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Domingo, 28 de abril de 2024

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JAGUAR ID

Projeto que identifica onças-pintadas no Pantanal prevê soluções educativas e de conservação para o ecoturismo

Foto: Eduarda Fernandes/ Wild Jaguar PhotoSafaris

Onças Kadu e Filó, flagradas durante passeio na Pousada Piuval

Onças Kadu e Filó, flagradas durante passeio na Pousada Piuval

Trabalhando em prol do monitoramento e conservação do maior felino das Américas, a Onça-Pintada, o veterinário e conservacionista Paul Raad também integra o Jaguar Identification Project, organização sem fins lucrativos criada por Abigail Martin que, desde 2015, usa a ciência cidadã para construir um banco de dados coeso sobre onças individuais na região norte do Pantanal.

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Nesta área, apenas o ecoturismo baseado no felino movimenta anualmente 6,8 milhões de dólares, conforme estudo realizado em 2017 por Fernando R. Tortato, Thiago J. Izzo, Rafael Hoogesteijn e Carlos A. Peres.

Todavia, os resultados ficam com os operadores de turismo ao passo que alguns fazendeiros e pantaneiros não são diretamente beneficiados. O Jaguar, então, espera ser a ponte capaz de apoiar não apenas a conservação da espécie, mas também fomentar o turismo e a comunidade local.
 
Mestrando pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Paul coordena o monitoramento de toda uma população de onças localizadas nas áreas da Pousada Piuval, Capão Alto, Aymara, Fazenda Carvoalzinho e Arara Eco-lodge.
 

Crédito: Bill Masure/Artairphotography

Projeto que prevê o monitoramento e preservação de onças-pintadas, o Jaguar ID iniciou uma nova fase na Pousada Piuval, localizada em uma fazenda que oferece excelente opção turística pela observação da vida selvagem da região do Pantanal Norte.
 
Para o veterinário, aceitar pesquisar nessas terras foi como um desafio. Isso porque seu trabalho científico teve que adentrar no centro de uma região composta por imensas fazendas de gado e, ao mesmo tempo, um santuário das onças-pintadas e outras espécies.

Ecoturismo na Pousada Piuval
 
“Aceitei o desafio, pois, sou um defensor da causa e gosto do equilíbrio com o ecossistema que existe aqui na pousada, que é uma fazenda com gados e, mesmo assim, as demais espécies circulam tranquilamente pela propriedade sem serem agredidas. Em outras fazendas nem sempre são amigáveis com a natureza. Fui chamado aqui para que a ciência proteja e cuide das onças”, explicou o pesquisador.
 
O projeto, inclusive, utiliza o monitoramento e pesquisa para devolver educação com objetivo de promover soluções a longo prazo para a conservação do felino.

Desde julho de 2022 Raad fez parceria com pousadas de ecoturismo locais e fazendas de gado da região visando criar um corredor ecológico com mais de 30.000 hectares, onde ele e Raissa Sepulvida, da Panthera Brasil, instalaram grid com 52 câmeras fotográficas.  
 
Nesta área, ele monitora diversas conhecidas pela comunidade local. Entender como funciona a rotina diária desses felinos corrobora com a promoção do turismo de observação da vida selvagem, que vem desempenhando papel fundamental seja na economia como nas percepções sobre o “gato gigante” do Pantanal.
 
 
Conforme o veterinário, o turismo é a razão pela qual as onças ainda não foram extintas de seu habitat natural. O Pantanal Norte movimenta anualmente milhões de dólares apenas com o ecoturismo pela onça, ao passo que os prejuízos provenientes da morte de gado alcançam apenas 121 mil dólares. Isso mostra o impacto positivo que o ecoturismo da observação do felino valem mais do que os custos que atingem os pecuaristas.
 
Jaguar Identification Project
 
O Jaguar Identification Project é uma organização sem fins lucrativos que, desde 2015, usa a ciência cidadã para construir um banco de dados coeso sobre onças individuais na região norte do Pantanal. O Pantanal não é apenas o lar da maior densidade de onças do mundo, mas também das onças mais habituadas, permitindo que seja o melhor local para ver onças selvagens em seu habitat natural.

Crédito: Xavier Muñoz/Jaguar Identification Project
 
Como consequência do relaxamento dessas onças, o projeto acompanhou vários indivíduos e documentou seus comportamentos. Hoje, o Jaguar trabalha em dois locais diferentes nas regiões de Pocone e Jofre no Mato Grosso, Brasil, e documentamos mais de 310 indivíduos.
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