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No exercício do Cinema, mas sem deixar de lado a ternura: Pocahontas além da Disney

12 Jun 2013 - 16:57

Felippy Damian - Especial para o Olhar Conceito

Foto: Reprodução

No exercício do Cinema, mas sem deixar de lado a ternura: Pocahontas além da Disney
No dia dos namorados deixo uma sugestão de filme para ser visto em par, seja este par como for. Quem quiser ver o filme sozinho não perde tempo, talvez até esqueça que está sozinho. E sim, é a Pocahontas o personagem principal, mas não vá esperando “um certo” desenho animado produzido por uma gigante do entretenimento infantil. O que recomendo hoje é o filme “O Novo Mundo”, de 2005.

Terrence Malick é daqueles sujeitos bem singulares. Formado em filosofia no renomado MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o cineasta não é dado à exposição e por isso tem optado por uma reclusão um tanto rara no cinema norte-americano. Mas com certeza Malick não comporia seus traços de autoria se não tivesse tantas peculiaridades, impressas como digital em seus trabalhos. Para alguns esses traços podem soar enfadonhos por sempre terem algo que remete à espiritualidade e, principalmente, à filosofia.

Os planos mais longos aliados à montagem de sequências curtas, que em boa parte apresentam a natureza, parecem ser extremamente propícios para a contemplação e, posterior, reflexão durante o filme. O propósito de dividir uma experiência é a opção escolhida pelo diretor quando poderia apenas mostrar a experiência vivida por terceiros, no caso o amor fictício entre os personagens históricos Capitão John Smith (Colin Farrell) e Pocahontas (Q'Orianka Kilcher).

São eles os protagonistas da história que conta como os colonizadores ingleses chegam aos Estados Unidos, no estado de Virgínia. O conflito entre nativos e europeus não será o fio condutor da trama, embora seja sempre interessante e oportuno que as artes, como cinema, pronunciem-se diante de crimes históricos, como a dizimação de vários povos e culturas por outros belicamente mais fortes.

O roteiro nos apresenta sempre personagens deslocados em um novo mundo. Primeiro o Capitão Smith, entre os nativos, quando é feito prisioneiro e escapa da morte pela filha mais bela e mais amada do rei local, a adolescente Pocahontas. Aqui, também motivado pelo amor, o inglês se adapta à nova cultura, ao mesmo tempo em que ensina a amante a sua língua.

Num segundo momento, Pocahontas é quem se confronta com uma nova cultura. Depois de trair o seu povo, a índia é trocada com os colonizadores. Porém com o rompimento da relação com o Capitão, que é designado para outra missão, distante dali, ela passa por uma depressão: já não faria tanto sentido a nova cultura sem a pessoa amada.
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