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Domingo, 08 de dezembro de 2024

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CAROL MOREIRA

Cuiabana faz sucesso com podcast e soma mais de 98 milhões de visualizações YouTube

Foto: Reprodução

Cuiabana faz sucesso com podcast e soma mais de 98 milhões de visualizações YouTube
Cuiabana, Carol Moreira está no YouTube há pouco mais de 10 anos. Já passou pelo R7, Omelete, fez sucesso com vídeos de “Game of Thrones”, ao lado da também YouTuber Mikannn, e vídeos explicativos sobre “Dark”, série da Netflix. Atualmente, soma mais de 98 milhões de visualizações na plataforma e tem os podcasts Modus Operandi, ao lado de Marina Bonafé (Mabê), e o Off, que traz entrevistas com pessoas importantes da industria do entretenimento, além de personalidades da internet.


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Em entrevista exclusiva ao Olhar Conceito, Carol contou um pouco sobre a decisão de investir em podcasts, oferecer uma opção em vídeo para o Off, acessibilidade para pessoas surdas e como o cinema deve mudar por conta da pandemia do novo coronavírus.

Olhar Conceito: Você sempre esteve no YouTube. Já são 10 anos. Trabalhou no R7, Omelete, carreira solo e agora você está com os podcasts Modus Operandi e o Off. Gostaria de saber porque resolveu investir em podcasts, que é uma mídia muito distante do audiovisual e do cinema.

Carol Moreira:
Na verdade, o que eu gosto é de contar histórias. Meio que foi naturalmente. O podcast começou a bombar e naturalmente a gente foi se interessando por essa mídia. Como a Miriam quis fazer o podcast Hodor Cavalo, que é sobre “Game of Thrones”, que lemos os livros e comentamos, eu comecei os podcasts por ele. Acabei saindo, mas fiquei encantada. Comecei a ouvir mais podcasts e me interessar mais. Quando eu vi, eu já estava fazendo.

OC: Como surgiu a ideia de criar o Modus Operandi e o Off?

CM:
[O Modus] começou porque eu e a Mabe gostávamos muito de falar sobre true crime (crime real, em tradução livre), de séries de crime e filmes. A gente ficava muito interessada com essas coisas e falava muito isso no WhatsApp. Então ela falou: “a gente poderia falar sobre isso em um podcast”. Eu sempre falava não, que eu já era muito ocupada e que não daria tempo. Aí um dia eu falei “cara, vamos fazer esse negócio?”. Começamos a desenvolver, chamamos a Bel Rodrigues, que depois acabou saindo do projeto, mas participou com a gente um tempão. Acabou dando certo. Sem querer, acabou virando um sucesso.

Cara, o Off surgiu de uma necessidade de fazer um conteúdo que não dependesse de eu ver uma série, um filme - eu estava muito cansada, sabe? Essa exigência de ficar assistindo coisas. Isso estava me deixando muito ansiosa porque, querendo ou não, toda semana sai série nova. E não só uma, sai um monte, sai filme. Tem vários streamings agora. Então estava ficando muito pesado. Com o tempo, fui deixando de fazer esse conteúdo muito quente para fazer conteúdos que eu tivesse tempo para absorver. O conteúdo de “Dark” eu acho muito legal, que fico analisando. Estou gostando mais de fazer isso.



Eu precisava ter alguma coisa semanal que funcionasse e eu sempre quis ter um programa de entrevista. Eu pensava que poderia ser em vídeo e não um podcast. Eu imaginava que poderia ser um programa, outra coisa. O Michel, que é meu amigo e trabalha no YouTube, acabou dando a ideia de fazer esse podcast que está na moda, em áudio e vídeo, tipo de Joe Rogan. Ele falou “está muito na moda, você tem que fazer”. A gente desenhou tudo e começou a fazer.

OC: Os seus vídeos que mais fizeram sucesso são os de “Game of Thrones”, com a Mikannn e os vídeos sobre “Dark”. Várias pessoas que trabalham com cultura pop, alegam estar sempre trabalhando, porque sempre que assistem a algum filme, série ou ouvem uma música, acaba se tornando um trabalho. Você consegue separar o que é trabalho do lazer?

CM:
A maioria das coisas [que vejo] é trabalho. Geralmente, assisto coisa repetida quando não é para trabalho, sabe? Gosto de rever “Grey’s Anatomy”, “Sinfield”, “Friends”. Claro, assisto as coisas que sei que não vou fazer vídeo, mas é mais raro eu ter um tempo para isso. Hoje está cada vez mais confuso porque não estou fazendo mais vídeos sobre cada série. Ainda estou confusa sobre o que eu quero fazer desse tipo de conteúdo.

OC: Os podcasts em vídeo estão crescendo cada vez mais. Conversando com algumas pessoas de Cuiabá que estão fazendo podcasts, elas também estão apostando em vídeos e alegam tornar mais inclusivo para pessoas surdas. Eu conferi no seu canal que você disponibiliza legendas e as pessoas que possuem habilidade podem fazer leitura labial. No seu caso, a ideia de trazer o podcast em vídeo também partiu dessa questão de tornar um pouco mais acessível?

CM:
O podcast funciona muito para quem é cego. Inclusive, eu entrevistei o Gustavo Torneiro, que é um cara cego que foi demais na entrevista. Mas realmente, o podcast não é nada acessível para as pessoas surdas. Sim, foi algo [o vídeo] que o Michel falou por estar na moda, mas eu falei que era legal porque poderíamos legendar. A gente pode ser mais acessível, então pessoas cegas ou surdas podem assistir ao programa, que era algo que eu queria. Mas também vem dessa questão de todos estarem fazendo, de ser uma nova moda, tanto que o Spotify vai abrir para vídeo. Então tem todos esses pontos.



Uma questão que pensei também é que quando a gente puder trazer pessoas internacionais, nós podemos ter uma versão legendada em vídeo. Se eu falo em inglês com a pessoa, ou outra língua, depois a gente pode colocar uma versão legendada para quem não fala inglês.

OC: Como alguns podcasts são longos, muitas pessoas não têm muita paciência para ouvir. Enxergo o vídeo também como um recurso para prender a pessoa.

CM:
É, mas eu acho que a mídia do podcast, principalmente os longos, é muito para quem gosta. Eu mesma não gostava muito. Aos poucos fui [gostando]. Hoje eu só ouço podcasts quando estou fazendo alguma coisa. Hoje em dia eu ouço bem menos podcasts do que ouvia fora da quarentena, porque eu saía mais, ficava mais em trânsito, que era o momento que ouvia mais. Acho que vai mais do estilo de cada um, de como ouve, se ouve ou se prefere em vídeo.

OC: Falando agora sobre cinema, a Warner anunciou que seus filmes ao longo de 2021 vão estrear da forma tradicional, nas salas, como também em seu serviço de streaming, o HBO Max, previsto para chegar em junho no Brasil. Muitos estão tratando que o cinema mudou e que não voltará ao normal mais. Você acha que o cinema realmente vai mudar daqui para frente ou enxerga essas medidas mais emergenciais?

CM:
Eu acho que as mudanças são efetivas. Essas decisões vão gerar mudanças para sempre. Não tem como a Warner, com todos vacinados, não lançar mais no HBO Max. Você educa o seu espectador. O cinema não vai acabar, mas vai mudar. Nossa forma de ir ao cinema vai mudar. Muitos cinemas independentes não vão ter muito o que fazer. As coisas vão estar disponibilizadas online, o que é ótimo porque fica mais acessível. Tem gente que não tem como ir ao cinema, pagar o ingresso que é caro. Tem muita gente que consegue ver um filme por mês. Estar disponível online, por mais que haja vários streamings, torna um pouco mais acessível. Você pode dividir [o valor] com algum familiar para ter acesso. É mais fácil você conseguir assistir. Isso vai impactar muito a indústria e muitos cinemas, infelizmente, não sei se vão aguentar.

Livro sobre crimes reais

Em 2021, Carol se junta a Mabê em um guia definitivo sobre crimes reais. Segundo o colunista da Veja, Robson Bonin, o livro será lançado pela Editora Intrínseca e irá abordar como funciona o sistema judiciário e carcerário, como também deve analisar cena de crime, e explicar como acontecem as investigações e outros assuntos para quem é fã do gênero.
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