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Artista plástica nova iorquina chega a Mato Grosso para estudar pássaros e incursiona pelo universo pantaneiro

21 Mai 2013 - 10:50

Stéfanie Medeiros - Especial para o Olhar Conceito

Entre uma fala e outra, de repente ela para e aponta para uma ave que acabou de passar. A excitação é tanta por ter visto um pássaro novo, que Catherine Hamilton, 44 anos, observadora de pássaros, fotógrafa e artista plástica de Nova York não resiste e pega seu binóculo de longo alcance. “Está vendo? Ali atrás da árvore!”, ela diz em inglês misturado com o português, ao qual está aprendendo rapidamente.

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Pela primeira vez no Brasil, Catherine resolveu vir ao Pantanal por conta da sua grande variedade de animais, especialmente os pássaros, pelos quais é fascinada. Às cinco horas da manhã ela acorda e, com bloco, caneta e máquina fotográfica, caminha silenciosamente pelas trilhas do Araras Eco Lodge. Depois do café da manhã, pega um caderno com folhas sem pautas e anota o nome de todas as aves que viu, deixando espaço para ilustrações.

Foi em uma destas caminhadas, antes mesmo de o sol nascer, que Catherine viu um lobo guará. Todos ficaram surpresos ao saber que este animal estava nos arredores da pousada. “Eu não conseguia acreditar. Foi incrível, eu trocaria minha câmera pelo lobo sem pensar duas vezes!”, brincou, encantada com a sobriedade e beleza do mamífero.

Depois de duas semanas na pousada Araras Eco Lodge,    Catherine irá para São Paulo, onde será uma das palestrantes em uma conferência sobre observação de aves, e seguirá para Nova York. “O Pantanal têm algo de especial e único. Os pássaros daqui são bem singulares. E é um ecossistema inteiro baseado na água e sem paralelos em outros lugares do mundo”.

Apesar da apreensão da família, Catherine embarcou sozinha para o Brasil e, sem conhecer ninguém, veio explorar o Pantanal, mas sempre com foco na conscientização ambiental.

Para a nova iorquina, visitar uma região para preencher uma lista com nomes de pássaros não é realmente conhecê-la. Catherine conta casos de muitos observadores de aves que vão a lugares diferentes, longe da suas zonas de conforto, somente para fazer listas enormes com diversas espécies, tirar fotos e ir embora. “As pessoas vêm, tiram, tiram, tiram e não se engajam no local, com os moradores, o costume, a língua”, disse, falando algumas palavras em inglês, outras em português e tentando descobrir novos vocábulos brasileiros pelas semelhanças com o espanhol.

Sobre as diferenças culturais, Catherine aponta as variações de personalidade e costumes refletidos no modo de andar; Segundo ela, em Nova York as pessoas quase se atropelam, andam correndo. Já no Brasil, os habitantes movem-se devagar, sem pressa de chegar ao destino. “Eu gosto, as pessoas fazem as coisas no próprio tempo, porque sabem que uma hora chegam onde querem”.

Com um caderno recheado de nomes de pássaros na mão, Catherine conta que começou a observação destes animais quando era uma criança com não mais de sete anos, incentivada pelo pai, biólogo que trabalhava na área. Ela relembra que costumava desenhar e fazer anotações sobre os bichos em blocos, hábito que tem consigo até os dias de hoje. Por conta de suas constantes viagens, Catherine usa materiais simples, como caneta, tintas aquarelas e seu computador.



No sábado (11.05), segundo dia que passou no Araras Eco Lodge, Catherine acordou cedo para andar pela propriedade, observar e fotografar. “Geralmente eu gosto de sair cedinho, ficar bem quieta para tentar fotografar os pássaros agindo naturalmente, como se eles não percebessem minha presença”, disse. Na suas anotações, os nomes das espécies que ela nunca tinha visto antes têm um asterísco na frente e são chamados de “lifers”. O termo, já apropriado pelo português, significa que o “passarinheiro” viu determinada ave pela primeira vez.

Serviço:
O Araras Eco Lodge fica na Estrada Parque Transpantaneira, km 32 - Mato Grosso - Brasil e está localizada no Pantanal Norte, principal santuário de vida silvestre do continente sul-americano. Inserida num ambiente de rara e múltipla biodiversidade, a pousada foi construída em harmonia com seu entorno e tem acesso, durante todo o ano, pela Estrada-Parque Transpantaneira, a 132 km ao sul de Cuiabá, capital de Mato Grosso.
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