O anuário Viva Música de 2013 realizou um levantamento com informações sobre as 12 orquestras brasileiras, e entre elas está a Orquestra do Estado de Mato Grosso, apontada como um dos desdobramentos visíveis da tomada de consciência com o processo de reestruturação da Orquestra Sinfônica de São Paulo em 1997, que alterou a percepção sobre a música sinfônica. A Orquestra de Mato Grosso surpreende com gravações inéditas e recursos inesperados, como utilizar a viola de cocho entre os instrumentos clássicos.

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Com levantamento com as informações sobre as principais orquestras do Brasil, é apresentado um perfil com contexto histórico, momento atual e desafios futuros. Um dos desafios de Mato Grosso é com relação ao exíguo orçamento. Em comparação com a Orquestra de São Paulo que possui orçamento de R$53 milhões, a de Mato Grosso gerenciou a série de concertos em 2012 com apenas R$1,2 mi dos cofres públicos e somados os apoios o valor chega a R$2,6 mi.

Enquanto a Orquestra de São Paulo possui 116 instrumentistas, a de Mato Grosso conta em seu quadro fixo apenas 18 músicos, e 40 contratados. “Com o orçamento, a estrutura e as condições de trabalho que temos, o que fazemos por aqui é milagre”, afirma Leandro Carvalho, regente e diretor musical da Orquestra desde a sua criação em 2005.

O anuário Viva Música compara a condição de Mato Grosso de capital brasileira da soja, com a boa safra musical.
“A boa colheita depende das condições do plantio. Eis uma sabedoria agrícola que cabe também à atividade de concertos. Em se tratando de Mato Grosso, maior exportador de soja do Brasil, a analogia ganha mais sentidos. A boa safra que o Estado colhe começou a ser semeada, em 2005, com a fundação de uma orquestra de câmara sob a liderança do maestro paulista Leandro Carvalho. Em território marcado pela música sertaneja, a proposta causou espanto”, explica o anuário ao introduzir a história da Orquestra.

Além dos instrumentos tradicionais da sinfônica, a orquestra incluiu a viola de cocho ao repertório. “Desde o início, a população entendeu a proposta e começou a frequentar os concertos, muitas vezes sem conhecer o que seria apresentado. Nosso problema hoje é acomodar o excesso de público”, afirma Leandro.

Em 2014, a Orquestra de Mato Grosso, chegará a 10ª temporada de concertos. “É preciso aproveitar a visibilidade e os investimentos que a Copa do Mundo traz. Estamos planejando um espetáculo multimídia com artistas da região para mostrar ao público e à mídia mundial as diversas manifestações da cultura mato-grossense, inclusive a música sinfônica”, conta o regente.

Com aportes públicos diretos de R$1,2 mi, o principal desafio da Orquestra é o orçamento, que com os apoios chega a R$2,6 mi/anuais. Em 2012, foram realizados 140 concertos com público de 84 mil pessoas.

A Orquestra de Mato Grosso já gravou três álbuns, e o DVD “Cantos do Brasil”, participou de 23 programas de TV, e fez uma transmissão ao vivo pela internet do Festival Voa Viola. Os concertos da série oficial são filmados e disponibilizados no site da orquestra, assim como os documentários resultantes dos concertos populares e didáticos.