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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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Banda O Mormaço Severino lança clipe de 'Vacilo' com cenários distópicos criados por IA

Foto: Reprodução

Banda O Mormaço Severino lança clipe de 'Vacilo' com cenários distópicos criados por IA
"Um vacilo, lhe dá o troco e cobra o rastro do perigo. E há de ser dor provar dessa solidão". O trecho de 'Vacilo', da banda mato-grossense O Mormaço Severino, resume bem a proposta de novo clipe, que será lançado no neste domingo (5), no Malcom Pub, a partir das 17h. O ingresso será trocado por 1 kg de alimento não perecível. 


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O clipe foi produzido por meio do projeto "3 Alternativas – Clipes N’Roll". As bandas Zumbi Suicida e Dying Order, que também foram selecionadas, também vão fazer os lançamentos de '40 graus é osso' e 'Ordem decadente'. 

O clipe de Vacilo inova ao lançar mão da Inteligência Artificial para criar cenários distópicos, que ambientam narrativa sobre vazio e solidão humana, e dar voz à Mãe Terra. A partir das 18h, no domingo (5), os clipes também estarão disponíveis no Youtube.

O roteiro e a direção foram de Marcos Maia, também responsável pela montagem e edição da produção. Nela, o autor da canção Rauni Vilasboas, compositor e guitarrista d’O Mormaço Severino, estreia na atuação. Ele interpreta o personagem que vive em um bunker, criado pela equipe audiovisual com direção de arte de Raphael Henrique.

"Quando eu escutei a música, eu senti que ela transcendia em vários aspectos ao falar sobre vacilos. E escolhemos falar sobre o vacilo humano com a natureza, refletir sobre como estamos caminhando neste mundo, sobre as nossas irresponsabilidades com o planeta Terra. Então imaginei uma esfera distópica, onde uma pessoa que, depois de se isolar do caos da humanidade, inicia uma jornada solitária para saber o que aconteceu com ela”, explica Marcos Maia.

Vacilo 
O que o personagem do videoclipe vê em sua busca é resultado de filmagens realizadas em Cuiabá e elementos inseridos por meio de recursos de Inteligência Artificial, que ajuda a criar um cenário distópico de destruição.

"As ruínas e a voz que aparecem durante o clipe foi uma máquina que criou. Hoje se fala muito sobre a proporção que a inteligência artificial pode tomar e suas consequências, porque ela é responsabilidade nossa também. E talvez, no pano de fundo, o clipe também reflita sobre isso, sobre o processo de substituição de nós seres humanos, levando ao questionamento do que é ou não real", revela.

A voz a qual o realizador se refere aparece em passagens do clipe e é atribuída a uma personagem oculta: a Mãe Terra. "De forma metafórica, ela está ali conversando com nós espectadores", explica Severino Neto, que assina o roteiro de montagem.

O realizador se inspirou em teorias da filosofia e psicanálise para a criação do texto que complementa a mensagem da canção e do enredo do clipe. Segundo ele, “o texto traz o vazio e a solidão da humanidade contextualizada pelo ponto desse ‘ser’, dessa entidade destruída”.

"Estamos falando de solidão, do vazio interno que há nas pessoas. Aquilo que Lacan dizia sobre quando a gente se olha no espelho ainda criança, se percebe um ser separado do ecossistema e começa a sofrer. É o vazio que ele chama de ego. O que Schopenhauer também vai definir como a angústia do querer e o tédio de ter. É sobre essa eterna busca por respostas, e o encontro ou não de algumas delas”, complementa.

Assim, o videoclipe de ‘Vacilo’ também imprime uma crítica social. "Tudo que a gente vê demais fica invisível", diz a voz. Severino Neto contextualiza: "Quando a gente enxerga tanta barbárie, desmatamento, mortes, poluição, agrotóxicos, aquecimento global, guerras, genocídios como o que acontece em Gaza… Parece que a gente vê tanto que acaba desaparecendo, vira paisagem. E assim, vamos nos tornando seres cada vez mais vazios”.

3 Alternativas – Clipes N’Roll

O projeto “3 Alternativas – Clipes N’Roll” é uma realização da Associação mato-grossense de Cultura (AMC) e conta com produção da Groove Agência Criativa em parceira com a Pau Rodado Filmes e a JF Produções. Seu objetivo é contribuir para a manutenção, expansão e renovação do rock “made in Mato Grosso”. A definição das bandas, conforme os realizadores, seguiu a lógica de fundação e das diferentes gerações que representam, além das vertentes bem diferentes entre elas.

A ação tem o patrocínio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT) e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), além do apoio institucional do Instituto Realize, Instituto Criar, Venari Produções, Container Produções e Malcom Live.
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