Há nove dias, a economista Marina Guaragna, de 28 anos, e o namorado William Ritt, de 38, saíram de Porto Alegre (RS), onde nasceram, para embarcar na aventura de cruzar o Brasil de ônibus. O objetivo do casal é chegar em São Luís (MA) e, durante o caminho, eles compartilham com quase 300 mil seguidores a cultura e a gastronomia de cada cantinho por onde passam.
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A aventura já levou Marina e William para Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Agora, eles estão em Mato Grosso e já se impressionaram com a beleza de Chapada dos Guimarães (64 km de Cuiabá), onde estiveram nesta semana. Em Cuiabá, eles já conheceram pontos turísticos, com direito a provar o tradicional bolo de arroz e tomar cerveja gelada no Choppão e no Bar do Régis.
“A Chapada dos Guimarães é lindíssima, a gente se apaixonou pelo Parque Nacional. Gostamos muito dos parques nacionais, que são administrados e protegidos pelo ICMBio. Acreditamos muito nisso. Em Cuiabá já fomos conhecer o Mercado do Porto, comemos furrundu, pixé e o bolo de arroz cuiabano, que amamos”, conta Marina.
Marina e o namorado são veganos, por isso provaram baguncinha vegano da Veganeira, em Cuiabá. (Foto: Arquivo pessoal)
Como ela e William são veganos, eles optaram por provar os pratos típicos que fossem compatíveis com a ideologia que seguem, pautada no consumo ético e responsável. Nesta quarta-feira (26), por exemplo, o casal experimentou uma versão vegana do baguncinha na Veganeira, em Cuiabá.
“Estamos fazendo um quadro para conhecer as expressões e termos locais. Crescemos [no Instagram] provando comidas de rua de diferentes países. Não conhecia Mato Grosso, então é tudo novo para mim”.
Marina e o namorado estão percorrendo a maior linha de ônibus do Brasil em uma viagem que deve durar 18 dias no total. Nesta quinta-feira (27), eles pegaram estrada em direção ao Pará, onde pretendem conhecer Santarém e Alter do Chão.
“Depois vamos para São Luiz e para os Lençóis Maranhenses. Essa viagem deve durar 18 dias no total, porque depois temos uma passagem comprada para fazer uma viagem para a América Latina”.
Três anos como viajantes
Viajando juntos pelo mundo há três anos, Marina e William já passaram pelo México, Nepal, Vietnã, Tailândia, Costa Rica, Honduras, Nicarágua, Coréia do Sul e Índia. O projeto de conhecer as diferentes culturas que existem pelo mundo começou por acaso, quando o contrato de aluguel de Marina chegou ao fim.
Durante todo o período, ela conciliava o trabalho como redatora publicitária e gerente de uma empresa de marketing digital com a vida de viajante, já que trabalhava de forma remota. Com o fim do contrato de aluguel, ele e o namorado decidiram deixar o apartamento para passarem dois meses no México.
O plano era alugar outro imóvel quando retornassem, mas a viagem se estendeu por oito meses e terminou com o casal cruzando a América Central de ônibus até voltarem ao Brasil.
“Quando a gente estava lá, nossas passagens de volta foram canceladas. Decidimos cruzar toda a América Central de ônibus até chegar no Brasil. Foram oito meses de viagem e trabalhando ao mesmo tempo. Foi quando realmente me tornei nômade digital. Então, nunca larguei tudo, sempre estive trabalhando”.
Na vida como nômade digital, Marina precisou se adaptar para conseguir conciliar o trabalho remoto, que antes era feito em casa, e as viagens. Ela explica que, no início, ela e William chegaram a passar mais de uma semana na mesma cidade para que a demanda profissional fosse atendida.
Em Chapada dos Guimarães, o casal conheceu cachoreiras e o Parque Nacional. (Foto: Arquivo pessoal)
Marina deixou o trabalho de redatora publicitária para investir na vida de influenciadora digital apenas neste mês. O crescimento da gaúcha no Instagram aconteceu de forma veloz e surpreendente. Em apenas quatro meses, ela saltou de pouco mais de 3 mil seguidores para 268 mil.
“Foi um crescimento super rápido, que foi o momento que vi que teria que largar o emprego para me dedicar ao negócio. Foi quando vi que não dava mais para conciliar e larguei a empresa que trabalhava para me dedicar inteiramente ao Instagram com a produção de conteúdo. Meu namorado é meu sócio, trabalhamos e fazemos juntos”.
Marina cita a Índia e o Vietnã como dois dos países que mais marcaram os três anos de viagem. Na índia, ela e William conheceram Malana, uma comunidade em que os moradores acreditam ser descendentes de Alexandre, o Grande. Por isso, eles não podem ser tocados pelos turistas e existe até uma multa prevista caso a crença seja desrespeitada.
“Gosto muito de receber um choque cultural e conhecer outras culturas. Para mim, quanto mais característico for a cultura e mais longe for do que estou acostumada, é o que mais gosto de ver. A Índia tem muito isso, não existe tu ir para a Índia e não aprender, porque é uma cultura completamente diferente. Tudo que tu vai fazer é diferente, qualquer passeio na rua vira uma experiência antropológica”.