Quarenta e cinco mil reais. Este é o montante que cada um dos quatro blocos carnavalescos de Cuiabá com as melhores notas vai receber depois do desfile oficial, que acontece na terça-feira (13), 40% a menos do que no ano anterior. A diminuição do prêmio se deve, segundo o secretário dos 300 anos, Junior Leite, à crise no Governo de Mato Grosso, e à decisão do governador Pedro Taques de não pagar as emendas parlamentares destinadas ao financiamento do carnaval 2018 nos municípios de Mato Grosso. 

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A declaração foi dada pelo secretário durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (7), na sede da Prefeitura. Na ocasião, o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) não esteve presente. Segundo Junior, 100% do carnaval cuiabano, incluindo o prêmio dos blocos, foi financiado pela iniciativa privada.

“Quero lembrar a vocês que este ano o carnaval não tem recursos do Governo do Estado via emenda parlamentar, os recursos são todos da iniciativa privada, e com uma ajuda da Assembleia Legislativa em estrutura, inclusive a premiação dos blocos”, disse. “Estou dizendo isso porque ano passado foram pagos R$300 mil de premiação pros blocos, e foi via emendas parlamentares. Esse ano, em virtude da crise do governo, não foi possível pagar a mesma premiação. Então, o prefeito Emanuel pinheiro renegociou essa premiação - ainda assim achando que deveria ser mais, mas em virtude da nossa crise, da nossa condição financeira - para fazer o pagamento de R$180 mil, que vai ser dividido entre os quatro primeiros colocados”.

O carnaval cuiabano vem em uma decrescente. Em 2017, desfilaram nove blocos, sendo seis do ‘grupo especial’. Neste ano, serão apenas cinco: Unidos do Araés, Boca Suja, Melados, Afoxé Olá Olá e Império Casa Nova. “Eu vejo com muita tristeza essa questão cultural. Eu não sei se isso também não parte de boa parcela da população que pensa, principalmente nesse momento de crise, que, quando um prefeito ou um representante do poder público fala que não vai fazer porque está em crise, fala, ah não, é isso mesmo”, comenta o diretor de harmonia do Unidos do Araés, Cleyton Normando da Fonseca. “Ficou pobre demais. Você tinha [antes] Escolas de Samba e Blocos em vários lugares, hoje praticamente ficou confinado no CPA, Araés e Dom Aquino. Antes tinha no Pedregal, o Porto era forte, tinha bloco e Escola de Samba... e foi caindo porque não tem grana. Porque não é barato manter um bloco”, lamenta.

A decisão de Pedro Taques em não enviar as emendas parlamentares destinadas ao carnaval aconteceu no último mês de janeiro, sob a justificativa de que  o governo de Mato Grosso passa por grave crise financeira e que destina recursos às áreas prioritárias. Na Lei Orçamentária Anual (LOA), cada deputado estadual tem direito de R$ 5,7 milhões, dos quais 6,5% devem ser aplicados em atividades da cultura.

No carnaval cuiabano, segundo Junior Leite, o montante investido ainda não foi finalizado, mas gira em torno de R$700 mil. O patrocinador que possui a maior cota, ‘diamante’, é a cervejaria Skol.

O desfile dos blocos carnavalescos acontece na terça-feira, dia 13, a partir das 20h. Neste ano, ele acontece em frente ao Museu do Rio. “Foi um pedido do Corpo de Bombeiros que não houvesse, em virtude da quantidade de gente, estruturas metálicas montadas no perímetro do circuito onde tem o show. Então nós estamos montando toda essa estrutura ao lado do Museu do Rio, ao lado do corredor que sai na Praça. Isso só para terça-feira. Nos outros dias toda estrutura é na Orla do Porto”, explica o secretário.