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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Festança

Guerreiros percorrem as vias de Vila Bela e dão cor à cidade com bastões ornamentados com flores

Foto: Divulgação

Guerreiros percorrem as vias de Vila Bela e dão cor à cidade com bastões ornamentados com flores
Resistente ao tempo há mais de 261 anos a festança de Vila Bela da Santíssima Trindade será realizada entre os dias 17 e 28 de julho. As comemorações prestigiam o Divino Espírito Santo, Mãe de Deus, Três Pessoas da Santíssima Trindade e São Benedito, mas as danças do congo e chorado são uma das atrações principais do evento afro que acontece há várias gerações.

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A festa já faz parte da identidade da primeira capital mato-grossense. Durante o evento a cidade fica cheia de visitantes interessados na cultura, artes plásticas, artesanato e a típica gastronomia da Maria Isabel, Paçoca de pilão bolo de arroz e a famosa bebida afrodisíaca e kanjinjim. 

“Por ser seguida com uma tradição folclórica a cultura de um povo quase não muda. Ela apenas permanece para ser visa e contada. Vale a pena conferir”, garante a secretária de Cultura de Vila Bela da Santíssima Trindade, Miriam Aparecida de França.

Mais conhecido como a festança da Vila, o nome é a junção das festas em comemoração ao final da colheita de arroz, feijão, milho e mandioca com a celebração dos santos, ela acontece há pelo menos cinco gerações, desde o século 17, explicou Miriam Aparecida.

“Até porque lá não tinha padre. Ele vinha de Cáceres, que atendia a região do entorno do município e, por ser longe, uns 300 quilômetros de distância, aproveitava-se e fazia uma grande comemoração que deu origem a Festança de Vila Bela da Santíssima Trindade”, concluiu.

Dança do Congo

Com raiz africana, a Dança do Congo resiste ao tempo. Ela é a dramatização de uma luta simbólica travada entre dois reinados africanos depois de o embaixador de um outro reino pedir ao rei do Congo a mão de sua filha em casamento. Porém, o pedido é rejeitado e o embaixador revoltado declara guerra ao Rei do Congo.

Um dos motivos da guerra seria a desconfiança do rei com o embaixador. Para ele, o pretendente de sua filha o trairia logo após o casamento, ou seja, o rei, o secretário e o príncipe seriam assassinados e o embaixador ficaria com a coroa.

Trajes

Os combatentes da nobreza usa mantos, coroas e bastões coloridos e ornamentados com flores como instrumentos, o príncipe e o secretário de guerra vestem também um saiote com armação de arame e um peitoral em forma de coração como escudo. Já os soldados usam espadas, capacetes com pena de ema, flores e fitas, e o cantil que contém “Kanjinjim”, feita à base de cachaça, gengibre, canela, cravo e mel que serve para estimular os dançantes.

As flores na indumentária servem para reverenciar São Benedito. A movimentação da Dança do Congo é a caracterização da marcha dos soldados, o pulso vertical dos corpos, os movimentos dos braços com as espadas e o ritmo dos pés, dançando ou caminhando, remetem à marcha.

A dança ocorre pela toda a cidade, onde os participantes cantam e marcham ao som do ganzá, bumbo e cavaquinho que são tocados pelos músicos-soldados.

Dança do Chorado

Esta dança surgiu no período de colônia e império, quando escravos fugitivos ou transgressores eram aprisionados e castigados pelos seus senhores então entes queridos solicitavam seu perdão e liberdade dançando o Chorado, em que muitas vezes eram atendidos.

Esta dança surgiu no período de colônia e império, quando escravos fugitivos ou transgressores eram aprisionados e castigados pelos seus senhores então entes queridos solicitavam seu perdão e liberdade dançando o Chorado, em que muitas vezes eram atendidos.

Com o passar dos tempos passou a ser realizada ao final da festa de São Benedito pelas mulheres que trabalharam na cozinha.

A coreografia tem um ponto diferente de outras danças mato-grossenses, devido ao equilíbrio das garrafas na cabeça das dançarinas, as quais cantam e dançam um tema próprio. Procuram manter a garrafa na cabeça, para mostrar que estão sóbrias, isto é, que apesar da festança, ninguém está embriagado. Este passou a ser o significado atual da Dança do Chorado.

Turismo

Além da beleza e riqueza histórica, o turista ou mesmo quem é do próprio Estado e não conhece o município podem aproveitar e fazer um passeio nas ruínas da igreja matriz da Santíssima Trindade, a casa dos capitães generais, o Museu Profeta da Cruz, que conta o passado local. Também até a recém-descoberta Cascata do Jatobá, com 280 metros de altura, considerada a terceira maior do Brasil, entre outras.

O município dispõe de pousadas, hotéis e camping para acomodar os visitantes que podem entrar em contato pelo telefone 65 3259-1514, na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

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