Após repercussão sobre o suposto abandono e a retomada das obras do Cuiabá Gold Hotel Spa, localizado entre as avenidas Miguel Sutil e Historiador Rubens de Mendonça, o Olhar Conceito foi até o prédio e entrevistou o sócio-proprietário do empreendimento, Robério Garcia, que explicou detalhes sobre a construção, que na verdade, nunca foi abandonada. Na semana passada, Robério anunciou que o hotel ficaria pronto até o final do ano.
A visita foi guiada por Robério, que explicou os detalhes do novo projeto em cada piso do prédio. Logo na entrada, no lobby, ele contou que o antigo espaço era imenso, mas sem ocupação interativa e funcionalidade. “Era muito espaço para pouca função”. Por isso, o grande salão que dá acesso ao hotel foi readequado para os novos moldes do mercado de hospedagem.
Agora, além da recepção, o lobby terá acesso à área de convenções, com cinco salas e capacidade total para 500 pessoas realizarem reuniões, eventos e cursos. Também terá um bar, uma cozinha e uma adega. A cozinha será aberta e servirá opções de café da manhã, almoço e janta.
O bar, restaurante e a adega funcionarão abertos ao público e aos hóspedes. “Se eu não faço essa adequação – de preencher os espaços do lobby com vida econômica (bar, adega e restaurante) – aqui ia ficar ‘morto’”, disse.
Um andar acima do lobby, haverá o piso de convenções – que também será o local do SPA. Aqui, Robério explicou que será um local que terá exposições, venda de joias e docinhos. Também haverá um balcão com opções de comidinhas rápidas, chás, cafés e afins.
Além disso, o piso terá vários jardins que comporão a alameda. “Espaço para as pessoas andarem, bater um papo, tomar um chá um uísque, comer uma comidinha rápida. Essa alameda vai dar acesso para o Spa”.
No Spa, serão três pontos de serviço. O Spa propriamente dito, com salas de banho e massagem. Haverá uma clínica de beleza estética e cabeleireiro. Será um espaço integrado para a prestação desse tipo de serviço.
Saindo da alameda, o acesso vai para a área da piscina. No local, haverá o Bar Pérgola, com várias mesas em um espaço alto, aberto, com vista para a cidade. Também abrigará a piscina, o salão de festas para 200 pessoas e uma academia de exercícios físicos. Próximo dali, o espaço Kids contará com cuidadores de criança especializados, brinquedos, brinquedoteca, tablets, celulares e videogames.
No total, já foram empreendidos mais de R$ 60 milhões no prédio que tem uma equipe com cerca de 60 trabalhadores empenhados na construção dos 14 mil metros quadrados em um terreno de 4600m². Serão 150 profissionais qualificados para trabalhar no Cuiabá Gold, que terá 160 quartos aos hospedes, além de todos os serviços para a sociedade.
Retomada com mais força há mais ou menos três anos, a construção já está em 98%, restando os enchimentos dos espaços com todos os utensílios da hotelaria, como, por exemplo, camas, lençóis, produtos de banheiro, equipamentos da cozinha, do Spa, etc. O empresário deu certeza de que o “maior hotel de Mato Grosso” será entregue em 2022.
“ Aqui tem história. Nós já estamos há mais ou menos três anos voltando com força, para concluir essa obra, que é também emblemática. Vamos terminar esse ano com certeza. Mudou porque nós percebemos que esses espaços vultuosos não cabem mais. Então a gente adequou o hotel com mais funções e atividades. Esse vai ser um hotel com serviços. Não vai ser só hotel tradicional de dormir, tomar café da manhã e tomar banho. Aqui vai oferecer aos hóspedes e à sociedade, uma série de serviços”, acrescentou.
Nome e local revelam uma história
Situada em um ponto alto da Avenida do CPA, em que cruza com a Miguel Sutil, a área que compreende o Cuiabá Gold Hotel Spa, segundo Robério, era o local das minas onde Miguel Sutil lavrava ouro, em meados do século XVIII.
“Agora é Cuiabá Gold Hotel Spa. Porque aqui nessa região, próximo daqui eram as minas de Sutil, pegando Prainha, trechos da Avenida Miguel Sutil e do CPA. Toda essa região era a mina, onde o Miguel Sutil encomendou os índios para pegarem mel que tinha acabado, pois vendia suprimento para o garimpo. Ele mandou os índios atrás de mel e os índios acabaram achando ouro. Aqui tem história”.
A escolha do nome e local levaram a história das minas de Sutil em consideração. O que os empreiteiros não esperavam, porém, era de que no processo de terraplanagem e escavação, por volta de 1988, ainda fosse possível lavrar e encontrar ouro.
“Uma curiosidade, quando fomos fazer a terraplanagem, escavar, o Altair Moura, empresário que tinha equipamento de terraplanagem, fez o trabalho aqui de graça pra poder pegar a terra e lavrar pra ouro. E ele conseguiu tirar ouro. Desde o começo sabíamos que aqui tinha ouro”, finalizou Robério.
Entraves à conclusão
Quem passa pela Avenida Miguel Sutil ou pela Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá, com certeza já se questionou de alguma forma sobre o Cuyabá Golden Hotel, que começou a ser levantado há 32 anos, em 1990. Localizado em um terreno elevado no cruzamento entre as duas avenidas, o imponente prédio cinza de acabamento azul, que supostamente estaria abandonado, na verdade nunca teve sua construção paralisada.
O local, supostamente abandonado, começou a receber grande fluxo de trabalhadores, construtores e atividades de edificação, dando a impressão de retomada. Robério, porém, informou que as obras nunca cessaram, apenas caminharam lentamente por conta da ausência de incentivo e de investimentos próprios que fossem capazes de gerir o empreendimento de forma célere.
Os incentivos firmados com a antiga Superintendência de Desenvolvimento Amazônia acabaram há cerca de 12 anos e isso dificultou que a construção caminhasse, devido aos altos valores do empreendimento de grande magnitude. Até então, já foram investidos cerca de R$ 62 milhões, dos R$ 70 milhões previstos.
Ainda, estes estímulos fiscais eram de difícil execução por conta de questões burocráticas e de sociedade. Dentre as condições para o incentivo, era necessário a captação de sócios que deveriam optar por pagamento de imposto de renda pelo Finan. Isso causou atrasos no desenrolar da obra, causando uma ideia de abandono devido ao longo período de lentidão.
Robério Garcia
“Nunca teve entrave. O problema é que o incentivo que submetemos ao hotel, era um incentivo fiscal de difícil execução: nós tínhamos que captar um sócio que iria optar pelo Finan para o imposto de renda dedicada a obra, ele teria que ficar sócio do hotel. Então era muito difícil você ter que ir na paulista, em São Paulo pra captar sócios que seriam minoritários de um hotel em Cuiabá”.
O projeto foi lançado em 1988 e começou a ser executado em 1990. A ideia inicial era que o Cuyabá Golden Hotel servisse aos moldes tradicionais da hotelaria, voltado para a hospedagem. Contudo, ao passar dos anos o projeto teve que passar por alterações para se adaptar ao novo mercado da hotelaria mundial.
“A hotelaria mudou e nós mudamos”, acrescentou Robério. Adaptações tecnológicas, novos projetos de arquitetura, ingresso às novidades da hotelaria mundial, adversidades financeiras após o término do incentivo e uma recuperação judicial enfrentada pelo grupo em 2018 foram fatores que estenderam o tempo da construção da obra.
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