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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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mais de 300 anos

Aniversário de morte de Gregório de Matos é neste dia 26; Boca do Inferno marcou literatura barroca

Foto: Internet

Gregório de Matos

Gregório de Matos

“Boca do inferno”. Assim era conhecido Gregório de Matos Guerra, devido aos textos satíricos em que não poupava governo, falsa nobreza, e nem mesmo o clero. Advogado, mas antes de tudo poeta, nesta terça-feira (26) é aniversário de morte do escritor, que faleceu em 1696, a mais de 300 anos, mas foi o mais importante autor da escrita barroca e até hoje permanece na memória do país.

Patrono da cadeira de número 16 da Academia Brasileira de Letras, Gregório de Matos Guerra viveu em uma época de grande efervescência social, e não poupou sequer os padres, quando corruptos denunciados pela escrita ferina. “Reinóis, degredados, mulatos, emboabas, caramurus, arrivistas e novos-ricos, toda uma burguesia improvisada e inautêntica, exploradora da colônia. Perigoso e mordaz, apelidaram-no de “Boca do Inferno””, ressalta trecho da biografia na Academia Brasileira de Letras.

A influência de sua poesia advém do elemento brasileiro, tendo sido o primeiro poeta a cantar o tipo local, valorizar o produto do meio geográfico e social, e assim, contar histórias e estórias de um Brasil sem fim, do tamanho de Gregório e de sua “Boca do inferno”.

A poesia de Gregório é a maior expressão do Barroco literário brasileiro, no lirismo. Sua obra compreenda: poesia lírica, sacra, satírica e erótica. Quando a imprensa era proibida no Brasil Colônia, as poesias de Gregório corriam em manuscritos, de mão em mão.

300 anos já se passaram e Gregório de Matos permanece eterno na literatura brasileira, e nesta data, mais uma vez, será evocado para dar tom aos que relembram de seus poemas, sem sequer vivê-los.

Aos vícios

“De que pode servir calar quem cala?
Nunca se há de falar o que se sente?!
Sempre se há de sentir o que se fala.

Qual homem pode haver tão paciente,
Que, vendo o triste estado da Bahia,
Não chore, não suspire e não lamente?
Isto faz a discreta fantasia:

Discorre em um e outro desconcerto,
Condena o roubo, increpa a hipocrisia.
O néscio, o ignorante, o inexperto,
Que não eleje o bom, nem mau reprova,
Por tudo passa deslumbrado e incerto.

E quando vê talvez na doce treva
Louvado o bem, e o mal vituperado,
A tudo faz focinho, e nada aprova.
Diz logo prudentaço e repousado:
- Fulano é um satírico, é um louco,
De língua má, de coração danado”, trecho de poema de Gregório de Matos.

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