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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Como peças de uma engrenagem somos impulsionados ao consumo de nós mesmos

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Afinal, o que estamos consumindo? A necessidade de preencher o vazio da existência humana? Comprar para nos encher de uma falsa vaidade que nos faz crer que de alguma forma, seremos melhores que os outros? São tantas perguntas sem respostas. Compramos porque achamos que seremos mais bonitos, porque teremos algum valor.

Mas, o nosso valor não está nessa essência consumista, impulsionada pelo bombardeio de propagandas que inspiram o nosso desejo de comprar. A industrialização nos faz querer ser máquinas, alimenta os nossos sonhos de algum dia sermos únicos, especiais, com mordomias e podendo comprar tudo o que é novo.

Todos trabalham, fazem funcionar a engrenagem, para acreditar que algum dia, pode ser aquele que comanda toda esta máquina, que tem acesso aos melhores prazeres do mundo, em praias paradisíacas, com bilhões e bilhões na conta bancária. Sem aparentes preocupações.

Então, o que estamos consumindo? A nossa alma? A nossa essência? O mundo nos impõe um ritmo acelerado. O capitalismo nos engole, nos escraviza. E neste processo eterno, estamos trabalhando impulsionados a contemplar um mundo que nunca nos pertencerá.

No fim disto tudo, o que tiramos são as pequenas coisas, os pequenos detalhes, as lembranças guardadas no coração. Fora isso, estamos apenas nos iludindo que estaremos completos ao consumir sempre mais e mais, exaurindo toda a nossa força vital, a Terra.

O que levamos daqui? Nada. Estamos apenas de passagem, e esquecemos de contemplar a paisagem, de aproveitar a efemeridade da felicidade. Esquecemos de tudo isto, e somos engolidos por um tempo que nos é imposto, por vontades alheias a nossa. Se hoje fosse o seu último dia, o que faria? Tentaria preencher o vazio da existência com compras ou pediria perdão e diria quanto amor traz no coração? 

A verdade é que os nossos dias tem fim, que todos os dias podem ser o último, e eventualmente será. E o que faremos ao final? Gastaremos nossas últimas horas com preocupações supérfluas ou daremos valor àquilo que realmente importa? Afinal, qual será a nossa marca no mundo? O que deixaremos ser consumido? Os nossos desejos ou o nosso amor? A nossa doação?

A verdade é que não existe verdade e o que podemos fazer, simplesmente é sentir as coisas boas, e tentar superar as ruins, para buscar um equilíbrio que nos foge, que nunca nos alcança, mas é na tentativa que superamos os erros, e assim, caminharemos até o fim dos nossos dias.

"Mais do que máquinas, precisamos de humanidade", já dizia Charles Chaplin e como cantou John Lennon: “All you need is love”.

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