Olhar Conceito

Domingo, 28 de abril de 2024

Notícias | Literatura

Literatura regional

Emocionado, Eduardo Mahon apresenta seu livro "Nevralgias" ao público; Veja fotos

Foto: Stéfanie Medeiros

Emocionado, Eduardo Mahon apresenta seu livro
No meio da madrugada, ele se levanta, pega seu computador e, ainda de pijama, começa a digitar o que veio a mente naquele lapso criativo. Em uma das últimas vezes que isto aconteceu, ele já estava planejando o final de seu segundo livro. Eram quatro horas da manhã. Sua esposa, adormecida ao seu lado, resmungou algo, perguntando o que tinha acontecido. O advogado criminalista e escritor Eduardo Mahon começou, então, a refletir em voz alta sobre o desfecho de um dos personagens centrais “Doutor Funério e Outras 50 Estórias de Morte”.

Leia mais: Advogado criminalista lança livro com crônicas bem humoradas e poesias que retratam suas experiências pessoais

Mas não é do segundo livro que queremos falar. É do primeiro, que nascido na cama de Eduardo Mahon nas madrugadas cuiabanas, teve sua festa de batizado ontem, na casa de Barão de Melgaço, sede da Academia Mato-Grossense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.

Aos ler um dos poemas preferidos de “Nevralgias”, Eduardo Mahon se emocionou. Sentado na mesa literária ao lado dos acadêmicos mato-grossenses de letras Yasmin Nadaf, Ivens Cuiabano Scaff e Agnaldo Martins, ele cantava em voz baixa junto ao grupo Bione. O repertório era uma homenagem ao poeta Vinicius de Moraes, que dividia a noite de prestígio com Mahon.

Sério e tímido, Mahon não estava com um de seus tradicionais ternos. Vestido com camisa, calças e sapatos pretos, não se levantava para ler seus poemas, mas os lias em voz grave, segurando o choro emocionado para depois que a última linha tivesse entrado nos ouvidos de todos os presentes. E eram muitos. A casa de Barão de Melgaço, com seus bustos e quadros antigos, estava apinhada de pessoas. E a penumbra que envolvia a todos era proposital.

O evento não era um mero lançamento de livro, mas sim um sarau literário a moda antiga, quando os cuiabanos reuniam-se no final da tarde para ler juntos. A luz fraca representava a lua de Cuiabá e todos presentes representavam a cuiabania. E neste espírito o evento seguiu.

Para aqueles que ainda estão se perguntando, Nevralgias (R$ 20), ilustrado pelo artista Adir Sodré, é uma reunião de poemas e contos que Eduardo concebeu de pijamas. Mas não se engane: Embora o impulso inicial sejam aqueles momentos de explosão criativa, cada texto e verso foi revisado, reescrito, reorganizado quase que obsessivamente. A revisão às vezes durava alguns dias, mas podia durar um mês inteiro.

Os textos curtos e bem-humorados originalmente foram concebidos para sair no jornal. Fascinado por jornais, pois é neste veículo que muitos dos grandes escritores do século 19 publicaram seus livros, o fato de seus contos não terem sido publicados onde ele primeiro pensou não impediu que Eduardo continuasse escrevendo.

Sua maior dificuldade, porém, são os poemas. Eduardo acha seus contos mais interessantes e, com modéstia, afirma que na poesia “faz o que pode”. Mas por que continuar escrevendo poesia então? Segundo ele, quem escreve tem necessidade disso. Não é pura inspiração, mas um desejo quase que patológico de se colocar aquele espírito criativo pra fora e conversar frente a frente com ele.

E neste sábado, depois de muitas conversas com seus contos e poesias, Eduardo Mahon os compartilhou com o público, que aplaudia entusiasticamente a cada leitura.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet