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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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ARTES PLÁSTICAS

A vivacidade das Catrinas impulsiona a criação artística de Capucine Picicaroli fotos

Foto: Lidiane Barros - Olhar Conceito

Capucine Picicaroli assumiu a arte profissionalmente e desde então, só colhe os louros

Capucine Picicaroli assumiu a arte profissionalmente e desde então, só colhe os louros

Ironias do mundo à parte, a alegria das homenagens aos mortos do México deu um novo norte à vida de Capucine Picicaroli, que recentemente aceitou o status de artista plástica e abraçou a “causa”. Causa sim, pois em um ambiente tantas vezes incerto, viver da arte pode ser algo penoso.

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Mas as fridas e catrinas mexicanas parecem tê-la abençoado, pois é com a velocidade quase que sobrenatural que ao tempo em que disponibiliza suas obras na internet, as vende. Fato que já virou quase um problema, pois foi difícil acumular obras para a sua primeira exposição, uma coletiva que será em agosto, na Casa do Parque, dividindo a cena com Miguel Penha e Rimaro.

A terceira tela já está em fase final, e as outras duas, só tiveram seus detalhes revelados. Mas as três têm em comum, a figura das catrinas, alvo de intensa pesquisa da artista. Ainda que o conhecimento da arte mexicana tenha se baseado em estudos e não no presencial, ela desenvolveu a sua própria leitura da vivacidade das mulheres inspiradas pela deusa Mictecacíhuatl, conhecida como a ‘Dama de la Muerte’ (dama da morte) atualmente relacionada com a personagem ‘La Catrina’, do pintor, ilustrador e cartunista mexicano, José Guadalupe Posada, amigo de Diego Riviera e Frida Khalo.

Ainda que vestidas de maneiras diferentes e ambientadas em várias situações cotidianas da contemporaneidade, elas também carregam uma mensagem social e política, pois a ‘La Catrina’ era uma sátira dos indígenas que renegavam suas origens e costumes copiando modas europeias. A representação humorística do esqueleto de uma dama da alta sociedade tem a função de lembrar que no final das contas, em relação à morte todo mundo é igual.

“Na minha releitura ela ganha uns traços bem pop. Essa é a minha intenção, também, afinal, a arte é para todos, é uma forma de popularizar conhecimento. Como estratégia, comecei pelas garrafas pintadas à mão”, relembra ela. Mais uma vez abençoada! A novidade é que a pesquisa desenvolvida lhe rendeu ainda a participação em uma mostra em Nova York, em agosto, da qual ainda tem poucos detalhes.




 
Foi garimpando na internet que conseguiu inscrever-se em um concurso da loja Solidarium, que comercializa peças no ambiente virtual. “A qualidade do acabamento chamou a atenção” A propósito, ela fez testes em vários suportes e texturas até se "encontrar" e conseguir a destreza com a arte em vidro. “Já pintei pelo menos umas 500”, contabiliza.

Apostando no fôlego que suas catrinas têm-lhe dado, agora Capucine – que pinta em acrílica sobre tela – dedica-se ao aprendizado da tinta a óleo. Para isso, tem feito aulas com o artista plástico Miguel Penha que domina a arte ao retratar suas paisagens do Cerrado. Nos planos, concluir essa fase até dezembro e logo, mergulhar em sua nova empreitada: vai para Roma em janeiro se aperfeiçoar em um curso voltado à as artes plásticas.

“Quando eu voltar, se dá como encerrada essa série dedicada à cultura mexicana, pois já venho gerando a série África”. Um livro que ganhou do marido, Luiz Carlos da Fonseca despertou-lhe a curiosidade sobre a cultura afro. “Voltei o olhar pra minha descendência. Minha avó era negra nascida na África e essas raízes me impulsionaram ainda mais.

É certo que junto a mudar a temática está o “mudar o disco”. É que a artista se entregou também à música mexicana e o cantor Trini Lopes, com sua La Malagueña inspirou muitas de suas criações. “A próxima trilha sonora está sob avaliação”. Alguém aí tem a dica?




Conheça mais trabalhos de Capucine acessando a fan page da artista (clique aqui)
Outras obras estão à venda na Casa das Molduras e no Armazém da Creuza, ambos na rua 24 de Outubro.
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