Revendas ilegais de produtos falsificados sem procedência como a toxina botulínica (botox), hiper diluição e notas frias movimentam o mercado clandestino da estética com a crescente popularidade da harmonização facial. No entanto, é importante estar ciente dos riscos inerentes a certas práticas, como a utilização de produtos hiper diluídos, ou mesmo clandestinos.
Leia também
Carnaval de Cuiabá vai ter banda Cheiro de Amor, pagode, rock, hip hop e programação infantil
O alerta é da professora e doutora Nayara Cerutti, especialista em harmonização facial e speaker da Sinclair Pharma. A preocupação ganha destaque em conferências pelo mundo afora. De acordo com a especialista, a Polícia Civil em São Paulo iniciou investigação do possível mercado clandestino.
Os produtos utilizados em procedimentos de harmonização facial variam em concentração e composição. As promoções muitas vezes se destacam por utilizar produtos hiper diluídos, o que pode comprometer significativamente a eficácia do procedimento. A diluição excessiva pode resultar em resultados insatisfatórios e, em alguns casos, ausência de qualquer efeito duradouro.
“Tem se tornando comum na clínica receber pacientes que se queixam da pouca durabilidade e de deformidades pós procedimentos. Então muita cautela com os procedimentos mais acessíveis, eles podem levar ao comprometimento nos resultados desejados e colocar a sua saúde em risco. A diluição excessiva dos produtos pode não apenas reduzir a eficácia, mas também resultar em resultados desiguais, assimétricos ou, em casos extremos, causar complicações indesejadas”, explica.
Além da diminuição da eficácia, o uso de produtos sem controle de fiscalização apresenta muitos riscos. A possibilidade de reações alérgicas, inflamações, infecções e até mesmo danos permanentes à pele são aumentadas quando a qualidade dos produtos utilizados é comprometida.
“A falta de regulamentação rigorosa em alguns lugares pode permitir a prática desses procedimentos sem a supervisão adequada de profissionais qualificados. Por isso os próprios consumidores precisam ficar atentos, é necessário pesquisar e escolher profissionais qualificados e experientes para realizar procedimentos de harmonização facial bem como questionar sobre os produtos utilizados e sua procedência antes de concordar com qualquer procedimento. E desconfie quando promoção excessivamente atrativa, especialmente aquelas que parecem muito boas para serem verdadeiras, uma forma de se proteger é solicitar a nota do produto e saber se a forma que está sendo manipulado vai de encontro com as instruções do fabricante. Priorizar a segurança e eficácia em detrimento de custos mais baixos”, defende Cerutti.
Existe uma média de valor no mercado para cada procedimento que os profissionais qualificados seguem. Se algo estiver muito abaixo do senso comum desconfie. Ainda segundo a especialista as promoções, ou preços praticados muito além do padrão são tentadoras, mas os riscos associados, que podem levar a complicações indesejadas se tornam posteriormente onerosos aos pacientes.
“Profissionais que estão começando no mercado costumam cobrar preços mais baixos porque ele está aprendendo a executar aquele procedimento, isso faz parte da curva de aprendizado. O problema é quando o valor promocional vem junto com a falta de domínio do mínimo necessário para trabalhar em uma face que é repleta de vasos sanguíneos, nervos e uma complicação grave pode levar a uma temida cegueira e até mesmo a morte”, destaca.
A atenção com os preços, para se ter uma ideia no mercado legal, duas ampolas de Xeomin (o botox do laboratório Merz) custam aproximadamente R$ 956, enquanto nos grupos ilegais, sem procedência garantida, o preço despenca para R$ 500.
“O intuito deste alerta é informar que existe um mercado negro como foi demonstrado pela investigação policial e que se algo está muito destoante do mercado desconfie pois você pode estar colocando a sua saúde em risco. A harmonização facial transforma vidas trazendo mais autoestima e confiança porém à saúde deve estar sempre a frente da beleza”.