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Sábado, 04 de maio de 2024

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Bolívia recebe filmes de MT sobre Pantanal em mostra com curadoria do Cineclube Coxiponés

Foto: Reprodução

Bolívia recebe filmes de MT sobre Pantanal em mostra com curadoria do Cineclube Coxiponés
A pluralidade de olhares de realizadores mato-grossenses sobre o Pantanal chega à cidade de Laz Paz, na Bolívia, pela Mostra Audiovisual Sentimento Pantaneiro, de 26 a 29 de setembro. O evento promete uma imersão no universo da maior planície alagável do mundo, a partir de seis filmes de curtas e médias durações de realizadores de Mato Grosso.

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São eles: 'Itinerário de Cicatrizes (2022, 19')', de Glória Albues, 'Dois Bois (2022, 23')', de Persel Azul, 'Águas encantadas do Pantanal (2000, 42')', de Danielle Bertolini e Amilcar Oliveira, 'O rosto do mascarado (2021, 25')', de Ângela Coradini, Duflair Barradas e Felippy Damian, 'O minhocão do Pari: a origem da lenda (2022, 18')', de Salles Fernandes, e 'Céu e Água (2007, 52')', de João Carlos Bertoli.

A iniciativa do Sebrae Mato Grosso, Instituto Guimarães Rosa e da Embaixada do Brasil em La Paz, em parceria com o Cineclube Coxiponés da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que, paralelamente, realiza a 22ª edição da Mostra de Audiovisual Universitário e Independente da América Latina (MAUAL), entre 27 de setembro e 1º de outubro no Teatro da UFMT. 

O analista de economia criativa do Sebrae-MT, Felipo Abreu, explicou que mais ações do tipo estão sendo prospectadas no Paraguai, outro país que compartilha o bioma". 

"Dentro desse projeto, são várias as atividades que vamos desenvolver nas áreas da música, das artes visuais, do artesanato… E a mostra vem como ocupação desse espaço pelo audiovisual. A ideia é começar uma abertura de mercado internacional para nossas produções, posicionando Mato Grosso dentro do processo de circulação de obras artísticas e criativas. Muito se produz no estado, mas ainda precisamos levar essas produções para fora e, assim, colocá-las em evidência", complementa. 

Assinam a curadoria os produtores culturais da UFMT, Luzo Reis e Thelma Saddi, e a pesquisadora Letícia Capanema, supervisora do Cineclube Coxiponés. Segundo eles, o conjunto de filmes selecionados tecem uma miríade de imagens, sons e afetos sobre o Pantanal mato-grossense.

"Na Mostra Audiovisual Sentimento Pantaneiro, propomos uma curadoria de documentários e ficções que apresentam um mundo de cores, texturas, paisagens e sonoridades do bioma pantaneiro, além de ritmos, fisionomias, sotaques, linguajares, lendas e costumes dos povos da região. São filmes que retratam o Pantanal não apenas como importante biodiversidade, mas também como espaço de imensurável riqueza humana e cultural".

Reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera Mundial, o Pantanal (ou chaco) é um bioma fronteiriço, que abrange a divisa dos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o leste da Bolívia e o norte do Paraguai. Sua importância para o mundo é inestimável.

Embora seja relativamente pequeno em termos territoriais, o Pantanal é imensamente diverso em sua fauna e flora, com uma diversidade de peixes do Pantanal maior do que a presente na soma de todos os países europeus. É território de povos indígenas, ribeirinhos e tradicionais, com suas culturas e seus saberes ancestrais pautados pelo respeito e equilíbrio na relação com a natureza.

A Mostra Sentimento Pantaneiro integra uma ampla programação cultural promovida pelo 'Compassos Pantaneiros' na capital boliviana, com diversos artistas mato-grossenses. Além das exibições dos filmes, o evento terá exposição de artes visuais com a curadoria de Ruth Albernaz, show musical de Estela Ceregatti, que apresenta repertório pantaneiro de fronteira e oferta workshops de sonoridades do Pantanal, incluindo Cururu e Siriri. O artista visual Carlinhos Viana também irá ministrar uma oficina de pintura.

Os filmes

Ainda conforme os curadores, os seis filmes selecionados são exemplares da força do audiovisual mato-grossense em suas diversas formas de retratar e discutir as questões do Pantanal. "São obras que evocam sentidos e sentimentos múltiplos de deslumbramento, admiração, indignação, e sobretudo, um senso de urgência no cuidado e na preservação do bioma, das culturas e dos povos pantaneiros", destacam. 

O linguajar, os costumes e os modos de vida do povo pantaneiro são abordados no documentário “Céu e água”. Uma amostra do Pantanal como grande patrimônio cultural de um povo de vida simples e conectado com a natureza mutável da região. 

Já “Itinerário de cicatrizes” é um impactante registro das marcas deixadas pelo mais devastador incêndio da história do Pantanal. As cicatrizes das queimadas de 2020 sobre a terra e a vida das pessoas surgem nas imagens, sonoridades e nas sábias reflexões de indígenas e pantaneiros sobre a inexorável conexão entre o ser humano e a natureza.

Os filmes “Águas encantadas do pantanal” e “O minhocão do Pari – a origem da lenda” introduzem ao público histórias fantásticas do imaginário pantaneiro. “Rosto do Mascarado”, por sua vez, apresenta a tradição da dança dos mascarados, típica da região de Poconé, cidade que dá acesso ao Pantanal mato-grossense.

Já o curta “Dois Bois” se inspira no conto homônimo de Pedro Leite para transcriar a história de uma jovem que volta à fazenda onde nasceu para vingar a morte da mãe, revelando resquícios de um coronelismo pantaneiro, marcado por abusos e violências perpetrados por poderosos pecuaristas da região. 
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