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Domingo, 28 de abril de 2024

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Ervas aromáticas: Orégano, de erva da paz à identidade da pizza

O termo orégano deriva de duas palavras gregas, oros e ganos, que juntas significam "ornamento das montanhas" para alguns autores ou “alegria da montanha” para outros. Diz a fábula que foi a deusa Afrodite, que criou o seu aroma, uma vez que este proporciona bem-estar e paz.

Para os gregos esta erva possuía a magia de trazer felicidade e por isso os noivos eram adornados com guirlandas de orégano. O orégano era, também plantado nas covas dos mortos como um sinal de paz eterna. Aristóteles ao observar que as tartarugas que comiam orégano não eram afetadas pelas serpentes concluiu que a erva poderia ser um poderoso antídoto para o seu veneno.

Durante a Idade Média, foi considerado como protetor do mau-olhado. Diz-se que, na época da Inquisição, o orégano era posto nas câmaras de tortura das bruxas para libertá-las dos desígnios do maligno. Por esta razão também era cultivado nos monastérios.





A disseminação de seu uso culinário aconteceu durante a segunda metade do século XIX, em 1889, quando Dom Raffaele Espósito, um padeiro napolitano fez a parceria do orégano com o manjericão na criação da pizza.

Pode ser utilizado fresco ou seco sendo que , assim como o alecrim, fica melhor depois de seco. Como todas as ervas aromáticas deve ser acrescentado somente ao final da preparação tendo em vista que o calor deteriora seu aroma. Antes do uso na forma seca deve-se flexioná-lo entre as mãos para que liberte todos os seus aromas.

Na culinária italiana é utilizado em molhos de tomate, vegetais refogados, carne e é claro na pizza. Pode ainda ser utilizado na aromatização de aves e de peixes leves como o linguado quando preparado ao forno. Junto com o manjericão dá o caráter da culinária italiana. Em Portugal é usado nas caldeiradas e em saladas de tomate e queijo fresco ou requeijão e na aromatização de batatas assadas. Atualmente, aparece também, ainda que em menor medida, nas cozinhas espanhola, francesa, mexicana e grega.

O orégano surte excelentes resultados em panificação. Com ele podem ser confeccionados pães, biscoitos e fica excelente sobre torradas.

RECEITA

Filé de linguado à salentina

Ingredientes:

3.000 g File de linguado
250 ml Azeite extravirgem de oliva
30 g Salsa
75 g Azeitona preta
10 g Orégano
10 g Sal refinado

Procedimento:

Cortar as nadadeiras laterais dos linguados. Retirar a pele e cortá-los em filés

Retirar os caroços das azeitonas. Lavar a salsinha e picá-la junto com as azeitonas.

Lavar e secar os filés de linguado e colocá-los sobre uma folha de papel alumínio, levemente untado de azeite.

Temperar com sal, espalhar por cima as azeitonas picadas com a salsinha e por fim o orégano.

Regar os filés com um fio de azeite extra-virgem, fechar o papel alumínio como um envelope de forma a produzir uma espaço de aproximadamente 5 cm entre os filés e a parte superior e levar ao forno bem quente (aproximadamente 200ºC) por 15 minutos.

Retirar o “envelope” de papel alumínio do forno e passar delicadamente os filés de linguado para um prato, previamente untado com pouco azeite, regando depois com o molho de cozimento que estiver no “envelope”.

Servir com espinafres e batatas refogadas ou com favas e tomatinhos cereja.


* Carlos Alberto Balbino é Formado pela Scuola di Cucina, Cultura ed Enologia Delle Regione D’Italia do ITALIAN CULINARY INTITUTE FOR FOREIGNERS –ICIF e Universidade de Caxias do Sul. Mestre em Fisiologia – USP e Chef Executivo do Restaurante Di Pietro


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