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Notícias / Política Cultural

Monumento que homenageia Zulmira Canavarros, Guilhermina de Figueiredo e Luiza Calhao é inaugurado

Da Redação - José Lucas Salvani

A Prefeitura de Cuiabá inaugurou, na tarde desta sexta-feira (28), o monumento “As Três Graças”, que homenageia a musicista Zulmira Canavarros, a poeta Guilhermina de Figueiredo e a jornalista Luiza de Figueiredo Calhao. Durante a inauguração, estiveram presentes o secretário Municipal de Turismo, Oscarlino Júnior, e a secretaria Municipal de Mulher, Luciana Zamproni.

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“Elas me representam. É isso que é minha emoção no dia. Principalmente saber da história de cada uma delas ser resgatada. As pessoas que passarem por aqui vão ficar curiosas sobre o monumento e vão buscar saber essa história, principalmente da Dunga Rodrigues, que foi uma mulher exemplar e inovadora, que criou o muxirum, e que hoje podemos estar falando de três grandes mulheres para nossa cuiabania. Isso é cultura e representatividade”, afirmou a secretária ao Olhar Conceito.

A escultura do artista plástico Leonardo Henrique Lobo de Campos foi reinstalada na rotatória da avenida Coronel Escolástico, em frente à Igreja São Judas Tadeu. Em razão da Copa do Mundo, no ano de 2014, a escultura foi retirada e colocada em frente à Rodoviária Engenheiro Cássio Veiga de Sá. Já em 2020, novamente foi removida para reforma.

O monumento foi construído em  1990 para homenagear três mulheres incentivadoras da cultura mato-grossense e sofreu com a ação do tempo. A base da obra de arte também foi atingida por um automóvel, o que causou sérios danos estruturais. O responsável pela recuperação do monumento trata-se do artista plástico, Fred Fogaça.

As homenageadas

A jornalista Luiza de Figueiredo Calhao (Nhalu) nasceu em Cuiabá em julho de 1866, carinhosamente chamada de “Nhalu”. Casou-se com o Major Emílio do Espirito Santo Rodrigues Calhao em 1881, filho de Joaquim José Rodrigues Calhao, falecido em Cuiabá em 1885, depois de ter contribuído para o seu desenvolvimento cultural. Redator do jornal O Liberal e fundador do jornal A Província de Mato Grosso, que Emílio Calhau, seu filho simplificou para O Mato Grosso. Nhalu ao entrar na família, aprendeu a arte de escrever e tornou-se uma promissora jornalista. Um dos trabalhos dela era incentivar a dinamicidade do “Jornal A Voz do Norte”, um jornal noticioso, independente e literário. 

Já a professora e escritora  Guilhermina de Figueiredo nasceu em Cuiabá no dia 05 de junho de 1911. Faleceu no dia 04 de julho de 1981, nesta Capital. Ela cursou o 1º grau na escola Estadual Barão de Melgaço e o 2º grau na Escola Estadual Liceu Cuiabano, onde concluiu o curso normal.

Segundo seu irmão Benedito de Figueiredo, ainda vivo, era autodidata e como tal aprendeu outras profissões, como por exemplo, música e para aperfeiçoamento fez curso de piano, no estado de Guanabara, hoje do Rio de Janeiro.  Tem dois livros editados, um o ABC da Literatura e Lampejos d´alma, colaborou com a revista “A violeta”, ajudou a criar a Fundação Pio XII.

Nascida em 14 de novembro de 1895, Zulmira D’Andrade Canavarros era compositora, maestrina, educadora e teatróloga e faleceu no ano de 1961. Foi a primeira mulher em Mato Grosso a fundar um clube de futebol. Trata-se do Mixto Esporte Clube, fundado a 20 de maio de 1934. Foi, também, uma intensa ativista cultural e social, além de uma intensa empreendedora.

Zulmira começou a compor e a escrever peças de teatro, na adolescência, e durante toda a vida tocou piano e violino. Suas composições foram escritas em vários gêneros: sambas, quadrilhas, marchas, toada caipira, bolero, rasqueado, dobrado e embolada. As letras das músicas falam do amor, do sofrimento, do casamento, da relação ntre o homem e a mulher e aspectos do cotidiano de Cuiabá.
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