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Sexta-feira, 06 de dezembro de 2024

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Sucesso no facebook, "Aonde não ir em Cuiabá" foi criada para reclamar de rodízio

Mais de setenta mil pessoas fazem parte do grupo online “Aonde não ir em Cuiabá” no Facebook. Voltado para críticas a estabelecimentos, lojas e prestadores de serviços da capital mato-grossense, a ferramenta foi criada em agosto de 2013 por uma consumidora que, hoje, vive na África do Sul, mas ainda não abandonou a função de administradora das ‘discussões’.


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Safiya Beatriz Barbosa, 44, é uma jornalista campograndense que viveu em Cuiabá e, na época, decidiu criar o grupo para reclamar do rodízio de pizzas do restaurante Serra, no Shopping Goiabeiras. “Eu nunca imaginei que tivesse essa envergadura, nem que o grupo fosse ser o que é hoje”, contou ao Olhar Conceito.

Segundo Safiya, que hoje é guia de turismo, ela conhecia um grupo em sua cidade natal que funcionava da mesma forma e, assim, foi fazendo as regras para a versão cuiabana. Dentre elas, por exemplo, está a proibição de propagandas, xingamentos, racismo, insultos, postagens falsas ou fora do contexto do grupo.



A administradora conta que nestes três anos foram muitos os problemas resolvidos a partir das reclamações. “Recentemente me lembro que o bar chuvisco colocou uma comanda porque não tinham como controlar o que o cliente bebia. E só fizeram isso depois que o grupo pressionou”.

No entanto, a resposta das empresas nem sempre é boa. Safiya lembra que o pior caso foi o de uma clínica veterinária envolvida na morte de um animal. O cliente reclamou no grupo, e o proprietário da clínica processou todos os administradores. No final, foi preciso fazer um acordo judicial.

“Ao invés de resolver o problema do cliente, a pessoa continuou agindo de ma fá. E continuou a agir da mesma maneira”, lamenta. Para Safyia, o profissional pode conseguir reverter a situação da crítica no grupo. “Se a empresa for suficientemente inteligente, ela capta aqui um consumidor descontente e o transforma em um consumidor feliz”.

No entanto, em grande parte das vezes eles não enxergam as críticas de forma boa. Assim, tanto Safiya quanto os outros administradores e moderadores (André Moura, Luiz Alves, Josiane e Neusa) recebem constantemente ameaças via inbox, além de xingamentos de proprietários raivosos.

Dentre as reclamações, ela explica que variam desde empresas que dão ‘balinha’ de troco, até as que desrespeitam o cliente, tem vendedores despreparados, e outros. “Empresa que vende salgadinho e destrói a festa do cliente não entregando no tempo prometido, restaurantes que não servem o que o cliente pediu no menu, lojas que querem superfaturar sobre o cliente, máfias dos taxistas revoltados com o uber, máfia dos camelôs revoltados com os clientes...”, lista.


Safiya Beatriz Barbosa, criadora do grupo (Foto: Arquivo Pessoal)

A administradora acredita que 99% das postagens são verdadeiras: “Obviamente existe as pessoas que agem de má fé. Elas existem, mas é um por cento. (...) Mas acho que as empresas e prestadores de serviços estão despertando pela forca do consumidor”.

Para evitar postagens falsas, os administradores do grupo tomam algumas medidas de segurança. O ‘Aonde não ir em Cuiabá’ é fechado, ou seja, para entrar é preciso pedir autorização aos moderadores. “Não aceitamos perfis fakes, sem foto, cada perfil é analisado. (...) Na conduta do grupo, não é permitido policiar a pessoa que fez a reclamação”, afirma. Segundo Safiya, os participantes podem reclamar até mesmo sobre o preço dos produtos.

Apesar de todos os problemas, ela garante que valeu a pena ter criado este canal de reclamações. “A gente acaba virando um meio de fiscalizar, ou então um norte para o cliente não ir naquele local problemático”, finaliza.

Para conhecer mais sobre o grupo e/ou participar, clique AQUI.

Existe também uma versão ‘positiva’, o ‘Aonde ir em Cuiabá’. Conheça AQUI.
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