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Domingo, 28 de abril de 2024

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pratos abrasileirados

Hamburguer, hot dog e pizza de sushi fazem sucesso em food truck de comida japonesa em MT

Foto: Reprodução

Hamburguer, hot dog e pizza de sushi fazem sucesso em food truck de comida japonesa em MT
A empresária Clarice Lawall, de 38 anos, proprietária do Japa na Rua, em Sinop (513 km de Cuiabá), está sempre pronta para atender os pedidos mais criativos dos clientes. Clarice brinca que mesmo que lhe pedissem para fazer um bolo de sushi, não veria problema em reorganizar o arroz japonês, o salmão e a alga nori no formato desejado. Hamburguer e hot dog de sushi já fazem parte do cardápio do Japa na Rua e fazem sucesso no Nortão de Mato Grosso. 

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Os pratos já são feitos há 15 anos em um food truck, o primeiro de comida japonesa, em Sinop. Mãe de duas meninas, de sete e oito anos, Clarice é responsável por todos os procedimentos do Japa na Rua, da administração até o preparo do salmão, por exemplo. Detalhista, foi a forma que ela encontrou de garantir o melhor sabor para os clientes. 

“Abro o salmão quando chega, tempero o arroz, faço os molhos tarê e para o Yakisoba. Não passo a receita e nem ensino para não perder a qualidade. Tenho funcionárias que montam os sushis no food truck, mas eu deixo tudo pré-pronto. Falo que trabalho dia e noite, da hora que acordo até quando vou dormir. O trailer abre das 16h às 23h30. Cuido de perto porque conforme a pessoa que faz, o sabor muda. Desse jeito tenho um controle e um processo que garante o sabor final”. 

O hamburguer de sushi entrou no cardápio nesta semana e já viralizou no Tik Tok da influenciadora Rafaella Martins, de Sinop. No vídeo que já está com quase 1 milhão de visualizações, a sinopense experimenta o sushi burger. Nos comentários, centenas de pessoas curiosas perguntam onde encontrar o prato. Foi assim que a criatividade de Clarice alcançou seguidores de todo o Brasil. 
 
@rafaa.mmz Sushi burguer 😋 ( minha nova comida favorita) #sushi #sushiburguer #poke #japones ♬ som original - Rafaella Martins

“Fiquei muito feliz sim, sabe quando parece que é algo que você faz e você sabe que vai ter retorno? Porque eu sei que o produto é bom, gostoso e era só questão de tempo. Se a pessoa quiser encomendar um bolo de aniversário de sushi, eu faço sem problema nenhum. Estou aberta para essas ideias. Dá para fazer qualquer coisa com os ingredientes”. 

Na Páscoa, Clarice lançou o ovo de sushi no cardápio. A próxima novidade do Japa na Rua já foi esquematizada pela cabeça criativa da empresária, que conta que pretende começar a vender fatias de pizza de sushi nos próximos dias. Além das criações abrasileiradas, o temaki frito também é um dos mais pedidos pelos clientes. 

Sobre as críticas contrárias ao abrasileiramento do sushi, que tradicionalmente não possui cream cheese na receita, Clarice afirma que as mudanças são necessárias para atender o público brasileiro, que é o maior consumidor dos pratos do Japa na Rua. 

“Temos que abrasileirar mesmo, porque quem é o meu maior consumidor não são os japoneses, que sabem fazer o tradicional e não vem comprar. Então temos que abrasileirar. O Yakisoba por exemplo, na receita tradicional ele é meio adocicado, não coloco pimentão e nem cebola. Tive que abrasileirar, porque preciso fazer algo para agradar o maior público possível e continuar no mercado”. 

Primeiro food truck de comida japonesa de Sinop

Clarice conta que o Japa na Rua foi inicialmente administrado por ela e pelo ex-marido. O processo de criação das receitas e identidade visual, por exemplo, foi criado do zero pela empresária, que há quase seis anos comanda o negócio sozinha. O ex-marido de Clarice é descendente de japoneses e, por isso, os dois decidiram investir na culinária oriental em Sinop. 

Nos últimos anos, ela viu os pedidos dos clientes aumentarem cada vez mais. Não demorou para que o food truck, projetado em Sumaré (SP) e com as especificidades necessárias para produção de comida japonesa, ficasse pequeno para o Japa na Rua. 

Antes do Japa na Rua abrir as portas, ela passou por cursos de capacitação sobre comida oriental. No começo da administração solo do restaurante, Clarice enfrentou alguns contratempos.

Além de estar passando pelo processo de separação do ex-marido, ela sofreu um infarto e descobriu que tinha trombofilia. Exatamente pelos obstáculos que precisou superar, a ampliação do restaurante é definida pela empresária como um sonho em realização. 

“Estou ampliando para um container, porque meu trailer mede 2,5mx5m, trabalhamos em cinco pessoas lá dentro e todos os dias perco venda porque não tenho lugar para colocar mais pessoas para trabalhar”. 
 

Para o futuro, Clarice pretende transformar o Japa na Rua em uma franquia. Mesmo sem previsão de quando vai realizar o próximo sonho, a empresária faz questão de dar os passos iniciais como padronizar os procedimentos do restaurante. 

“Mesmo sem a franquia existir, eu já estou indo atrás das coisas. Não fiz ainda porque custa R$ 70 mil para colocar dentro das normas de franquia, deixar tudo certinho. Priorizei mexer na empresa, ampliar e reformar para deixá-la como um modelo. Mesmo que eu venda uma franquia, é o meu nome. O franqueado que comprar e não conseguir dar continuidade, é a marca do Japa na Rua”. 

Clarice conta que diariamente moradores de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Cláudia, Colíder e até do Pará costumam frequentar o food truck do Japa na Rua. A empresária conta que se enche de alegria quando é questionada se o restaurante faz parte de uma franquia, já que trabalha para que ele seja uma no futuro. 

Por estar em Mato Grosso, ela enfrenta alguns problemas de logística que refletem no preço final dos produtos. Clarice comenta que algumas pessoas acham que o sushi burger e o hot dog poderiam ser vendidos por valores mais baixos. No entanto, ela ressalta que o salmão já chega em Sinop com o valor acima do mercado. 

“Algumas pessoas até criticam em questão de valores, mas eles são grandes, são pratos de 550 gramas, vai muito salmão. É um prato que sustenta e eu mesma não consigo comer sozinha. Para pessoas que estão perto do litoral, a logística é mais fácil. Compramos tudo da importadora. Temos um freezer próprio para armazenar só o salmão, ele não congela, chega fresco duas vezes por semana. Completamente fresco”.
 
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