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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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ALTO XINGU

Danni Suzuki e filho passam mais de uma semana em Mato Grosso trocando vivências com povo Mehiniaku; veja

Foto: Reprodução Instagram Danni Suzuki

Danni Suzuki e filho passam mais de uma semana em Mato Grosso trocando vivências com povo Mehiniaku;  veja
Durante dois dias de cerimônia os habitantes do alto Xingu, em Mato Grosso, realizam o Kwarup: um ritual de celebração dos mortos realizado entre as diferenças etnias da região. De acordo com o mito, Mawutzinin, desejando ressuscitar os mortos, entrou no mato e cortou três troncos de Kwarup, fincando-os no centro da aldeia. O rito celebra a memória dos mortos para liberar suas almas ao mundo espiritual. Os atletas guerreiros que participam competem entre cada etnia na arte marcial Huka-Huka, seguida de lutas grupais para os jovens.

Neste ano, o povo Mehinaku realizou o culto em sua aldeia, próxima ao município de Porto dos Gaúchos (535 km de Cuiabá). Atriz, jornalista e apresentadora, Danni Suzuki e seu filho de 11 anos, Kauai, fizeram uma verdadeira imersão junto aos povos e estiveram no alto Xingu por mais de uma semana trocando vivências em que participaram das celebrações. 

 

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Kauai, inclusive, lutou huka-huka, um ritual tradicional para testar a força de jovens. No amanhecer do dia posterior ao rito Kwarup, os campeões de cada povo se enfrentam em competições de huka-huka. Após o combate entre os adultos, grupos de jovens também se enfrentam para provar sua virilidade.

“O coração da mãe ficou na boca mas incentivei ele ao máximo a seguir até o fim. Quando acabou ele disse que estava se sentindo mais forte do que quando chegou na aldeia. No final do cerimonial, os troncos são lançados no rio, simbolizando a libertação da alma”, escreveu a atriz em alusão a participação de Kauai na cerimônia.
 
Danni Suzuki compartilhou em seu Instagram alguns registros da viagem que fez para retornar a Reserva Indígena do Alto Xingu, no Mato Grosso, onde morou há doze anos atrás junto com os Mehinaku.
 
Nas imagens, a atriz e o garoto aparecem com as pinturas tradicionais do povo e com seus moradores. Eles imergiram cultura, participando dos rituais, atividades diárias, trocando de experiências e vivência.
 
Danni chegou a retirar um bichinho que entrou no pé de Tamari, um garoto Mehinaku, usando dente de peixe. Kauai pescou no rio junto com as crianças da aldeia, coloriu e lutou.
 
Na troca de experiências, Dani ainda chegou a levar seu projetor para colocar filmes e desenhos. “A alegria durava um filme só por noite, pois logo não tínhamos mais luz”, comentou.
 
Ela comentou como foi a experiência em um post de despedida. “Espero voltar logo para abraçar muito meus amigos e acompanhar o crescimento dessas crianças. Muita gratidão por cada minuto na aldeia. Nosso país é tão lindo! Escolher estar próximo da nossa cultura, valorizar as nossas riquezas e abraçar o que temos de mais lindo sempre será uma sábia escolha!”.

Mehinaku

Habitantes da área cultural região conhecida como Alto Xingu (englobada pelo Parque Indígena do Xingu), os Mehinako são parte de um amplo complexo de povos pouco diferentes entre si. O sistema especializado de trocas comerciais, os rituais intersocietários e os padrões de intercasamento a um só tempo enredam e particularizam os Mehinako das demais etnias que os circundam.

Entretanto, em meio às suas semelhanças com outros povos alto-xinguanos, os Mehinako se consideram antes de tudo Mehinako, e se orgulham de ser uma comunidade humana especial.

Os Mehinako são participantes assíduos no sistema de trocas dos povos do Alto Xingu. De certo modo semelhantes a alguns dos outros grupos alto-xinguanos, eles dividem o mundo dos humanos em três categorias: wajaiyu, kajaiba e putaka.

De acordo com os Mehinako, todos os povos alto-xinguanos, putaka, têm uma só origem. Todos, dizem os Mehinako, "comem as mesmas comidas". Os wajaiyu são os "índios selvagens", que vivem além das fronteiras do mundo alto-xinguano, e com os quais convivem desde a chegada dos irmãos Villas-Bôas e a criação do Parque.

No passado, os Mehinako haviam sofrido ataques dos Ikpeng, Suyá e outros povos wajaiyu que haviam atacado os alto-xinguanos em busca de mulheres e de vasos de cerâmica. Uma aldeia histórica mehinako localiza-se em um sítio onde um Suyá foi morto por residentes furiosos. Por isso é chamada ainda hoje de lugar dos Suyá (Suyapuhi).

Com informações, "Povos Indígenas no Brasil"
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