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Sábado, 14 de dezembro de 2024

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criada em mato grosso

Videoarte surrealista que explora poesia, imagem e som estreia em sessão gratuita no Cineclube Coxiponés

Foto: Reprodução

Videoarte surrealista que explora poesia, imagem e som estreia em sessão gratuita no Cineclube Coxiponés
O curta "Undual", videoarte repleto de camadas sensoriais que explora a poética surrealista, será exibido pela primeira vez em uma sessão gratuita no Cineclube Coxiponés, na UFMT, em 1º de setembro, às 19h30.  A obra foi dirigida em conjunto pela artista visual Vitória Tami e pelo cineasta João Pedro Régis. Depois da exibição, o curta mato-grossense deve circular em festivais e mostras de cinema pelo Brasil. 


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“Undual” constrói uma trama de imagens, sons e poesia que dão vida às personagens Carlos e Miita. A narrativa retrata as dicotomias das relações humanas, conectando-as através do sentimento, mesmo à distância física.

Embora não compartilhem sempre o mesmo espaço, as ações dos protagonistas se sobrepõem, ligadas pela emoção. A obra utiliza elementos visuais como caixas, linhas e texturas, em conjunção com a sonoridade, para criar um cenário que mergulha o espectador em um espaço de memórias, trajetos e dualidade.

João Pedro explica que o filme reflete sobre o processo de perda de identidade que pode acontecer no amor romântico. Para ele, o principal ponto do videoarte é marcar as diferentes subjetividades. 

"É um pouco através disso que Carlos e Miita são dois opostos. Tem o momento da animação stop-motion no filme em que eles se fundem, os cenários se fundem e depois da animação invertem. Então eles entram um no outro, calçam os sapatos do outro, e dessa forma não perdem a essência, mas abrem um pouco o horizonte e a maneira de enxergar”

O começo da construção da videoarte foi ainda durante a pandemia, em um processo íntimo dos idealizadores do projeto, Tami e João, como casal. A criação de “Undual” foi um exercício de escrita surrealista, uma experimentação poética em pares, onde cada um dos sujeitos escreveu oito palavras, uma em cada linha. 

Depois de trocarem os papéis entre si, cada um ficou responsável por completar as palavras com a primeira frase que viesse na cabeça, revezando as linhas. Através desse experimento, nasceu uma poesia do afeto e da empatia: duas pessoas se relacionando e afetando pela presença e palavras do outro.

Elementos visuais e sonoros se entrelaçam ao longo do curta, gerando camadas de significados dispostas à reflexão e a interpretação do espectador. Essa é a força motriz da videoarte, uma forma de expressão visual que vai além das limitações tradicionais, envolvendo o público em um processo interpretativo e emocionalmente imersivo.

O mesmo princípio guiou todo o processo criativo por trás do curta-metragem. Cada camada presente em "Undual", desde a construção cenográfica, maquiagem e figurino, assim como o conceito e execução do som, foram construídas incorporando os sentimentos e desejos de cada uma das profissionais que estiveram envolvidas. 

“No momento da fusão de Carlos e Miita é legal ressaltar que eles não deixam de ser eles mesmos, e dessa forma aconteceu entre a equipe no projeto também. A gente se fundiu para que cada um pudesse somar com sua subjetividade, seu olhar”, afirma Tami.

Para Manoel Vieira, que assina a direção de arte do curta-metragem, o processo criativo dessa linguagem audiovisual, em particular o experimento surrealista que originou todo o projeto, foi terreno fértil para as ideias.

“Considerando a videoarte nesse processo de muitas camadas de muita abstração, acaba sendo muito interessante pra gente enquanto diretor de arte ter aí infinitas possibilidades de incluir a nossa subjetividade dentro do processo deles”. 

De acordo com os realizadores, as iniciativas que seguem a linguagem da videoarte são raras em Mato Grosso, devido aos desafios inerentes à produção audiovisual experimental. A realização de “Undual” foi viabilizada por meio do Edital Cinemotion do MT Criativo 2021, promovido pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Estado de Mato Grosso (Secel-MT). Tami destaca que a oportunidade nesse contexto impulsionou ainda mais a concepção do projeto, tensionados a produzir e popularizar uma possibilidade de expressão mais autêntica.

FICHA TÉCNICA DA OBRA

Produção: Isabella Betina
Produção Executiva: Emilia Top’Tiro
Direção e Roteiro: João Pedro Régis e Vitória Tami
Assistente de Direção: Paulo Victor Vidotti
Direção de Fotografia: Sophia Cardoso
Assistente de Câmera: Tammy Otomura
Direção de Arte: Manoel Vieira
Assistentes de Arte: Gabriella N. Ritterbusch, Henrique Souza, Matheus Alves, Marcella Peroni
Maquiagem: Holly Holly
Produção Sonora e Mixagem: Bruno Taveira
Foley e Sonoplastia: Isabella Betina, Lívia Freire, Vitória Tami, Caio Mattoso
Fotógrafo Still: Gabriel Venske
Edição e finalização: João Pedro Régis
Assessoria de Imprensa: Pedro Mutz
Social Mídia: Amanda Fabris
Arte Digital: César Machado
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