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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Zumbi sensual é musa dos filmes B

Os zumbis nunca estiveram tão em alta na indústria cultural. Eles passaram de personagens de filmes B para uma série de grande status na TV fechada, a recente The Walking Dead. Após o diretor George Romero apresentar em 1.968 com o filme “A Noite dos Mortos Vivos” toda a etiqueta de como um zumbi deve se portar, diversos outros títulos surgiram para beber do sucesso que os mortos canibais faziam nas grandes delas. Obras não faltam, mas irei dedicar esse artigo a apenas uma.

No meio da década de 80, o diretor Dan O'Bannon lançou “A Volta dos Mortos Vivos”, série que rendeu mais quatro sequências. Desses cinco filmes, o que mais me chamou a atenção foi o terceiro que não recebeu sequer um subtítulo. O “A Volta dos Mortos Vivos III” me conquistou pela ousadia da produção em tentar fazer um filme sério com um roteiro totalmente absurdo. Se deu certo? É claro que não, porém, o mais importante é que a película diverte.

Desta vez com a direção de Brian Yuzna (O Dentista, A Noiva do Re-Animator), o filme narra a história de amor de um casal de adolescentes. Curt (J. Trevor Edmond) e Julie (Melinda Clarke), após invadirem uma base militar, descobrem que os mortos podem retornar à vida se expostos a um gás misterioso. O responsável pela pesquisa é o pai de Curt que, devido desentendimentos profissionais, é transferido para outra cidade. Não querendo se separar de Julie, os dois resolvem fugir. É claro que até aí, o casal já fez diversas juras para o espectador desconfiar o que irá acontecer.

Em um acidente de moto, Julie acaba falecendo e o namorado tem a ideia de ressuscitá-la com o gás. A experiência dá certo e Julia vira uma zumbi com fome de cérebros humanos. Um dos pontos altos do filme é, com certeza, a transformação da moça em um cadáver punk e sensual. Durante toda a longa metragem, os dois demonstram carinho remetendo à prática da necrofilia. O “A Volta dos Mortos Vivos III” pode ser considerado um Romeu & Julieta pervertido com doses de humor negro e nudez, embora a carne da garota esteja apodrecendo.

Nos fóruns que debatem filmes de terror, Julie sempre ganha fácil dos monstros mais sexys do cinema fantástico. Isso mostra o quanto a arte mexe com o âmago humano. Realmente, há gosto para tudo!

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