Mães sobrecarregadas, filhos pequenos, introdução alimentar, alimentação saudável são alguns dos pontos que motivaram Mayana Soares Teclis, 33 anos, a abrir uma empresa que oferecesse comidinhas para crianças. A “Mamãe Que Fez Comidinhas Saudáveis” nasceu em 2019 para suprir um nicho no mercado de alimentos que não era atendido em Cuiabá. Agora, as mães contam com uma rede de apoio e podem comprar refeições saudáveis e adequadas para cada fase da infância.

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Mayana conta ao Olhar Conceito sobre suas descobertas no universo lá em 2018, antes de abrir a empresa e principalmente sobre a troca de conhecimentos e apoio entre as mães consumidoras, que acabam se tornando amigas.

“Quando eu comecei a pesquisas sobre a introdução alimentar, vi que aqui não tínhamos empresas voltadas para isso, e me veio a ideia de montar um negócio que suprisse minha necessidade e ajudasse outras mães. A ideia que a gente tinha de alimentação para criança era muito ligada a alimentos processados, na nossa infância, na nossa geração, e quando eu comecei a estudar eu percebi que o movimento da alimentação saudável já estava muito fortalecido”, disse a mãe do Henrique e da Stella.

“As coisas mudaram muito, os métodos de introduzir alimentos tinham muitas particularidades na alimentação de um bebê, por exemplo, o fato de não comer sal antes de um ano, não comer açúcar antes dos dois, e aí eu pensei que tudo bem, mas não era algo fácil de encontrar. A não ser que eu parasse tudo que eu estava fazendo para fazer na minha casa. Não tinha um lugar que eu podia ir e comprar uma comida sem sal, um doce sem açúcar. Nisso, eu percebi essa lacuna no mercado, pois além de ser uma necessidade minha, era uma oportunidade de negócio para ajudar outras mães”, complementa.

A empresária explica que uma introdução alimentar bem feita ajuda a desenvolver os hábitos saudáveis das crianças, principalmente se iniciada desde os seis meses de idade. Com os alimentos naturais e adequados para cada idade, a criança fica menos suscetível às atrações dos produtos ultra processados vendidos no mercado e com forte publicidade e rótulos.  

“Uma alimentação alimentar bem feita com alimentos de qualidade desde os seis meses, faz com que o bebê já se acostume com essa modalidade de alimentação. O grande perigo dos ultras processados são os excessos de gordura, de açúcares, coisas que não devem ser introduzidas dentro da alimentação de uma criança, porque dentre inúmeras fatores, viciam o paladar”, conta Mayana.

A “Mamãe Que Fez” conta com uma loja física no endereço rua General João Severiano da Fonseca, 376, bairro Aráes, em Cuiabá. No local, mães se encontram e trocam ideias sobre a maternidade, além do bate-papo com Mayana, que sempre está aberta, oferecendo uma rede de apoio para essas mulheres.

São marmitinhas, lanches, bolinhos sem açúcar, alimentos com pouco sal, sem aditivos e conservantes fazem parte do cardápio oferecido pelo estabelecimento. São várias fases da alimentação infantil, iniciando desde a introdução que começa a ser feita por volta dos seis meses e seguindo pelas faixas etárias. Todos os produtos passam pela orientação de nutricionista e acompanham as indicações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“A gente tem comidinha desde que o bebê começa a introdução alimentar (6 meses), para depois de 12 meses temos as marmitinhas maiores. Nós temos os lanchinhos e eles são ótimas opções, temos para os bebes que são desde bolinhos se açúcar, pãozinhos com menos sal, com temperos naturais. E para os maiorzinhos, temos os bolinhos já adoçados, de chocolate de cenoura, mas é feito tudo em tamanho de cupcake, que traz também o lúdico para a criança, de ser menorzinho, colorido, e eles amam. O de banana sem açúcar é democrático, desde os bebês até os maiores gostam”, diz Mayana.


Além disso, engana-se quem pensa que a comida atrai apenas os paladares infantis, muitos adolescentes e adultos acabam consumindo os produtos, pois segundo a empresária, “é comida de verdade”.

Para este ano, Mayana irá lançar o plano de assinatura para as mães, que podem contar com a entrega de refeições em toda data estipulada. Também são vendidos kits com várias refeições que podem durar a semana ou mês inteiro, pois são entregues congelados.

A loja também trabalha com os pedidos de delivery pelo Ifood, WhatsApp e Instagram, e conta com um ponto de revenda na Padaria do Moinho. Confira aqui o cardápio e contatos.

Para a mãe de Henrique e Stella, a alimentação saudável é o “equilíbrio acima de tudo”, pois é ter a consciência sobre a importância de se alimentar bem desde pequeno e saber que é possível sim comer alimentos considerados não saudáveis, mas que em um contexto do cotidiano, a comida saudável esteja presente em todas as refeições.

“Ter essa consciência de que buscando equilíbrio e sabendo fazer boas escolhas, todo mundo pode ter uma vida saudável e daí colher os frutos de tudo que vem disso. E quanto mais cedo a gente começa, melhor”, conta.

Rede de apoio

Para Mayana, desde o início do projeto da “Mamãe Que Fez”, o objetivo não era só focar em vender comida, mas sim ser uma rede de apoio para as mães. Ela fala que sempre quis se conectar com as mulheres, para transmitir que ela também possui as mesmas necessidades, e por meio das redes sociais conseguiu criar esse canal de proximidade grande, onde compartilhas suas experiências pessoais.

“Além do meu filho mais velho de 4 anos, eu tenho uma bebê que vai começar a introdução alimentar agora, então todo esse período de gestação, toda essa questão não só focada em alimentação, mas em outros pontos de criação que eu acho pertinentes compartilhar, uma criação mais respeitosa, uma educação mais voltada para o que a gente tem de mais moderno, não ficar atrelada aos padrões que a gente conhece”, explica.

“As mães falam muito sobre a questão do autocuidado, comprar uma comida para o seu filho não é só pensando na saúde dele, mas também na saúde mental da mãe, que está sempre muito sobrecarregada, então, a gente foi buscando meios de trazer para as mães um conforto, um apoio”, complementa.

Pensando em tudo isso, Mayana realizou o evento “Só Para Você”, voltada para as mães, oferecendo uma atividade de relaxamento, a bike indoor, um café da manhã saudável e muito bate-papo para trocas de conhecimento e experiências.

“A gente fala muito na maternidade sobre carga mental, por mais que os pais participem da criação dos filhos, hoje de forma mais ativa, meio que dividindo as tarefas com a mãe. A mãe está o tempo todo em busca de informação, de como criar o filho de uma forma melhor, seja buscando uma pedagogia na escola, seja buscando uma alimentação mais saudável, profissionais de saúde que estejam amis atualizados e tudo isso vai gerando para a mãe uma sobrecarga muito grande. Porque além das atividades do dia-a-dia, tem toda essa sobrecarga que é invisível, que é você organizar, gerir a vida do seu filho o tempo inteiro. E a gente não vê isso nos pais, é um numero muito menor de homens, é uma postura que as mães costumam ter”, conta.

“Os feedbacks que recebemos das mães são sempre muito positivos, como por exemplo, é uma preocupação a menos, pelo menos isso eu posso comprar e é como se eu tivesse fazendo. A mãe que quer o melhor para o filho, que busca uma alimentação saudável, ela sabe o que é a necessidade de uma criança e ela sabe que não é em qualquer lugar que ela vai encontrar isso, que não são todas as pessoas que entendem, então, elas se sentem muito felizes e acolhidas por ter esse ponto de apoio na gente”, complementa.

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