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Notícias / Turismo

Moradores reclamam de construção de shopping em balneário do Chile

AFP

 A construção de um enorme shopping-center no meio do centro histórico está gerando polêmica na cidade turística de Valparaíso, no Chile.

Os moradores do balneário cheio de casas coloridas com vista para o Pacífico, considerado Patrimônio Mundial da Unesco, estão divididos em relação aos planos do novo complexo de compras e lazer. Enquanto alguns temem que o edifício moderno vá arruinar a beleza de cartão-postal da cidade, outros afirmam que a economia local precisa desse incentivo.

Em uma área à beira-mar conhecida como Baron, paredes de madeira fecham. O trabalho no shopping começou algunas meses atrás, mas está parado por alegadas falhas nos estudos sobre a preservação do lugar.
Em novembro de 2013, a equipe da Unesco foi até Valparaíso para inspeccionar a parte antiga da cidade e analisar projetos em andamento, inclusive do shopping. Um relatório deve ser divulgado com recomendações sobre como assegurar seu status de joia cultural da humanidade.

O prefeito, Jorge Castro, disse à agência France Presse que, apesar de que falta muito por fazer, há projetos de preservação a caminho ou quase finalizados.

Pobreza
O turismo é atualmente a maior fonte de renda de Valparaiso, localizada a 120 km da capital, Santiago. Visitantes do mundo todo vão até lá para ver os vestígios de seu glorioso passado como o porto mais importante do Pacífico sul.

O shopping-center ilutra um paradoxo da cidade: apesar de receber milhares de turistas todos os anos, o município tem índices de pobreza maiores do que a média nacional e precisa de investimentos.
Segundo o prefeito, a quantia de US$ 150 milhões investida no shopping-center e os 4 mil empregos que ele vai gerar vão ajudar nesse sentido.

Mas o economista Camilo Vargas, que se opõe ao projeto, reclama de que ele se baseia em uma "visão simplista do crescimento da cidade". "Achamos que há coisas mais importantes para Valparaíso do que esse shopping e há partes da cidade, especialmente na periferia, que seriam melhores locais para abrigá-lo", diz.
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