Para o produtor Elson Ramos, da Ditado Produções, o show do Guns N' Roses, em 31 de outubro, na Arena Pantanal, marca o início de uma nova fase no mercado de grandes espetáculos em Mato Grosso. Com estrutura milionária, bastidores exigentes e ingressos esgotados, o show define Cuiabá no mapa de turnês internacionais — e abre espaço para mais nomes de peso desembarcarem na cidade.
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“Depois de entregar um evento dessa magnitude, a gente já tem gabarito pra sentar com qualquer produtora internacional e dizer: aqui dá certo, aqui tem público, aqui tem estrutura”, afirma Elson.
O show do Guns, marcado para setembro na Arena Pantanal, exigiu meses de negociação, estrutura inédita e um investimento de mais de R$ 13 milhões. Elson conta que assumiu a produção após uma tentativa frustrada de outro empresário local de fechar com os representantes da banda. Foi só após o aval de nomes fortes do show business nacional que ele decidiu seguir com a proposta — mesmo sem saber, naquele momento, se conseguiria atingir o ponto de equilíbrio financeiro.
“É o evento mais caro que já produzi. Tive receio, claro. Nunca ninguém tinha feito algo assim em Mato Grosso. Mas entendi que era preciso testar. E deu certo. Vendemos mais de 40 mil ingressos, com gente vindo de todas as regiões do Brasil e lotando a rede hoteleira da capital”, diz.
A venda dos ingressos mostrou não só a força do público local, mas também a capacidade de atração de Cuiabá como polo cultural. Segundo o produtor, pelo menos 20 mil pessoas vêm de fora da cidade — o que deve movimentar intensamente a economia de serviços da região. “Cuiabá vive de serviço. Então quando você coloca 300, 400 milhões na economia local com um evento desses, você está ajudando a cidade a crescer”, reforça Elson.
Com a experiência adquirida, a Ditado Produções agora está preparada para negociar novos shows internacionais. “Já temos conversas em andamento, mas quero primeiro entregar o Guns da melhor forma possível. Depois disso, com certeza virão mais. Agora temos histórico, dados de venda por cidade, e sabemos exatamente onde estão os públicos que respondem”, diz.
Elson destaca que a negociação com artistas internacionais é bem diferente do que ocorre com nomes nacionais. No rock, tudo é mais criterioso: “Você não pode sequer divulgar o nome do artista sem contrato assinado e pagamento antecipado. É uma responsabilidade enorme, mas aprendemos a lidar com isso”.
A resposta do público também surpreendeu a própria produção. “Achava que íamos vender uns 10 mil ingressos para gente de fora. Já passamos dos 20 mil. Muita gente do interior do estado, de cidades como Tangará, Rondonópolis, Jaciara, Sinop, está vindo. E também gente de Brasília, São Paulo, Tocantins, Goiás...”, afirma.
Com tudo isso, Elson acredita que o show entra para a história da capital e transforma o mercado cultural da região. “É um marco. E é só o começo. Depois do Guns, podem ter certeza: Cuiabá vai receber outros grandes nomes internacionais. E vamos estar prontos para isso.”