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Sexta-feira, 06 de dezembro de 2024

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Semana da Arte Moderna foi o “maior acontecimento” de 1922 e influência em Cuiabá veio “ao seu tempo”, avalia professor

Foto: Reprodução

Semana da Arte Moderna foi o “maior acontecimento” de 1922 e influência em Cuiabá veio “ao seu tempo”, avalia professor
A Semana de Arte Moderna comemora 100 anos desde sua realização em 1922. Iniciada no dia 13 de fevereiro daquele ano, a popular Semana de 22 surgiu como forma de comemorar os 100 anos de independência do Brasil, assim como para “mostrar a cultura do nosso país com suas próprias cores”, explica o professor titular da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fernando Tadeu, ao Olhar Conceito.


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Entre os nomes que mais se destacaram ao longo da Semana de Arte Moderna foram Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Graça Aranha, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Heitor Villa-lobos e outros. Para Fernando, “foi a tentativa de uma liberdade sonhada de dentro, e que não se tornou realidade no todo, mas que anunciou ao país São Paulo no comando econômico, cultural e político, ao lado do Rio de Janeiro, capital federal”.

“O movimento da semana de arte moderna foi realizado por um grupo de artistas brasileiros (escritores, escultores, músicos), que sentiram a necessidade e a importância de construir uma arte brasileira. Um ‘mundo de ideias’ foi lançado, e talvez mais do que ontem esse ‘mundo de ideias’ no Brasil de hoje pedisse passagem porque nos últimos tempos retrocedemos a tudo que foi anunciado no movimento”.



Fernando avalia que a Semana de Arte Moderna foi “o maior acontecimento de 1922” e se reflete nos dias de hoje. “O movimento da semana de arte moderna retrata a nascente indústria nacional, que se fortaleceu nos anos 30 com o movimento da “substituição de importações”. A modernização pretendida pela semana de arte moderna de São Paulo, ainda encontra-se em ebulição. No Brasil a proposta da semana de arte moderna adquiriu muita força quando aliou-se à cultura popular e quando o movimento da tropicália fez uma releitura dos temas propostos.”.

Em Cuiabá, o professor explica que essas influências se deram com o tempo, principalmente porque em 1922 a influencia estrangeira tanto na literatura como nas artes ainda era muito forte.

“Em Cuiabá, a semana de arte moderna de São Paulo, aconteceu ao seu tempo, pois em 1922, ainda se vivia da influência do estrangeiro tanto na literatura quanto nas artes. No final da década de 30, foi que a transformação chegou à capital de Mato Grosso, com a modernização realizada pelo interventor Júlio Müller. Rubens de Mendonça, Gervásio Leite e João Batista Martins de Melo criaram a revista Pindorama. Cabe destacar interlocuções de João Antonio Neto, Manoel de Barros, Lobivar de Matos e outros”.

Fernando acredita que as mudanças ainda não se consolidaram porque a influencia do exterior continua forte. Ao longo dos anos, entretanto, houveram momentos fundamentais para a valorização da cultura popular através das artes plásticas, como a criação do próprio Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Para Fernando, a UFMT é a responsável por trazer esse processo de modernização em todas as frentes. “A Universidade Federal, enquanto universidade, alargou o processo de modernização em todas as frentes, sendo segundo minha concepção a partir desse ano que a semana de arte moderna chegou para valer em Cuiabá, e alcançou Mato Grosso”.
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