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Domingo, 28 de abril de 2024

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Artista britânica conta luta contra anorexia em HQ autobiográfica

Uma artista britânica lançou esta semana uma autobiografia em quadrinhos em que revela sua luta contra a anorexia, um transtorno alimentar que leva à busca incessante pela perda de peso.

Em 'Lighter than my Shadow' ('Mais leve do que minha sombra', em tradução livre), Katie Green, de 30 anos, desenhou todas as ilustrações e escreveu os diálogos à mão, elegendo o preto e branco como a cor dos quadrinhos.

Para ela, esta foi a melhor forma de expressar o clima sombrio e pesado que pairava sobre a família, afetada por sua doença.

Os quadrinhos mostram como Katie enfrentava dificuldades para comer já na infância, quando começou a criar estratégias para despistar os pais.

Uma passagem do primeiro capítulo mostra a menina, de maria-chiquinhas, escondendo fatias de pão no bolso do casaco e aparecendo na cozinha com o prato vazio.

'Muito bem', dizia sua mãe, acreditando que a filha havia tomado o café da manhã. Temendo que os pais vissem o pão no lixo, ela começou a esconder as fatias atrás de uma estante no seu quarto.
Mas acabou desmascarada em um dia de arrumações em que seu pai arrastou o móvel e se deparou com uma montanha de pão.

Autodestruição
O livro sugere que episódios como esse levaram a família a fazer terapia. Em entrevista ao jornal britânico 'Guardian', a artista diz admirar a forma como seus pais e irmã a apoiaram quando ela precisou deixar a escola para ser tratada em casa.

'Deve ter sido horrível para eles ver que eu estava tentando me autodestruir', diz ela.
Com a ajuda de terapeutas e nutricionistas, Katie seguiu uma dieta balanceada e lembra ter encarado a situação como se 'a comida fosse o remédio para sua doença'.

Mas, ao voltar para a escola, no último ano do ensino médio, ela se sentia mais vulnerável do que nunca.
'Esse foi o momento mais perigoso, porque as pessoas achavam que eu estava bem, mas por dentro eu estava desesperada', diz Katie.

Arte como cura
Ela diz ter encontrado a cura após a graduação, quando se matriculou em um curso de arte.
Ter encontrado uma paixão lhe deu pela primeira vez um motivo para querer vencer a anorexia por si mesma e não pelos outros.

'Foi a grande virada', lembra a artista.
Seis anos mais tarde, Katie conta sua história em 504 páginas, mas diz que escrever o livro não foi uma catarse. Há tempos ela não pensava mais no controle obsessivo de sua alimentação e em todas as outras questões que envolvem a doença, e o projeto lhe trouxe memórias de uma época que ela gostaria de esquecer.

'Mas se eu conseguir ajudar famílias a lidarem com a complexidade que é viver com uma adolescente com distúrbio alimentar já terá valido a pena', diz.
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