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Notícias / Artes visuais

Obras do cuiabano Gervane de Paula marcam presença na SP-Arte Rotas antes da 36ª Bienal de São Paulo

Da Redação - Bruna Barbosa

Na SP-Arte Rotas, realizada entre 27 e 31 de agosto na ARCA, em São Paulo (SP), a arte cuiabana esteve em evidência por meio de Gervane de Paula, representado pelo MT Projetos de Arte, fundado por Margareth Telles. O espaço levou para a feira um recorte de dois artistas do Centro-Oeste, Gervane e Humberto Espíndola, de Mato Grosso do Sul, nomes que marcaram e continuam a marcar a história da arte brasileira.

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Margareth destacou a importância da presença desses artistas no evento, lembrando que Gervane participará da 36ª Bienal de São Paulo, entre 6 de setembro e 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão da Bienal, com entrada gratuita.

A fala da fundadora ressaltou a relevância histórica da produção de ambos e a permanência deles no Centro-Oeste, o que reforça a potência criativa da região. "A obra de Gervane de Paula traz figuras híbridas entre homem e animal, que testemunharam a violência dos interesses econômicos sobre o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia. Assim como a perda dos saberes e culturas tradicionais da região. Humberto e Gervane decidiram permanecer no Centro-Oeste, o coração do Brasil. De lá, produzem arte contemporânea e propõem alianças com equilíbrio ancestral".

"Evocam uma terra de mistérios não desvendáveis pelos satélites, drones e robôs. Por isso, intrigam e desnorteiam, mas também indicam alternativas para o momento decisivo do país, da arte e da história", disse em um dos vídeos de divulgação da SP-Arte Rotas. 

A fundadora ainda ressaltou que mais de 50 anos separam a participação de Espíndola na Bienal de São Paulo, em 1971, e a de Gervane em 2025. Apesar da distância temporal, suas obras dialogam em torno de críticas sociais e ambientais.

Espíndola explora a simbologia do gado e do território na série “Bovinocultura”, enquanto Gervane dá corpo a figuras híbridas entre homens e animais, que expõem as tensões entre economia, destruição ambiental e perda de saberes tradicionais no Pantanal, Cerrado e Amazônia.

"São visíveis as aproximações e intercessões em suas obras. Em Espíndola, os arames  farpados, as marcas das famílis proprietárias de gado e de terras, e os chifres em altares, são elementos que integram suas obras e instalações de 'Bovinocultura', surgida em 1967". 
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