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A dança da Guerra Fria - Confira a coluna pop e cult de Rafa Gomes

Rafa Gomes

 O corpo não é apenas um instrumento de locomoção, uma espécie de pião que gira em torno do seu eixo para se manter de pé. Uma das formas mais antigas e bonitas de expressão se dá através do corpo. Muito mais do que a responsabilidade do ir e vir, a movimentação corporal dá vida ao ser humano. Dá um certo brilho e revela um carisma natural de todos nós. Uma espécie de mágica acontece na leveza dos movimentos que o corpo faz. E o responsável por isso é a dança.

Ainda que o ballet clássico não seja para todos, é inegável sua beleza e formosura. A forma como o corpo é levado ao ritmo de sinfonias famosas é encantadora. E assim como a dança se revela pura e inocente no ballet, ela também pode admitir para si outros significados. A dança está aí pra isso, pra ser usada da forma que expresse melhor quem você é ou o que você gostaria de ser. Ela vai além do óbvio “mexer o esqueleto”.

Imagina o mundo sem essa forma de expressão? Embalar o corpo ao som da música? Proibido. Dançar com os fones de ouvido abafando o som, o centralizando apenas para si mesmo? Não pode. Bater o pezinho no ritmo da canção até sentir um impulso subir em avalanche no seu corpo? Jamais. Talvez você não dance tanto quanto gostaria – ou deveria –, mas garanto que se o poder da dança lhe fosse tirado, você iria reclamar. Todos iríamos.

Na década de 80 vimos uma grande leva de filmes sobre dança surgir. A sensação começou mesmo no fim dos anos 70 com Embalos de Sábado à Noite (1977), uma obra que ultrapassa os limites da dança e nos revela porque Footloose foi um mecanismo revolucionário nos anos seguintes. Explico. Embalos de Sábado à Noite, filme que consagrou John Travolta como um exímio dançarino, nos leva à Era Disco, ao universo das boates que até no Brasil se popularizaram (se lembra da novela global Dancing Days de 1978? Está aí a sua referencia original).



O lugar era absorto por jovens com poucas ambições, inconstantes a respeito de quais caminhos seguir na vida e cheios de disposição para dançar. Enquanto a semana era vazia, os fins de semanas compensavam com a exaustão febril de passar horas dançando, pelo puro prazer de se livrar das pressões do mundo real.

Os anos 70 foi formado por jovens confusos, perdidos, sem projeções futuras. Nos Estados Unidos, todos acompanhavam a Guerra do Vietnã (1962-1975) perplexos, com os olhos atentos, temendo o que estaria por vir. Jovens eram chamados para o combate e refletir sobre o futuro não parecia seguro. Ele poderia ser tirado de si. Ao lado disso, um conflito ainda maior seguia mais calado: A Guerra Fria (1945-1991). Tudo isto está nas entrelinhas de Embalos de Sábado à Noite, que trazia o reflexo de uma juventude pós-Guerra do Vietnã ainda perdida, sem saber o que fazer.

Ainda que o ballet clássico não seja para todos, é inegável sua beleza e formosura. A forma como o corpo é levado ao ritmo de sinfonias famosas é encantadora. E assim como a dança se revela pura e inocente no ballet, ela também pode admitir para si outros significados. A dança está aí pra isso, pra ser usada da forma que expresse melhor quem você é ou o que você gostaria de ser. Ela vai além do óbvio “mexer o esqueleto”.

Imagina o mundo sem essa forma de expressão? Embalar o corpo ao som da música? Proibido. Dançar com os fones de ouvido abafando o som, o centralizando apenas para si mesmo? Não pode. Bater o pezinho no ritmo da canção até sentir um impulso subir em avalanche no seu corpo? Jamais. Talvez você não dance tanto quanto gostaria – ou deveria –, mas garanto que se o poder da dança lhe fosse tirado, você iria reclamar. Todos iríamos.

Na década de 80 vimos uma grande leva de filmes sobre dança surgir. A sensação começou mesmo no fim dos anos 70 com Embalos de Sábado à Noite (1977), uma obra que ultrapassa os limites da dança e nos revela porque Footloose foi um mecanismo revolucionário nos anos seguintes. Explico. Embalos de Sábado à Noite, filme que consagrou John Travolta como um exímio dançarino, nos leva à Era Disco, ao universo das boates que até no Brasil se popularizaram (se lembra da novela global Dancing Days de 1978? Está aí a sua referencia original).

O lugar era absorto por jovens com poucas ambições, inconstantes a respeito de quais caminhos seguir na vida e cheios de disposição para dançar. Enquanto a semana era vazia, os fins de semanas compensavam com a exaustão febril de passar horas dançando, pelo puro prazer de se livrar das pressões do mundo real.

Os anos 70 foi formado por jovens confusos, perdidos, sem projeções futuras. Nos Estados Unidos, todos acompanhavam a Guerra do Vietnã (1962-1975) perplexos, com os olhos atentos, temendo o que estaria por vir. Jovens eram chamados para o combate e refletir sobre o futuro não parecia seguro. Ele poderia ser tirado de si. Ao lado disso, um conflito ainda maior seguia mais calado: A Guerra Fria (1945-1991). Tudo isto está nas entrelinhas de Embalos de Sábado à Noite, que trazia o reflexo de uma juventude pós-Guerra do Vietnã ainda perdida, sem saber o que fazer.
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