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'Tem que lutar, tem que remar, escrevo, gravo, filmo para poder postar', canta cuiabano em novo álbum

Da Redação - Pedro Coutinho Bertolini

“E mais um salto no tempo foi dado, em direção ao estrelato. Preenchi as páginas que me faltavam, agora só preciso convencê-los disso”, é o que diz as primeiras linhas da música Dilemas, escrita pelo rapper cuiabano Leonardo Mendonça Silva, 23 anos, conhecido como Holanda. A canção faz parte do álbum ADL – Auto Domínio Lírico, lançado no Spotfy com produção independente do artista no dia 31 de outubro.

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Em sua ‘gravadora de um homem só’, a D323, Holanda passou 8 meses mergulhado na produção independente do seu segundo álbum, ADL que foi gravado, mixado, captado e editado pelo próprio artista. “Tem que lutar, tem que remar, escrevo, gravo, filmo e edito pra poder postar e apostar no meu poder até a ficha se acabar”, diz trecho da segunda faixa do álbum.

Navegando entre a melancolia e o ego, ADL surgiu dos devaneios de Holanda após o término com sua ex-companheira e foi inspirado no livro Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdão e também no grupo de RAP carioca ADL (Além Da Loucura).



Desta equação, foi pensada dupla interpretação entre Auto Domínio (AD) – o domínio sobre si mesmo (AD) e o Domínio Lírico que seria o amplo domínio sobre aquilo que você está fazendo – escrevendo.

As faixas se dividem em duas partes de produção. Segundo o artista explicou à reportagem, um pedaço carrega canções introspectivas, tristes e melancólicas que dizem respeito ao íntimo lírico sobre o autodomínio, com ‘U’. Mais técnica, recheada de raiva e com elaboração detalhada, pode-se ouvir o ‘alto’ com L, de grande domínio, vastidão, longevidade do Rap. “Aquele lance E aí, estabelecer o contraste entre ego e melancolia”.

“Dilemas”, “Sonhador”, “Elogio à loucura”, “O ciclo” (feat Jacob Degraus), “Presente de Grego” (feat Havel FW) e “Negócios e tragos” são as seis faixas que te levam ao universo do rapper que compôs ADL, já disponível em alta qualidade no Spotfy.

Ainda sem condições de viver de música, Holanda trabalha em um shopping da capital e, embusca do seu corre, usa o salário para investir na D323, sua gravadora. Nela, o rapper trabalha em todas as etapas da produção das músicas com um computador, muita música, caneta e inspiração. 


Sobre Holanda

Nascido na capital de Mato Grosso, Leonardo já morou em outros estados e até em um vilarejo na Holanda. Ele começou seu trajeto na arte desabafando poesias em meados de 2017. Neste ano, um concurso do selo carioca 1 Kilo fez com que juntasse seus textos em músicas. De lá pra cá, começou a mergulhar no RAP em busca de independência e liberdade pela música.



Inspirado no RAP do português Sam The Kid, em bandas e artistas conterrâneos e nos renomados rappers e grupos do cenário nacional, Holanda lançou seu primeiro trabalho profissional pelo selo Nova Era, em 2018. Na ocasião, gravou um Cypher com artistas de Mato Grosso chamado Quimera. Ali, ficou um ano estudando, juntando condições financeiras e conhecimento em busca de expandir seus horizontes.

Já certo do caminho a trilhar, entre 2018 e 2019 ele começou gravar, mixar, captar e masterizar seus raps pelo celular. Em 2020 montou sua gravadora D323 e lançou “Verdes anos”, seu primeiro álbum solo que contém seis faixas de sua composição.

 
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