A casa Barão de Melgaço, além de sede da Academia Mato-Grossense de Letras (AML), também abriga em seus prédios o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT). Os quadros, a biblioteca, os salões e as relíquias são patrimônio conjunto de ambas as entidades. Na noite desta terça-feira (27), no entanto, a comunhão entre AML e IHGMT estava evidente em uma grande celebração.

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A festa em questão, misturando o passado e o presente de forma harmoniosa, tratava-se da cerimônia de posse de João Carlos Vincente Ferreira, que além de ser membro do IHGMT, também já foi presidente do instituto de 2002 a 2010. E agora, em meio a todos os acadêmicos em seus pelerines azuis, João Carlos era empossado oficialmente na AML, tomando seu lugar na cadeira de número 27.



A celebração começou de forma austera, bastante formal. João Carlos foi recebido, assinou o livro de posse, recebeu a pelerine e prestigiou o discurso de recepção do acadêmico José Cidalino Carrara.

E então foi a vez do novo imortal proferir suas primeiras palavras como membro oficial da AML. Seguindo a tradição, João Carlos citou o patrono de sua cadeira, José Barnabé de Mesquita, e seu último ocupante, Ubaldo Monteiro da Silva. Mas ao invés de ler seu discurso, o novo acadêmico conversou com a platéia, suavizando a auteridade da festa e mostrando que a academia era um lugar aberto ao diálogo.



E nesta festa em particular via-se isso não só pela cerimônia, mas também pelo que acontecia fora dos salões da Academia: Ao mesmo tempo em que João Carlos proferia seu discurso, os grafiteiros Babu 78 e Amarelo trabalhavam na chuva de letras coloridas nos prédios do fundo da AML. Os convidados circulavam conversando entre si, comentando o que havia sido dito pelo acadêmico e em como a AML estava diferente, bonita, viva, em “um bom momento”, como disse João Carlos.

Um palco havia sido montado, onde mais tarde Ana Rafaela (clique AQUI) presenteou o público com sua voz, seu carisma e talento, seguida pelos já consagrados Henrique, Pescuma e Claudinho.

Como salvar a Copa do Mundo em Cuiabá

Pouco antes de o presidente da AML, Eduardo Mahon, encerrar a cerimônia de posse, ele aproveitou a oportunidade em que os secretários de cultura, tanto municipal, quanto estadual, e demais autoridades estavam presentes para sugerir duas ações que poderiam “salvar a copa”.



A primeira delas seria a publicação de uma antologia poética com autores regionais. Desta forma, os turistas que passassem por Cuiabá realmente poderiam conhecer um pouco da cultura local, levando um pouco da cidade para o mundo.

A segunda ação seria a publicação do dicionário de termos regionais do acadêmico Sebastião Carlos Gomes de Carvalho. “Esse trabalho é uma coisa única, sem precedentes. E mais do que o significado de cada termo, Sebastião faz o `rastreamento` bibliográfico de cada palavra, buscando na literatura o tempo em que foi usada pela primeira vez. Um trabalho realmente rico que não se encontra em qualquer lugar”, disse Mahon.



Lançamento de “Dr. Funéreo e outros contos de morte”

Dando continuidade às celebrações na academia, na próxima terça-feira (03), às 19h30, será o lançamento do livro “Dr. Funéreo e outros contos de morte”, de Eduardo Mahon. O evento promete uma noite temática e totalmente moderna. Todas as pessoas que irão atender o público estarão com o rosto pintado com caveiras.

Os convidados deverão ir de preto e os salões da academia ficarão livres para receber um DJ. Será, realmente, uma festa, com direito a luzes negras, champagne e um novo capítulo na cultura de Mato Grosso.