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Sexta-feira, 25 de abril de 2025

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Dia do Cuscuz: conheça nordestinos que ganham a vida vendendo prato que é patrimônio imaterial

Foto: Reprodução

Dia do Cuscuz: conheça nordestinos que ganham a vida vendendo prato que é patrimônio imaterial
O Dia do Cuscuz, celebrado nesta quinta-feira (19), foi criado para homenagear o prato que é tradicional no Nordeste brasileiro e reconhecido como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco desde 2020. Em Várzea Grande, nordestinos ganham a vida vendendo cuscuz, que pode ser servido da forma tradicional, ou incrementado com diversos recheios. 


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Originário da África, o cuscuz chegou ao Brasil através dos portugueses, mas os africanos também adaptaram a receita com os ingredientes disponíveis no país. No Nordeste brasileiro, o cuscuz é feito a partir do fubá do milho e cozido no vapor. Por ser versátil, pode ser servido com manteiga, ovo, queijo e carnes como café da manhã, almoço ou jantar. 

"Certo é que portugueses e africanos chegaram ao Brasil já familiarizados com o cuscuz. Foi aqui que ele se transformou, ganhando a versão feita com milho e enriquecendo-se com o leite de coco", diz um trecho do livro "A História da Alimentação Brasileira", de Luis da Câmara Cascudo. 

Com o passaro dos anos, o cuscuz se espalhou pelo Brasil e ganhou adaptações próprias de cada região, como o cuscuz paulista. 

Paraibano faz sucesso com cuscuz em Várzea Grande 

Há nove anos, Wagner de Brito Marins, de 40, deixou a Paraíba ao lado da esposa, que havia acabado de passar em um concurso para se tornar professora da UFMT, em Cuiabá. Foi assim que o paraibano decidiu criar a Cuscuz in Box para garantir uma fonte de renda e poder contribuir nos cuidados com a filha. 

Ele adaptou um carrinho de cachorro-quente para vender o cuscuz na avenida principal do bairro Costa Verde, em Várzea Grande, em frente ao Posto Alecrim. De segunda a sexta, Wagner garante o café da manhã de quem passa pelo região entre 5h30 e 10h. Nas noites de sexta-feira, o paraibano estaciona na praça do Costa Verde, das 18h às 22h. 

"Depois do delivery eu queria algo mais, porque era difícil a pessoa entrar no aplicativo e procurar diretamente o cuscuz, tive a ideia de expor meu trabalho na rua, graças a Deus está dando mais resultado do que no próprio delivery, porque as pessoas passam por aqui, sentem curiosidade". 
 

Nordestina cria delivery de cuscuz com receitas de família em Cuiabá 

Durante a pandemia da covid-19, em 2021, a nordestina Maria Aparecida Bezerra Rodrigues, de 26 anos, foi demitida dos dois empregos que tinha, como entregadora e chapeira em uma espetaria. "Sem chão", como define a sensação do desemprego, Maria se lembrou das receitas de cuscuz e tapioca feitas pela mãe, em Fortaleza (CE), para criar a Oxente Cuscuz e Tapioca. 

"Sou nordestina, assim como meus pais. Vim de lá para tentar a vida aqui, enfrentamos muitas dificuldades, trabalhei de tudo quanto é coisa. Já vendi pasta, já fui auxiliar de dentista, entregadora. Já trabalhei de tudo. Na pandemia perdi meus dois empregos, trabalhava de dia como entregadora e a noite como chapeira em uma espetaria. Tinham acabado de assinar minha carteira. Fiquei sem emprego, sem chão, sem nada". 

Com R$ 100 e uma frigideira usada, emprestados pela mãe, ela comprou três sacos de cuscuz e três de tapioca. Maria lembra que, apesar de ter crescido comendo os pratos típicos do Nordeste, não se sentia capaz de criar o próprio negócio. Foi com o apoio da namorada, Laís Cristina Machado, de 37 anos, que ela decidiu fazer as primeiras receitas. 
 
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