Conhecido como um dos maiores fotógrafos do mundo, Sebastião Salgado faleceu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris, onde morava. A causa da morte não foi divulgada, mas o fotógrafo enfrentava problemas de saúde decorrentes de uma malária contraída nos anos 1990. Ao longo da carreira, Sebastião Salgado fotografou paisagens mato-grossenses como o Pantanal e o Alto Xingu. 

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Em Mato Grosso, Salgado registrou a grandiosidade do Pantanal e a vida de comunidades indígenas, como os Waura, na Lagoa Piyulaga, na região do Alto Xingu. As imagens não apenas documentam a riqueza natural e cultural da região, mas também reforçam o compromisso do fotógrafo com a preservação ambiental e a valorização das populações tradicionais.

Sebastião Salgado registrou o Pantanal em diversas ocasiões, incluindo a série "Gênesis", que apresenta imagens em preto e branco da região. Ele também colaborou com o fotógrafo Araquém Alcântara em uma exposição sobre o Pantanal, que incluiu fotos da Serra do Amolar, uma área especialmente afetada pelos incêndios de 2020. 

A informação da morte de Sebastião Salgado foi confirmada pelo Instituto Terra, organização ambiental que fundou com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, ​como parte da luta pelo reflorestamento da Amazônia brasileira e do planeta em geral.


Na região da bacia do Xingu, estado de Mato Grosso, um grupo de indígenas waurá pesca na lagoa Piyulaga, perto de sua aldeia.  

Em 2010, o Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (Misc), recebeu a exposição fotográfica "Êxodos", em que Sebastião Salgado retratou migrantes, excluídos, miseráveis e marginais. Sebastião começou a coletar o material em 1993, quando visitou 47 países. O trabalho foi concluído no ano de 2000.

A exposição teve como proposta de celebrar o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Em 2022, o fotógrafo foi um dos palestrantes do webinar “A Proteção do Meio Ambiente: Experiências e Desafios”, promovido pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso. 

“O paraíso é uma fábula, mas ele pode ser materializado na Amazônia. (...) Possuímos o que o planeta necessita para a sobrevivência. A Amazônia é o principal rincão de defesa da Terra”, foi o  recado do fotógrafo Sebastião Salgado, autor da mostra Amazônia, com quase 200 painéis fotográficos da maior floresta tropical do mundo. 

Ao longo de sua carreira, recebeu diversos prêmios internacionais, incluindo o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes e sete prêmios do World Press Photo. Em 2014, teve sua trajetória retratada no documentário "O Sal da Terra", co-dirigido por Wim Wenders e seu filho, Juliano Ribeiro Salgado.