Na terça (15), os integrantes do Chiclete com Banana anunciaram, em seu site oficial, que Rafa Chaves será seu novo vocalista, substituindo Bell Marques, que deixa a banda depois de mais de três décadas.
A saída de Marques, que pretende iniciar sua carreira solo após o Carnaval de 2014, acontece em clima bastante amistoso, diferente do enfrentado por vários outros grupos que perderam seus vocalistas ao longo da carreira. Independente do gênero musical, muitos cantores já foram substituídos por bandas que preferiram mudar um integrante a encerrar suas atividades.

Com exceção dos casos de morte, quando realmente não há muitas opções, muitos resolveram suas desavenças ou a simples vontade de mudar de rumo escalando um novo vocalista. Veja abaixo alguns exemplos.
Chiclete com Banana


Depois de mais de 30 anos, Bell Marques comunicou em setembro deste ano que deixaria a banda logo após o Carnaval de 2014 para iniciar sua carreira solo. Em 15 de outubro os demais integrantes anunciaram seu substituto através do site oficial. A partir do próximo ano, o posto será ocupado por Rafa Chaves, ex-vocalista da banda Via Circular.
Stone Temple Pilots


Integrante da banda desde sua formação, no final da década de 80, Scott Weiland se tornou um problema sério quando seu envolvimento com as drogas ficou fora de controle, e suas internações e prisões provocaram o cancelamento de pelo menos quatro turnês e outros compromissos. A situação chegou ao limite em 2003, quando a banda encerrou suas atividades e Weiland foi convidado a cantar com o Velvet Revolver. Quando o STP voltou, em 2008, o vocalista ganhou uma segunda chance, mas a paciência dos colegas terminou novamente este ano e no último dia 28 de fevereiro Chester Bennington, do Linking Park, foi anunciado como substituto de Scott Weiland no Stone Temple Pilots.
Bonde do Rolê

Em 2007, Marina Vello, integrante do trio que criou a banda em 2005, brigou com os colegas e deixou o Bonde em um clima não muito amigável. Depois de um período em carreira solo, ela atualmente está no duo Madri, com Adriano Cintra (ex-CSS). Para encontrar uma substituta, Rodrigo Gorky e Pedro D’Eyrot se associaram à MTV e criaram um concurso, no qual foram escolhidas Ana Bernardino e Laura Taylor. Ana, no entanto, não ficou muito tempo na banda, que voltou a ser um trio.
Nightwish


Os sérios desentendimentos entre Tarja Turunen e o restante da banda finlandesa envolveram a atuação do marido dela, Marcelo Cabuli, como empresário. No final de 2004, a vocalista decidiu deixar o Nightwish, mas se comprometeu a gravar mais um disco e participar da turnê de divulgação, sem anunciar publicamente o rompimento. Antes que ela se manifestasse perante os fãs, no entanto, os colegas entregaram a ela uma carta de dispensa, que teve uma cópia publicada no site oficial da banda, na qual a acusavam de ser gananciosa, egoísta e se comportar como uma diva. A sueca Anette Olzon foi escolhida para substitui-la, mas, em outubro de 2012, deixou a banda antes do encerramento de uma turnê. A holandesa Floor Jansen foi convidada a cantar nos shows restantes e, este mês, teve seu nome confirmado oficialmente como nova vocalista do Nightwish.
Cidade Negra


Quando foi criada, em 1986, uma das mais populares bandas de reggae do Brasil tinha como vocalista Ras Bernardo, com quem chegou a lançar dois discos. Mas em 1994 ele foi substituído por Toni Garrido, que antes era cantor da Banda Bel.
Judas Priest

Rob Halford decidiu que deixaria a banda em 1991 graças aos desentendimentos cada vez mais frequentes com os colegas. Mas, por questões contratuais, só conseguiu sair mesmo em maio de 1992. Para ocupar seu lugar o escolhido foi Ripper Owens, que antes cantava justamente em uma banda tributo ao Judas Priest, chamada British Steel. Owens chegou a cantar em dois discos de estúdio e dois ao vivo, mas os fãs nunca se conformaram com a ausência de Halford, e, em 2003, ele fez as pazes com o resto da banda e voltou.
Banda Eva


Felipe Pezzoni em show da banda Eva (Foto: Reprodução/Facebook da banda)
Felipe Pezzoni em show da banda Eva (Foto: Reprodução/Facebook da banda)
Criada nos anos 80 como um bloco de Carnaval, a Eva se tornou oficialmente uma banda em 1993, quando Ivete Sangalo assumiu os vocais. Mas em 1999 a cantora decidiu se dedicar a uma carreira solo, sendo substituída por Emanuelle Araújo, que por sua vez deixou o posto em 2002, abrindo espaço para Saulo Fernandes. No Carnaval deste ano, porém, Fernandes também se despediu da banda, que agora tem como vocalista Felipe Pezzoni, ex-Mil Verões.
Van Halen

Mais um caso de saída e retorno famoso é o de David Lee Roth. Sua primeira passagem pelo Van Halen durou de 1974 a 1985, ano em que lançou um EP solo e brigou de vez com o guitarrista Eddie Van Halen, com quem, na verdade, já divergia havia tempos sobre o rumo da banda. O escolhido para substitui-lo foi Sammy Hagar, que passou dez anos no posto e jura que foi demitido em 1996, embora a banda garanta que a decisão de sair partiu dele. Naquele mesmo ano, Roth ensaiou uma reconciliação e participou de alguns shows, mas preferiu seguir com sua carreira solo até 2007, quando finalmente voltou ao Van Halen. Nesse intervalo, a banda chegou a ter como vocalista Gary Cherone, ex-Extreme, e fez uma nova tentativa com Hagar, além de ter passado alguns anos parada.
Sepultura


Quando a principal banda de metal do Brasil foi criada, em 1984, tinha como vocalista Wagner Lamounier, mas um ano depois ele deixou a banda e Max Cavalera assumiu a posição. Porém, em 1996, desavenças sobre o trabalho de Gloria, mulher de Max e empresária da banda, geraram uma briga que culminou com a saída do vocalista. O guitarrista Andreas Kisser chegou a cantar por pouco tempo, mas preferiu não ficar no posto. Após testar diversos candidatos, o escolhido foi o norte-americano Derrick Green, apresentado oficialmente em 1998.
Journey


Ao longo dos seus 40 anos, a banda já teve pelo menos quatro vocalistas, começando com Gregg Rolie, que em 1977 foi substituído por Steve Perry, dono da voz por trás do hit “Dont stop believin’”. Mas, após a pausa do Journey, entre 1987 e 1995, Perry ficou só mais dois anos na banda, cedendo o posto a Steve Augeri. Em 2006, porém, alegando que o vocalista tinha problemas crônicos de garganta, os demais integrantes decidiram que era hora de trocar mais uma vez de cantor. O escolhido foi o filipino Ariel Pineda, descoberto graças a um vídeo no YouTube. A busca pelo novo vocalista e a reação dos fãs à escolha se tornaram tema de “Don’t stop believin’: everyman’s Journey”, um documentário dirigido por Ramona A. Diaz e lançado em 2012.
Iron Maiden

Quando Steve Harris criou a banda, em 1975, o vocalista era Paul Day, que não durou muito por não ser carismático, na opinião do baixista. Seu substituto foi Dennis Wilcock, que desistiu do posto no final de 1977, cedendo a vaga para Paul Di’Anno, que chegou a participar dos dois primeiros discos. Mas, durante a turnê de 1981, a situação se tornou insustentável e o vocalista, que abusava das drogas e do álcool e não demonstrava muita vontade de subir ao palco, foi demitido. Em seu lugar, Harris contratou Bruce Dickinson, que por sua vez também passou uns tempos fora, entre 1993 e 1999, período em que se dedicou a uma carreira solo e foi substituído por Blaze Bayley, ex-Wolfsbane. Após seis anos, porém, Dickinson voltou ao Iron Maiden, com quem, inclusive, se apresentou em setembro deste ano no Brasil.
Black Sabbath


Outro a passar uns anos fora e voltar foi Ozzy Osbourne. Parte da formação original da banda, criada em 1968, ele foi afastado em 1979, quando seu consumo exagerado de drogas chegou ao limite. Seu principal substituto foi Ronnie James Dio, ex-Rainbow, mas outros vocalistas chegaram a participar da banda por breves períodos, como Ian Gillan, Glenn Hughes, Ray Gillen e Tony Martin. Dio voltou em 1992, mas partiu novamente e, em 1997, quase duas décadas depois, todos os membros originais voltaram a se reunir, com Ozzy nos vocais. A formação atual, com a qual o Black Sabbath tocou este mês no Brasil, exclui apenas o baterista Bill Ward.
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