Para aqueles que estão cansados dos “blockbusters” dos cinemas de Cuiabá, uma alternativa: Será exibido nesta terça-feira (15), às 19h, no Cine Sesc Arsenal, o filme “Antoine e Collete” (Antoine et Colette, França, 1962, 32 minutos). A história começa quando Antoine Doinel já está crescido, mora sozinho e trabalha em uma gravadora. Sua paixão pela música o apresenta ao seu primeiro amor.
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Cada sessão é iniciada com informações sobre o filme programado. Após exibição, os participantes conversam sobre o filme e depois são convidados a tomar um gostoso cappuccino oferecido pelo Sesc Mato Grosso.
No curta-metragem, Truffaut resgata o personagem Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud), agora com 17 anos e vivendo uma vida independente em Paris após cumprir pena em um rígido reformatório. Ele trabalha numa gravadora e continua se encontrando com René (Patrick Auffay), seu jovem parceiro de aventuras em “Os incompreendidos”. Doinel se apaixona por uma bela jovem, Colette, e confunde amizade com romance, enfrentando o descaso da garota.
Originalmente, o filme fez parte da coletânea “L’Amour à Vingt Ans” (“Amor aos 20 Anos”), que reuniu cinco jovens diretores de cinco países e suas visões pessoais do amor em curtas e médias metragens.
Truffaut expõe a dificuldade de entender o sexo oposto e, por conseguinte, os relacionamentos. A partir dessa sequência passamos a acompanhá-lo em diversas fases de sua vida - aqui, num romance de formação e amor adolescente.
Sobre o “Imagens em Pauta”
Em abril, o Imagens em Pauta exibe “As aventuras de Antoine Doinel”, série que acompanha a vida do personagem homônimo, da infância à vida adulta. Sempre interpretado por Jean-Pierre Léaud (ator que tornou-se célebre pelas colaborações com Truffaut), vemos Doinel na passagem à adolescência em “Os incompreendidos” (1959), na juventude em “Antoine e Colette” (1962) e “Beijos Roubados” (1968) e vivendo os dilemas da vida adulta em “Domicílio Conjugal (1970) e “O amor em fuga” (1979).
Os filmes são dirigidos por François Tuffaut (1932-1984), expoente da Nouvelle Vague francesa. Considerado um dos grandes ícones da história do cinema, em quase 25 anos de carreira como diretor Truffaut dirigiu 26 filmes, conseguindo, em quase toda sua trajetória, conciliar o reconhecimento de público e crítica. Além da direção cinematográfica, Truffaut também foi crítico de cinema, roteirista, produtor e ator.
Entre seus personagens mais célebres estão o cineasta Ferrand de “A noite americana” - filme de 1973, do próprio Truffaut, em que ele homenageia os bastidores do cinema - e o cientista Claude Lacombe, no filme “Contatos imediatos do terceiro grau”, de Steven Spielberg, de 1977.
Antoine Doinel é apontado como alter-ego de François Truffaut. O cineasta teve infância e adolescência bastante sofridas: nunca conheceu o pai biológico, foi rejeitado pela mãe e criado pelos avós maternos até os 10 anos. Ia mal na escola, até abandoná-la, quando começou a praticar pequenos furtos.
A essa altura, já era um apaixonado por cinema. Aos 14 anos, fundou um cineclube que não durou muito tempo, mas levou-o a conhecer o então já renomado crítico de cinema André Bazin. Bazin encantou-se com Truffaut e tornou-se tutor intelectual e espécie de pai adotivo do cineasta. Truffaut dedicou “Os incompreendidos” a Bazin, que faleceu um dia após o início das filmagens do longa. Como crítico e depois como cineasta, Truffaut revolucionou o cinema e seu legado continua a inspirar pessoas no mundo inteiro.
O filme integra programação do oitavo ano de exibições do “Imagens em Pauta”, projeto realizado pelo Sesc Mato Grosso em parceria com a Pró-reitoria de Cultura, Extensão & Vivência, Cineclube Coxiponés e Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
