O projeto que busca dar um up grade na música autoral em Cuiabá e que tem como “sede” o palco do Clube Esquina Bar, todas as quintas-feiras, às 22 horas, tem cooptado cada vez mais bandas e ampliado plateia. A proposta é multiplicar a ideia e estimular, público e até bandas que tocam “for fun”, um espírito criativo e combativo que impulsione o investimento em músicas próprias.

Banda de blues Lord Crossroad estreia projeto de música autoral no Clube de Esquina

Para edição de hoje, ficou reservada a participação de uma banda feminina de rock´n roll, a Esmalthes e ainda, a Engenho de Dentro com seu repertório pautado pelo conceito de Introspecção e Transcendência. “Olha para dentro quando criar e vá além na hora de executar”.



Quem explica é o vocalista da banda, Roger Dario. “Investimos sempre em música própria, porque é uma maneira de acreditar na nossa criatividade. Sendo assim, a proposta do evento vai de encontro à da banda. Acho que a iniciativa tende a fomentar uma demanda de consumo musical autoral que até então estava às traças. As bandas deixaram de acreditar no próprio som por causa da onda de cover estar em alta”.

Para o baixista Dewis Caldas – que escreve a coluna de música Mé Coado no Olhar Conceito – este show tem um gostinho despedida, mas com prazo para retorno. Ele viaja para a Itália para fazer um curso de cinema, enquanto isso. Seus companheiros o esperam. “Então, vai ser massa o show porque estamos finalizando a gravação do disco, e as musicas se acertaram mais e os arranjos também. Além disso, vou viajar né, aí e tipo uma despedida, revendo boa parte das músicas inclusive que não tocamos faz tempo, do repertório mais antigo”, completa.

O cantor, compositor e violonista, Caio Mattoso, que se apresentou na quinta-feira passada ficou entusiasmado com o projeto. “Fizemos um som incrível de músicas mais recentes e antigas também. Eu, Joseph e Maykonn, o público foi generoso e muito receptivo. O projeto tem tudo para dar certo”.



O projeto saiu de mentes inquietas, como a dos músicos da Lord Crossroad. O baixista Jean Bass, a propósito, é ativista pró-música autoral e ainda por cima, tem vivência. “Sou de uma época que bandas nasciam e começavam compondo musicas, do jeito que sabiam tocar mas de cara já estreavam com suas próprias composições, tocamos músicas dos outros, os chamados covers, porém o compromisso sempre foi compor e apresentar seu próprio trabalho, a cena rock cuiabana sempre teve bandas boas, com ótimas composições e que atraiam um bom publico aos shows”, resgata.

Mas com estudo de caso, Jean afirma que nos últimos anos este foco foi se perdendo. "Muitas bandas e músicos bons da nossa cidade usam tempo que poderia ser usado para composição para tocar musicas dos outros, deixando de se dedicar ao autoral. Isso fez com que o publico ficasse pouco exigente e as bandas não fossem mais valorizadas pelas suas músicas e sim por quem fazia o tributo ou o cover das mais tocadas”, alerta.

O Clube de Esquina Bar fica na esquina da Marechal Deodoro com Marechal Floriano Peixoto.