Quem nunca leu, assistiu ou pelo menos ouviu falar do aclamado clássico da literatura francesa ‘O fantasma da Ópera’? Uma história que combina romance, mistério, ficção e tragédia, que se passa no século 19, em um monumental e luxuoso edifício da Ópera de Paris, construído entre 1857 e 1874, sobre um enorme lençol de água subterrâneo. Com o objetivo de entender e refletir sobre a obra e seus personagens, a escola de filosófica à maneira clássica Nova Acrópole Cuiabá realiza hoje (05), a partir das 18h, uma palestra com o tema.

A proposta principal é mostrar aos participantes que os ensinamentos trazidos podem ser utilizados como ferramentas de interpretação da própria vida, já que tanto no livro, quanto no filme pelo diretor Joel Schumacher, lembra sobre a luta da consciência humana entre dois planos, dois mundos: o material e o espiritual. Conforme o professor de filosofia Roni Almeida, o enredo analisa ‘quem somos, de onde viemos e para onde vamos’.

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Também fala da existência humana com seus mistérios, provas, ciclos, façanhas, derrotas e vitórias, além de inspirar o movimento filosófico em todos que têm contato com a obra, porque ajuda a abrir os véus da sabedoria através da arte. “O teatro é um antigo símbolo relacionado à existência.

O palco é a vida como podemos conceber. De repente, percebemos que somos atores de um drama: usamos máscaras e figurinos para representar um papel, mas desconhecemos nossa própria natureza, quem dirige o espetáculo, quem está por trás da máscara”.

Roni esclarece ainda que um dos elementos principais do simbolismo clássico é exatamente a máscara, persona para os gregos, com sua característica de ocultar o verdadeiro ator, nossa essência, ao surgir no palco do mundo. Como diziam os próprios gregos, o verdadeiro ator conduz a máscara, mas sabe o tempo todo quem é a máscara, quem é ele; assim são os profissionais da arte dramática, e assim também são os homens conscientes, com sua persona.

Outro fato curioso é que a história retrata dois planos distintos que aparentemente são antagônicos, mas na realidade complementares, visto que um não pode existir sem o outro. Dois mundos, consciente e inconsciente. Um mergulhado nas sombras, tido como obscuro e assustador, mas onde reside a fonte da verdadeira música (harmonia e beleza), responsável por todas as virtudes com que essa ‘cantora’ (consciência) se apresenta ao mundo.

No outro, a superfície, são observadas situações e personagens facilmente reconhecíveis do cotidiano, com seus comportamentos estereotipados: disputa pelo poder, paixões, ciúmes, vaidade, inveja, dúvida e sensualidade. “Alguns personagens são carregados de simbolismo, o Erik, por exemplo, significa grandioso, rico e honrado, poderoso como uma águia, repleto de glória. Representa o Ser, aquele que sempre foi, é e será (o eterno); o espírito por trás da forma e da matéria”.

O Fantasma da Ópera:

Os empregados afirmam que o local se encontra assombrado por um misterioso fantasma, que causa uma variedade de acidentes. O fantasma chantageia os dois administradores, exigindo que continuem lhe pagando um salário de 20 mil francos mensais e que lhe reservem o camarote número cinco em todas as atuações. No decorrer da trama, a jovem inexperiente bailarina (e mais tarde cantora) Christine Daaé, acreditando ser guiada por um ‘Anjo da Música’, supostamente enviado pelo seu pai após a sua morte, consegue subitamente alguma proeminência nos palcos da ópera quando é confrontada a substituir Carlotta, a arrogante Diva do espetáculo.

Christine conquista os corações da audiência na sua primeira atuação, incluindo o do seu amor de infância e patrocinador do teatro, Visconde Raoul de Chagny, mas qual não é a surpresa e o terror da jovem ao descobrir que sua verdadeira inspiração vem de Erik, o Fantasma, que vive no ‘mundo subterrâneo’ e por quem nutre uma crescente fascinação?

Outros personagens também serão analisados, como a própria Christine, o amigo Raoul, madame Giry e Meg Giry, também trechos de músicas que integram o filme baseado em um famoso musical da Broadway, que por sua vez se baseou no romance de Gaston Leroux, publicado na França em 1911, sendo impresso em fascículos nos jornais da época, causando um forte impacto.

Para muitos, o aspecto mais importante do livro é sua atmosfera situada na Ópera de Paris que teria contribuído para criar a atmosfera única e sobrenatural dos grandes efeitos do musical de Andrew Lloyd Webber, que levou a história para os palcos no West End de Londres, em 1987, onde permanece em cartaz, ininterruptamente, até os dias de hoje, sempre com bilheteria esgotada. Seu dinamismo e visual o transformou em uma experiência excepcional.

Nova Acrópole Cuiabá

A escola de filosofia à maneira clássica realiza outra palestra no dia 11 de outubro, às 19h30, com o tema ‘A convivência entre os seres humanos e a chave para a felicidade’.

Quem tiver interesse, uma nova turma de filosofia terá início no dia 18 deste mês, com aulas todas as sextas-feiras, das 19h30 às 21h30. O primeiro nível do curso compreende sete meses, com matérias como Ética, Sociopolítica e Filosofia da História, em que os principais grandes pensadores e filósofos da cultura ocidental e oriental são estudados.
 
Além disso, a escola também proporciona atividades extras para vivências culturais e práticas, como palestras de livros e outros assuntos cotidianos (como lidar com o tempo, falar em público, etc), oficinas de xadrez, de poesia, recitais de poesia e voluntariado.

Outras informações: (65) 3623-8051/8127-4020. Acompanhe nossas

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