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Sábado, 08 de novembro de 2025

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'EnCerrado'

‘Tenho o cerrado nas veias’: Nicolas Behr alerta para a destruição em novo livro que será lançado em Cuiabá

Foto: Reprodução

‘Tenho o cerrado nas veias’: Nicolas Behr alerta para a destruição em novo livro que será lançado em Cuiabá
Editado pela Impressões de Minas, conhecida pela qualidade gráfica de seus livros, "EnCerrado", de Nicolas Behr, tem como temática básica as graves ameaças à sobrevivência do cerrado, o segundo maior bioma brasileiro. O livro será lançado na próxima sexta-feira (26), das 17h às 22h, na Casa Biosfera, situada nas proximidades da Praça da Mandioca. 


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Nascido em Cuiabá, MT, a capital do agronegócio, o poeta foi criado em uma fazenda no norte do estado, em Diamantino. Nicolas Behr teve, desde a infância, um contato muito próximo com a flora e a fauna da savana com a maior diversidade biológica em todo o mundo.

Jovem, mudou-se para Brasília, também no cerrado, no começo dos anos 1970, e na capital começou a  produzir livrinhos mimeografados, fazendo parte da chamada poesia marginal. Logo se engajou no movimento ecológico no início dos anos 1980, fundou ONGs de defesa do meio ambiente e foi trabalhar na Fundação Pró-Natureza. Nesse período tinha como hobby a produção de mudas de espécies nativas do cerrado, passando, no começo dos anos 1990, a sobreviver de um viveiro de mudas, o Pau-Brasília, até hoje em atividade. 

O livro "EnCerrado" é uma tradução poética de todo o conhecimento acumulado por Nicolas Behr na sua vivência com o nosso rico cerrado. Com uma linguagem clara e direta, que o caracteriza, o poeta alerta contra o fim desse bioma tão estratégico para o Brasil, seja na geração de energia elétrica quanto na produção de alimentos. 

Com texto de apresentação do jornalista e escritor Carlos Marcelo, fotografias de Truman Macedo e projeto gráfico de Mário Vinícius, o livro "EnCerrado" traz, entre poemas apocalípticos e versos encantados, uma reflexão sobre o nosso futuro comum: a sobrevivência da espécie humana neste planeta. 

Apesar de viver em Brasília desde os anos 1970, Nicolas sempre manteve um forte laço afetivo com Cuiabá, visitando frequentemente a cidade onde nasceu.

"Tenho o cerrado nas veias" 

Nascido em Cuiabá em 1958 e com poucos dias, Nicolas Behr foi morar numa fazenda, em Diamantino, município localizado na região centro-oeste de Mato Grosso, onviveu até os dez anos. A fazenda onde passou a infância não tinha luz elétrica e nesse ambiente rural, Nicolas teve contato com a vegetação nativa e animais silvestres. "Tive uma infância feliz no meio de um ambiente selvagem que virou soja e capim", rememora o poeta.

Em seguida mudou-se para Cuiabá onde fez o ensino fundamental, mudando-se mpara Brasília em 1974. Em 1977 começou a publicar seus livrinhos de poesia e se engajou no movimento ecológico. Em 1982, dez anos antes da Eco Rio, participou da criação do MOVE – Movimento Ecológico de Brasília, a primeira ONG ambientalista da capital. Nesse período trabalhou como redator em agências de publicidade e foi presidente do Clube de Observadores de Aves do Distrito Federal, editando um informativo chamado Olha o Passarinho!. 

Em 1992 o  passatempo virou negócio, do qual sobrevive até os dias atuais, o viveiro de plantas, o Pau-Brasília. "Tenho o cerrado nas veias. Este livro é a tradução poética de tudo o que sei e sinto sobre esse fantástico bioma, a savana com maior diversidade biológica em todo o mundo", diz Nicolas. 

O poeta ressalta que o cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, e que está sendo destruído numa velocidade alarmante. Indaga ele: "Será que perdemos a capacidade, enquanto humanidade, de salvar a nós mesmos?". "EnCerrado" é composto por poemas encantados e versos catastróficos. "O grito do cerrado virou lamento. Sinto muito. O cerrado também", conclui Nicolas Behr. 
 
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