O humorista Léo Lins publicou em seu perfil no Instagram dois vídeos de divulgação dos shows que irá fazer em Cuiabá e em Rondonópolis (a 219 km de Cuiabá) nos dias 3 e 4 de outubro. Ele fez piadas sobre as cidades e citou, inclusive, polêmicas relacionadas ao prefeito Abilio Brunini (PL), referente ao pronome neutro “todes”, e ao ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PSD), referente ao vídeo em que aparece colocando dinheiro no paletó.
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Nestes vídeos de divulgação o humorista costuma fazer piadas “internas” sobre a cidade que em que vai se apresentar. No caso de Cuiabá, Léo Lins começa citando o apelido que a capital tem, "Cuiabrasa". Disse que a cidade é conhecida por ser muito quente e quase nunca chove.
“A chuva faz igual dinheiro na mão do ex-prefeito, some. Tô de brinks, o dinheiro não sumiu, ele tava o tempo todo no paletó e mesmo tendo escondido dinheiro no paletó reelegeram ele, mas convenhamos, votaram porque ele é alguém que ama muito a cidade, até porque só amando muito Cuiabá para conseguir usar paletó por lá”.
O humorista também faz piada com o fato de o aeroporto estar localizado em Várzea Grande e ainda fala sobre a polêmica do pronome “todes”, envolvendo o prefeito Abilio Brunini.
“Não tem nada em Cuiabá, nem o aeroporto de lá fica lá, tem tão pouca coisa que o que mais fez sucesso vindo de lá foi um gordo fantasiado de gato. Tô de brinks, quem acha que a cidade não tem nada está errado, porque tem homofobia, foi só pichar os buracos com ‘todes’ que o prefeito cobriu todos os buracos”.
Já no vídeo de divulgação do show em Rondonópolis, Léo Lins diz que a cidade é a capital do agronegócio “e também capital do ar condicionado, porque é impossível viver lá sem um”.
Disse ainda que na cidade “todo mato que o prefeito planta o pessoal rouba”, que lá tem “gente que compra prédio que nem existe” e que os “ricos de lá são uma miragem, todos são dublês de rico”.
Destacou ainda que a cidade não tem nenhum McDonald's e citou a Thati Salgados, que possui pontos “em cada esquina da cidade”. Léo Lins também afirmou que “não tem nada para fazer em Rondonópolis, tirando a Expo Sul”, contudo, dizendo que os preços no evento são altos.
Condenação
Léo Lins virou notícia neste ano ao ser condenado condenado a 8 anos e 3 meses de prisão por propagar conteúdo contra minorias e grupos vulneráveis por meio de piadas contidas no especial de comédia "Perturbador", publicado no YouTube. No vídeo, o comediante faz piadas com escravidão, perseguição religiosa, minorias e a pessoas idosas e com deficiências.
Nesta semana, o Ministério Público Federal (MPF), que é autor do pedido de condenação, se manifestou pela redução da pena do humorista. De acordo com o site G1, o MPF propõe que os crimes previstos na Lei 7.716/1989 (que define delitos resultantes de preconceito de raça, cor, etnia e religião) sejam reconhecidos na contagem da pena por seis vezes, não oito, e que o crime de discriminação contra pessoas com deficiência seja reconhecido por uma vez.
Houve também pedido de mudança no cálculo da multa estipulada. A Justiça havia fixado obrigação de quitar 1.170 salários mínimos da época (R$ 1.212 em 2022), o equivalente a pouco mais de R$ 1,4 milhão. Agora o MPF defende atualizar a multa para cerca de 44 salários mínimos, pouco mais de R$ 53 mil, além da redução da indenização por danos morais coletivos.
Veja o vídeo abaixo: