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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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Saints of Valory leva som de arena ao Rock in Rio com 'músicas para 2015'

Há quatro anos longe do Brasil, o baixista e vocalista Gavin Jasper já tropeça em algumas palavras em português. Com sotaque um pouco carregado, o brasileiro conta por telefone ao G1 sobre sua banda Saints of Valory. O quarteto formado em Austin, no estado americano do Texas, foi escalado de última hora para o Rock in Rio. Toca no dia de Muse e Florence and the Machine, em 14 de setembro.

Segundo Jasper, a banda conseguiu a vaga por conta de seu "rock de arena", que chamou a atenção da organização do festival. Vai tocar após o Offspring, no Palco Sunset. Terão 40 minutos para mostrar as canções de "Into The Deep", primeiro disco do grupo, ainda sem previsão de lançamento no Brasil. Mesmo desconhecida por aqui, a banda não terá dificuldades para agradar quem morre de amores por The Killers e Coldplay. O Saints of Valory tem a seu favor músicas como "Neon eyes", "Providence", "Kids" e "Long time coming", essa com "um ritmo de samba", avisa o músico, empolgado com o primeiro show da banda fora dos Estados Unidos.

CD de estreia do Saints of Valory é produzido por Joe Chiccarelli (U2, Elton John e White Stripes)
G1 - Como foram parar no palco Sunset?

Gavin Jasper - O Rock in Rio decidiu abrir um horário entre Offspring [Sunset] e Muse [Palco Mundo]. Já tinham falado com a gente que gostam da banda. Queriam abrir as portas do Brasil para nós. É uma honra tocar no festival.

G1 - Vocês tocam no dia de Muse e Florence + the Machine. É o dia mais rock alternativo e indie. É o perfil dos fãs da banda?

Gavin Jasper - É o dia perfeito para nós. Já fizemos festivais com essas bandas. Tocamos com o Muse há quatro meses, em Atlanta (Estados Unidos), durante um festival de basquete colegial, que tinha também o Sting. Vai ser um dia superespecial...

G1 - Quem gosta de vocês gosta de bandas como Killers, Muse, Coldplay?
Gavin Jasper - Eu acho que mais do que Coldplay, tocamos para fãs de U2, Muse... Bandas de som grande, rock de arena. As que tentam fazer o público ficar levantado. Escutamos coisas diferentes na banda. Mas é isso que sai naturalmente. O que ouvimos é indie, europeu. Mas quando tocamos é este estilo, mais arena.
G1 - O que você fez antes do Saints of Valory e por que saiu do Brasil?

Gavin Jasper - Nosso guitarrista morou 13 anos aí. O tecladista foi de férias e acabou ficando quatro anos. No Brasil, trabalhei com Roberto Menescal em projetos de bossa nova, em inglês. Éramos músicos em outras atividades. A banda é algo velho que deu certo.

Há oito anos, todo mundo era emo, e hoje ninguém mais quer ouvir. Hoje só ouvem Lumineers e tal... Você tem que tentar ser original, ir além do seu tempo. Escrevo músicas para 2015, não para 2012"
Gavin Jasper, do Saints of Valory

G1 - Como será o show?
Gavin Jasper - Nosso set vai ser de 40 minutos. Tem uma música que vamos tocar que tem um ritmo de samba, "Long time coming". Teremos uma ou duas covers. A garantida é de um hit do YouTube. Uma menina da Nova Zelândia, chamada Lorde... É "Royals".

G1 - Austin é uma boa cidade para se ter banda?
Gavin Jasper - Para lançar banda nova é uma das melhores do mundo. Há tantos lugares para tocar... Não vi nada igual. As bandas se ajudam, fazem eventos juntos. Para independentes, é perfeito.
G1 - Você chegou a compor em português?
Gavin Jasper - Tenho ideias para escrever em português. Mas veio naturalmente em inglês. Estamos pensando em traduzir algumas músicas para lançar em português. É uma coisa que é bem possível de acontecer. Já começamos.
G1 - Como foi trabalhar com o Joe Chiccarelli?
Gavin Jasper - A gente admira os artistas com que ele trabalhou, como Racounters, White Stripes, Elton John, U2, Jason Mraz. Ele tem histórias pra contar, experiência. Foi bom para nosso primeiro disco. Não é só produtor, mas um dos melhores engenheiros de som. Ele queria puxar a gente para inventar sons, coisas diferentes do que fazíamos antes. Arriscamos um pouco mais.

G1 - Há quanto tempo saiu do Brasil?
Gavin Jasper - Eu estou fora do Brasil há quatro anos e voltei duas vezes. Vai ser especial o Rock in Rio, porque minha família vai ver a banda pela primeira vez. Tocamos vários dias em festivais, mas é o primeiro fora dos Estados Unidos. Ninguém sabe como vai ser. Vai ser importante.
G1 - Vocês já se chamaram Diana. Por que mudaram de nome?

Gavin Jasper - Esse projeto só foi por alguns meses, bem no início. Queríamos um nome mais original, que você bota no Google e já encontra, não existe outro. Diana foi uma coisa de começo.

G1 - Após poucos hits roqueiros, agora parece haver uma leva de bandas que tentam levar o rock um pouco mais indie ao mainstream, como Imagine Dragons, Fun, Lumineers. Estar na parada é um objetivo do Saints of Valory?

Gavin Jasper - Não é o foco. Tudo no pop rock é uma fase. Há oito anos, todo mundo era emo, e hoje ninguém mais quer ouvir. Hoje só ouvem Lumineers e tal... Você tem que tentar ser original, ir além do seu tempo. Escrevo músicas para 2015, não para 2012. Escrevo olhando para frente.
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