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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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CAPACITAÇÃO

Cuiabá se torna "palco" de grandes instrumentistas da música de concerto no Brasil

Foto: Divulgação

violoncelista Richard Gonçalves

violoncelista Richard Gonçalves

Cuiabá vem cada vez mais se firmando como centro de expressão da música erudita. Os instrumentistas deste estilo, além de apresentações na capital, também têm ministrado oficinas a crianças e jovens que se lançam no aprendizado da música.

Três presenças marcaram recentemente a vida de estudantes de música e da plateia cuiabana.

Na semana passada, Cláudio Torezan alinhou a agenda e deu oficina de contrabaixo aos alunos do Instituto. Ainda atuou junto à Orquestra do Estado de Mato Grosso em concerto no final de semana, que tinha como solista, o acordeonista Toninho Ferragutti.

Na plateia, outro grande nome da música erudita no Brasil, o clarinetista Luiz Montanha acompanhava tudo de perto, junto ao presidente do Instituto Ciranda, o maestro Murilo Alves. Montanha também ministrou oficina aos alunos da instituição.

Nesta semana é a vez do jovem e talentoso violoncelista Richard Gonçalves, que vem de São Paulo para repassar seus conhecimento da música a estudantes de Cuiabá. Além de transmitir conteúdo, ele também troca vivências com os alunos.

A demanda por profissionais deste timbre cresce na capital, especialmente por conta da atuação do Ciranda, que vem formando cada vez mais alunos e dando origem a vários outros organismos musicais, como big bands, cameratas e orquestras. Sem contar que várias outras organizações têm se dedicada à ampliação de plateia.

Pela primeira vez em Cuiabá, o clarinetista Luiz Montanha comemorou a interação com os estudantes do Ciranda. “Comecei a tocar aos 12 anos e agora estou aqui, de frente a eles ministrando uma oficina. É importante que eles tenham esse parâmetro, para ver que o que parece ser longínquo está mais próximo deles do que imaginam. Comecei igual a eles”.

Montanha ressalta que é importante agarrar-se à oportunidade que eles têm agora. “Eles têm que agarrar essa chance e buscar cada vez mais conhecimento”. Atitude que o clarinetista do Teatro Municipal de São Paulo persiste até hoje. Ele é também professor de música na Universidade de São Paulo (USP), fez mestrado, doutorado em “Práticas Interpretativas” e busca sempre ampliar seu horizonte.

“Cada vez mais se abrem leques para a performance dentro da academia”, destaca.

Montanha aconselha os estudantes e profissionais da música a buscar sempre a ampliação do conhecimento. “É preciso se inteirar da cultura, ouvir de tudo, ler, assistir. É preciso ter consistência cultural para se expressar. Tocar todo mundo pode, mas só o artista tem a capacidade de se expressar e, para ser artista, é preciso se inteirar de tudo o que está acontecendo social e politicamente para entender a situação e ver qual o papel dele. Não adianta só estudar música, tem que ter uma visão ampla”, ressalta.

E é por isso que Montanha possui uma carreira intensa e plural. “Gosto de orquestra, mas por vezes o músico acaba se perdendo naquele universo todo, por isso, aprecio muito tocar em cameratas, com número de músicos reduzidos, em quartetos ou quintetos”.

E neste segmento, ele dedica-se a produzir música contemporânea com novas linguagens e técnicas. Dentre estes, pontua-se o trabalho que desenvolve junto ao grupo Sujeito a Guincho.

“Agradeço a essa nova oportunidade que o Ciranda me deu, de dividir com os alunos minhas ideias, minha música e agradeço ao convite da musicista Jéssica Gubert, que foi minha aluna em um festival de férias em Poços de Caldas, onde surgiu o convite para vir para cá”, diz Montanha, respirando novos ares e estimulando músicos cuiabanos em formação.
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