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Domingo, 28 de abril de 2024

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DIA DO CAFÉ

Nova cafeteria de Cuiabá tem grão especial colhido e selecionado por mulheres na Serra da Mantiqueira

Foto: Bruna Barbosa/Olhar Direto

Nova cafeteria de Cuiabá tem grão especial colhido e selecionado por mulheres na Serra da Mantiqueira
O cheiro do café sendo moído na hora ainda faz o empresário André Vivan, de 52 anos, lembrar da infância na casa do tio avô, no Norte do Paraná, onde também ficava impressionado com a imponência dos cafezais. A memória afetiva fez com que ele e a esposa, Valéria Vivan, de 54, decidissem abrir uma cafeteria em Cuiabá. Com grãos especiais que são moídos na hora, André agora se encanta com o aroma do café feito na própria cafeteria, que descreve como um sonho concretizado. 

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A CB To Go abriu em janeiro, no Shopping 3 Américas, em Cuiabá. Com proposta de ser uma cafeteria para pegar e levar, o empresário observa a movimentação enquanto explica sobre as peculiaridades dos três tipos de cafés especiais que são vendidos no local. Nesta quarta-feira (14), é celebrado o Dia do Café, que é a segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo apenas para a água. 

“Uma das coisas que lembro que gostava muito é que traziam o café quentinho. Tinha um moedor manual, daqueles de ferro mesmo, quando começava a moer era o melhor cheiro do mundo. Tinha uns sete anos e isso ficou marcado. O pessoal do Paraná gosta muito de café, então sempre tomei desde criança. Quando casei ganhamos umas cinco cafeteiras, porque todos sabiam que gosto muito de café”. 

André nasceu no Paraná, mas se mudou para Mato Grosso na década de 80 para morar com a família em Jaciara (147 km de Cuiabá). Em 1992 decidiu se aventurar em mais uma mudança e mudou para a Capital para cursar administração na UFMT. Assim como ele, a esposa também se mudou de São Paulo para morar em Cuiabá, onde se formou em Direito. Para o empresário, os dois já são legítimos cuiabanos. 

“Minha família ficou um bom tempo em Jaciara, agora moram em Rondonópolis. Mas eu vim para a Capital e aqui fiquei. Me sinto tão cuiabano quanto os que nasceram aqui. Minha esposa também vai completar 40 anos de Cuiabá. Vamos completar 23 anos de casados”, brinca. 

Café especial e de alta qualidade

O café vendido na CB To Go vem da Serra da Mantiqueira (MG), onde é colhido manualmente por mulheres. O processo de colheita, separação e secagem é milimetricamente controlado. André explica que a região mineira é conhecida por ter os cafés especiais com melhor pontuação no mundo. 

“As condições influenciam, como altitude e clima, por exemplo. É como nos vinhos, na França existem locais muito próximos, mas em um pedaço de terra pode ser dez vezes mais caro que o outro que está do lado, por conta de questões como a do solo que influenciam muito. Comparamos com vinho, porque apesar dele ser mais complexo, tem esses detalhes também”. 

Na cafeteria do casal são vendidos três tipos de café: “Bão”, “Mió” e “Moca”. O grão escolhido é o arábica amarelo bourbon. O empresário destaca que eles possuem pontuação maior de 80. No processo de colheita, por exemplo, são escolhidos apenas os grãos que já estão maduros, já que a mistura com grãos verdes ou muito maduros influencia no sabor da bebida. 

“Os cafés que compramos no mercado com menos de 40 pontos, o grão é moído com pedras, bichos, galhos e outras impurezas, porque você não tem controle. Não tem a qualidade do grão também, são moídos grãos podres, verdes e maduros. Por isso não tem qualidade. Isso reflete no preço, o tradicional você paga R$ 16 no pacote de 500g. O especial que vendemos, a embalagem de 250g para você levar e moer em casa, custa R$ 38. É um café totalmente diferenciado”. 

Quando o cliente escolhe qual o tipo de café, o grão é moído na hora pelas atendentes, que passaram por treinamento com o barista da franquia para garantir que a bebida será feita respeitando as técnicas corretas. 

“Se você pegar um café comum e abrir a embalagem, não tem cheiro. O nosso moído na hora, não tem comparação. É muito diferente, desde a aparência, o gosto e o cheiro. Como ele é selecionado de forma controlada, traz todas as características do café mesmo. O nosso café ‘Bão’, é mais cítrico, o ‘Mió’ já é um café frutado e temos o ‘Moca’, que é um grão especial, mais arredondado que dá sabor muito gostoso”. 

André explica que o arábica também tem menos porcentagem de cafeína que o café industrializado. Além disso, o processo de torra utilizado no café tradicional faz com que ele perca as características da fruta, destacando apenas o amargor. Por isso, é comum que a bebida seja consumida com açúcar, algo que não é recomendado pelos baristas. 

“Quando tomamos o café tradicional, temos que adoçar. Quando comecei a usar os cafés especiais, percebi que conseguimos tomar sem açúcar, porque é um café mais suave, ele tem o amargor, mas tem o doce da fruta. Se você tiver o café muito torrado, como os vendidos no mercado, acaba escondendo esses sabores. Os cafés especiais são de torra média ou suave. Usamos aqui a torra média”. 

Sonho de empreender 

Como sempre gostou de sair para tomar café com a família nas cafeterias de Cuiabá, André começou a amadurecer a ideia de empreender no setor. Para “pular etapas” optou por uma franquia. Depois de escolher alguns modelos de negócio, se encantou pela mineira CB To Go (Cheirinho Bão). 

“Fazer do zero, sem conhecimento, é muito mais difícil. Para fazer algo bacana do zero é muito mais complexo, ter que pensar no que vamos oferecer, na marca… É uma etapa que toma muito tempo. A franquia já tem tudo testado e aprovado. Desde os fornecedores aos equipamentos que usamos e a decoração. Aqui pulamos essas etapas e pegamos algo que já está padronizado, não preciso me preocupar, porque sei que é um café de qualidade”. 

Para André, o café sempre funcionou como um “agregador”, já que a bebida faz ele lembrar de momentos da família reunida. Além disso, faz parte da cultura cuiabana, mesmo no calor de 40ºC oferecer um “cafezinho” para as visitas. 

“O café sempre agrega, quando alguém chega em casa a gente já oferece um café… Então, o café é um agregador que está muito na nossa cultura. Na casa da minha família sempre tinham o hábito de fazer o café da tarde”. 

No negócio dos sonhos, que agora se tornou realidade, André e Valéria idealizavam um espaço acolhedor, onde os clientes poderiam se sentir à vontade para pegar a bebida para levar ou sentar para trabalhar, por exemplo. 

“Não é só vir tomar um café, queremos que os clientes se sintam bem e em um ambiente gostoso. O objetivo mesmo é ter esse ambiente. Oferecemos alguns salgados, que são produtos pré-prontos e feitos no forno, temos coxinhas, lanches de waffle, fatias de bolo, cookies e donuts… São opções para quem quer fazer uma refeição mais rápida. Mas o café é nosso carro chefe”.
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