que antes a cegueira era comum a todos que viviam na ignorância. Agora, a fogueira arde porque alguns ainda estão com as mentes presas a conceitos que nos foram impostos por outras mentes presas.
Mas, a diferença mais vital é que agora estamos no século XXI e podemos ser quem quisermos escolher para ser.

O feio e o belo existem em todo coração humano. É a nossa mente é a única prisão. É a nossa mente que nos faz refém. Apague a fogueira que incendeia seus pensamentos e acenda o amor. Não adianta apagar incêndios alheios se é o nosso que nos consome.
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