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Domingo, 05 de maio de 2024

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Belas Artes promete ingresso mais barato e meia-entrada às segundas

O Cine Belas Artes, que deve ser reaberto até o fim de maio, terá entre os atrativos ingresso mais barato e meia-entrada às segundas-feiras, de acordo com os responsáveis pelo projeto do novo espaço. O tradicional cinema na Rua da Consolação, próximo da Avenida Paulista, está fechado há três anos por falta de financiamento.
A negociação que foi fechada ainda tem muitos pontos. Tem espaço para a gente baixar mais ainda"
Clauir Luiz Santos, diretor de comunicação e marketing da Caixa
Durante anúncio de acordo entre a Prefeitura, a Caixa Econômica Federal e o Grupo Caixa Seguros, ocorrido na noite de terça-feira (28), o diretor de comunicação e marketing da Caixa, Clauir Luiz Santos, disse que o preço do ingresso será ao menos 20% mais barato do que outros cinemas da região. “Vinte porcento para nós, que somos um banco social, é muito pouco", disse. "A gente pediu que o ingresso fosse mais em conta. Mas a negociação que foi fechada ainda tem muitos pontos. Tem espaço para a gente baixar mais ainda."
Para efeito comparativo, o Reserva Cultural, que fica no número 900 da Avenida Paulista, tem ingressos cujos valores integrais variam de R$ 20 (preço promocional às quartas-feiras) e R$ 28. Outro famoso cinema da região, o Cine Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, tem ingressos que vão de R$ 18 (de segunda a quinta) a R$ 24.

"Garanto que no máximo, no máximo, o ingresso maior vai ser R$ 20”, disse André Sturm, administrador do Belas Artes, nesta terça-feira. “O Belas Artes não é um negocio, é um projeto."
Os produtos vendidos na bomboniere, como pipoca e doces, também terão preços mais baixos, cerca de 10% menores do que os praticados nos cinemas da Avenida Paulista. “Também oferecerá meia-entrada para todos os trabalhadores às segundas-feiras. E terá uma sala para incentivar o cinema brasileiro”, afirmou o secretário municipal da Cultura, Juca Ferreira.
Para ele, o Belas Artes “é uma espécie de patrimônio afetivo da cidade”. Ele lembrou o apelo popular para que o estabelecimento fosse reaberto. “Foram 100 mil assinaturas pedindo a reabertura quando eu cheguei na Prefeitura.”
O secretário afirma que foi um processo delicado de recompor uma relação. "Sabe que parceria econômica parece casamento. Quando o divorcio é litigioso é mais complicado. Por isso que demorou", disse. “Nós dialogamos, abrimos um processo de conversa com o empresário proprietário do imóvel e com o empresário que explorava o cinema na época em que ele foi fechado.”

Ferreira acredita que a reabertura contribuirá para fortalecer os cinemas de rua. "É uma demanda na cidade por convivência, por lazer. Acho que as pessoas darão um ‘rolezinho' até o Belas Artes", afirmou.
O diretor de comunicação e marketing da Caixa disse que o investimento inicial é de R$ 1,8 milhão no primeiro ano. O aporte total ainda não está definido, mas ele estima que será entre R$ 10 milhões a R$ 11 milhões em cinco anos. O contrato com a Caixa é de 12 meses, e o convênio de cinco anos. Por conta do patrocínio, o cinema será rebatizado de Cine Caixa Belas Artes.
A Prefeitura não vai fornecer recursos financeiros ao projeto, mas diz que irá estabelecer contrapartidas para garantir a ampliação do acesso ao cinema e o fortalecimento de política de exibição que amplie a diversidade e a presença do cinema nacional.
"Eu acho que a gente pode ser, inclusive, criativo e criar processos que se associem ao Belas Artes. A gente está criando um programa Escola Vai ao Cinema com as escolas públicas da cidade, e eu espero chegar até as escolas privadas, e ter sessões matinais para os estudantes, com debates, reflexões", afirmou Juca Ferreira.
O secretário de Cultura, Juca Ferreira, participa do anúncio de um acordo que viabiliza a reabertura do Cine Belas Artes, rebatizado de Cine Caixa Belas Artes, com patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Grupo
Histórico
Inaugurado em 1943 com o nome de Cine Ritz, o espaço se tornou um dos cinemas mais tradicionais de São Paulo, funcionando na movimentada esquina entre as avenidas Paulista e Consolação. As atividades foram encerradas no início de 2011. Desde então, admiradores se mobilizam em prol do tombamento e de uma solução para os custos de aluguel e retorno da projeção de filmes.
À época, cerca de 90 mil pessoas se pronunciaram a favor da causa. Houve registro de 28 mil adesões aos abaixo-assinados eletrônico e físicos pela reabertura do cinema e adesão de mais de 100 personalidades ao Manifesto em defesa do Cine Belas Artes.
Em outubro de 2012, o Condephaat, órgão do governo do Estado que busca a preservação do patrimônio histórico, tombou o edifício onde funcionou o Belas Artes. O tombamento refere-se à fachada e aos primeiros quatro metros interiores a partir dela. Isso, por si só, não obrigava que o local continuasse abrigando um cinema.
Em 2013, a Secretaria Municipal de Cultura intermediou o diálogo entre o proprietário do imóvel, o exibidor e eventuais patrocinadores. A reabertura era uma antiga pauta do Movimento Cine Belas Artes.
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