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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Ervas aromáticas: Alecrim, dos campos para a mesa

Erva originária dos campos às margens do mar Mediterrâneo onde ocorre naturalmente em solos ricos em cálcio, clima seco e presença de borrifos de águas salgadas do mar. Seu nome científico é Rosmarinus officinalis e deriva do latim cujo significado é, para alguns autores “, orvalho do mar”.

Devido ao fato dos romanos a chamarem pelo seu primeiro nome (rosmarino) outros autores afirmam que o significado de seu nome é “Rosa do mar” (rosa + marino). O mais antigo registro de sua utilização remonta 500 a.C. sendo rodeado de lendas e folclore. Uma delas diz que a erva somente cresce nos jardins de homens bons; em Hamelet, Ofélia diz: “Há alecrim ali”, numa referência que naquela casa habitava gente de bem.

Na Grécia o alecrim simbolizava o amor e a morte. Assim, esta erva estava consagrada à deusa Afrodite, a deusa do amor. Devido ser considerada afrodisíaca as noivas levavam coroas de alecrim como talismã para assegurar a prosperidade do matrimônio e se colocava um ramo nas mãos dos cadáveres como símbolo da imortalidade da alma. Para os romanos, o alecrim, também simbolizava o amor e a morte e por isto era plantada próximo à soleira das portas das casas.

Diz outra lenda que esse arbusto teria se originado do orvalho que vem do mar e que sua flor, que era branca, transformou-se em azul quando Nossa Senhora, durante sua fuga para o Egito, repousou a seu lado. É considerada, por isso, planta calmante, boa para cardíacos e para impedir maus sonhos.

Dizem, ainda, que seu pé nunca deve ultrapassar o tamanho de Cristo. No passado a igreja católica também usava o alecrim nos seus rituais, queimando-o como incenso.

Devido seu aroma forte, acre e agradável seu uso culinário foi introduzido há muito tempo. Além de acompanhar com perfeição o carneiro, também é excelente para cortes bovinos. Uma dica interessante para seu uso é colocar alguns ramos sobre a brasa do carvão ao se preparar o churrasco.

Suas essenciais aromáticas ao volatizarem impregnam a carne de uma forma suave e delicada conferindo ao churrasco um paladar extraordinário. Pode ainda melhorar o preparo de assados de suínos e aves, principalmente as de caças. Outros usos incluem a aromatização de sopas, cogumelos e vegetais como batatas assadas, couve flor e espinafre.
 
No preparo de pães caseiros fica maravilhoso como na focaccia Alla genovese onde são seus ramos que dão a personalidade ao preparado.

Focaccia alla genovese

*Pasta per focaccia (massa para focaccia)
Ingredientes:
1.000 g Farinha de trigo especial (panificação)
500 ml Água mineral
100 ml Azeite extravirgem de oliva
30 g Fermento biológico fresco (ou 10 g de fermento biológico seco)
20 g Sal refinado

Procedimento:
Coloque o fermento fresco em um pouco de água à temperatura adequada. Aguarde 1 minuto e mexa para dissolver.
Coloque os ingredientes na amassadeira, menos o azeite de oliva e o fermento fresco. Reserve 20% da água.
Ligue a amassadeira na velocidade “I” e adicione, inicialmente, a água contendo o fermento. Misture até que a massa fique unida (+/- 3 minutos).

Em seguida, adicione o azeite e passe a amassadeira para a velocidade II. Caso seja necessário adicione mais água até dar o ponto.

Misture até a massa atingir o ponto de véu (+/- 7 - 10 minutos).

Obs. Caso não tenha amassadeira sovar a massa à mão por no mínimo 20 minutos.

Faça uma bola, unte bem com azeite de oliva e deixe o impasto repousar por aproximadamente uma hora, num recipiente coberto com filme plástico.

Abra a massa em uma assadeira untada com bastante azeite, dando uma espessura de massa uniforme, perto de 1 cm.
Cubra a massa com a cobertura desejada.

Pincele as bordas com azeite de oliva, e deixe crescer por 30 minutos.

Asse em forno de lsatro pré-aquecido a 200-220°C por aproximadamente 25-30 minutos.



Focaccia alla genovese

Ingredientes:
30 g Alecrim
20 g Sal grosso
150 ml Azeite extravirgem de oliva
1 kg Pasta per focaccia

Procedimento:
Abrir a massa normalmente regar azeite de oliva, sal grosso e alecrim e colocar pra assar.

* Carlos Alberto Balbino é Formado pela Scuola di Cucina, Cultura ed Enologia Delle Regione D’Italia do ITALIAN CULINARY INTITUTE FOR FOREIGNERS –ICIF e Universidade de Caxias do Sul. Mestre em Fisiologia – USP e Chef Executivo do Restaurante Di Pietro

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