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Notícias / Cinema

Diretor reproduz Palácio do Comércio dentro de casa para gravação de filme

Da Redação - José Lucas Salvani

O diretor Luiz Borges reproduziu os espaços internos do Edifício do Palácio do Comércio, de Cuiabá, em uma casa no município de Chapada dos Guimarães (a 67 km de Cuiabá), para o curta-metragem “Angelus Novus: na boca da noite anuncia a derrocada do Anticristo”. As gravações do filme devem seguir até este domingo (13).

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O curta-metragem ainda passará por gravações externas no entorno do prédio em Cuiabá. “Além de focar na pandemia, o filme dialoga também com o pensamento do filósofo alemão Walter Benjamin e aspectos urbanísticos de Cuiabá, principalmente ao exaltar seu Centro Histórico e revisitar o prédio que simboliza uma era marcada por obras que ‘modernizaram’ a cidade”.

Especialmente impulsionado por um olhar crítico, o curta-metragem expõe mudanças culturais e o impacto nas relações geradas pela situação de crise sanitária que realçou mazelas da sociedade.

O projeto foi aprovado por edital da Lei Aldir Blanc, realizado pelo Governo de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer (Secel-MT) e em parceria com o Governo Federal, via Secretaria Nacional de Cultura do Ministério do Turismo.

A história

Por meio da ficção, o diretor e roteirista Luiz Borges faz um registro de um tempo permeado por rigorosos protocolos sanitários, tensão psicológica decorrente do isolamento e problemas sociais que foram agravados no período, como o aumento da violência doméstica, preconceito, fome e desemprego. No roteiro, escrito por ele, um palhaço idoso, Mauro (Júlio Carcará), é obrigado a fixar residência e viver solitariamente no Edifício Angelus Novus devido ao fechamento do circo onde trabalhava.

Em outro apartamento, uma jovem mulher negra, Ana (Maria Clara Bertúlio), cabeleireira, é obrigada a voltar a morar com a mãe, trazendo consigo sua filha Bela (Ivy Caroline) e o marido João (Péricles Anarckos). A renda ficou comprometida com o fechamento de seu salão de beleza diante de normas de decreto político.  

João está desempregado e é alcoólatra. A situação da família atinge níveis difíceis, quando Ana passa a somar às estatísticas dos casos crescentes de violência doméstica durante o período, mas abafados pela limitação do acesso às centrais de polícia.  

O pastor Messias (Caio Mattoso) é vizinho. Conservador e moralista, oprime o filho Amorésio (Caio Ribeiro) e mantem comportamento negacionista. Mesmo duvidando da pandemia, aproveita para lucrar com o desejo de proteção e cura dos fiéis de sua Igreja, oferecendo tratamentos ineficazes contra a covid.

Compõem o elenco também, Bia Corrêa, interpretando Dona Francisca, Luiza Lamar, como Maria e Mariana Badan, como Dolores.
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